Por que classificar os seres vivos

Os seres vivos são classificados em grupos com características comuns, que atualmente são:

  • Reino

  • Filo

  • Classe

  • Ordem

  • Família

  • Gênero

  • Espécie

Desde a pré-história, quando ainda descobríamos a nossa capacidade de comunicação, o homem já sentia a necessidade de classificar os organismos biológicos.

Porém, foi apenas no século XVIII que surgiram as bases científicas do ramo da biologia que classifica e organiza os seres vivos dentro de categorias: a Taxonomia. Essa classificação segue até hoje um sistema definido em 1735 pelo botânico sueco Carl Von Linné, também conhecido como Lineu.

Por que classificar os seres vivos
Por que classificar os seres vivos
Carl Von Linné, o criador da Taxonomia moderna.

Lineu reuniu os organismos biológicos de acordo com suas características comuns em grupos chamados táxons, que vão dos mais abrangentes aos menos abrangentes:

Reino > Filo > Classe > Ordem > Família > Gênero > Espécie

O reino, o mais abrangente dos táxons, reúne os filos com características anatômicas, estruturais e genéticas semelhantes.

Os filos, por sua vez, agrupam as classes, as quais englobam as ordens, que abrangem as famílias, que abarcam os gêneros.

Os gêneros, por fim, incorporam as espécies, a categoria taxonômica menos abrangente, definida como aquela que reúne organismos que se reproduzem entre si e que são capazes de gerar descendentes férteis.

Super-reinos ou Domínios

Alguns autores consideram ainda a existência de um táxon superior aos reinos, os super-reinos ou domínios, que seriam três: Bactéria, Archaea e Eukarya.

Os reinos biológicos

Para Lineu, no século XVIII, haveria apenas dois reinos: animal e vegetal. No entanto, com o avançar do tempo e a evolução da microscopia, novos reinos foram descobertos. Atualmente, são cinco os reinos biológicos:

  • Monera

  • Protista

  • Fungi

  • Animalia

  • Plantae

O reino monera é composto por organismos microscópicos unicelulares, isto é, compostos por apenas uma célula, e procariontes, ou seja, cuja célula não possui um núcleo organizado. Fazem parte deste reino as bactérias e as algas azuis ou cianobactérias.

O reino protista ou protoctista é formado por seres eucariontes (o núcleo da célula é definido e envolto por uma membrana) em sua maioria microscópicos. Podem ser unicelulares ou pluricelulares (formados por mais de uma célula). Pertencem ao reino protista as algas e os protozoários.

O reino fungi é constituído pelos fungos, que possuem parede celular formada por quitina. Podem ser uni ou pluricelulares. Os fungos mais conhecidos são os cogumelos, os formadores de mofo, bolores, orelhas de pau e leveduras (fermento biológico).

O reino animalia, animal ou metazoa abrange todos os animais do planeta. São seres macroscópicos, eucariontes e pluricelulares. É composto por nove grupos (filos) principais:

  • Poríferos ou espongiários (esponjas do mar)
  • Cnidários ou celenterados (águas-vivas)
  • Platelmintos (tênias, planárias)
  • Asquelmintos (lombrigas)
  • Anelídeos (minhocas, sanguessugas)
  • Moluscos (lulas, polvos, ostras)
  • Artrópodes (abelhas, aranhas, caranguejos)
  • Equinodermos (estrelas-do-mar, ouriços do mar)
  • Cordados (cães, sapos, andorinhas)

O reino plantae, vegetal ou metaphyta comporta os organismos que produzem seu próprio alimento (autótrofos) por meio da fotossíntese. São eucariontes, pluricelulares e possuem respiração aeróbica (utiliza o oxigênio como aceptor final). Como exemplos, temos os pinheiros, as samambaias e a roseira.

Exemplo de classificação taxonômica

Vejamos agora, como exemplo, a classificação taxonômica da espécie humana:

  • Reino: Animalia

  • Filo: Chordata

  • Classe: Mammalia

  • Ordem: Primata

  • Família: Hominidae

  • Gênero: Homo

  • Espécie: Homo sapiens

Nomes científicos: nomenclatura binomial

Além de classificar os seres vivos em categorias (táxons), Lineu também padronizou a forma de nomear as espécies, adotando uma sistemática utilizada até os dias de hoje.

Segundo Lineu, o nome científico deve ser em latim, língua tida como universal e também morta, não permitindo novas alterações.

Os nomes das categorias de reino até gênero devem ser únicos, isto é, terem apenas uma palavra, e grafados com inicial maiúscula.

As espécies devem ser binomiais, ou seja, devem possuir dois nomes, formados pela junção do gênero (epíteto genérico) com a espécie (epíteto específico), que deve ser escrita com todas as letras minúsculas. Veja o exemplo da espécie humana:

Homo (epíteto genérico) + sapiens (epíteto específico) = Homo sapiens

O nome científico também deve ter destaque no texto, tendo que ser grafado em negrito, itálico ou sublinhado.

Evolução da taxonomia

  • 1735: publicação do livro Systema Naturae, de Lineu, que estabelece as bases da taxonomia.
  • 1969: o botânico norte-americano Robert Harding Wittaker propõe uma nova classificação dos organismos, em cinco reinos, classificação esta adotada até os dias de hoje.
  • 1977: Carl Richard Woese, professor de microbiologista da Universidade de Yale (EUA), indica a existência de uma categoria taxonômica superior ao reino, o domínio.

Veja também:

  • Características dos seres vivos
  • Taxonomia
  • Reino animal
  • Biologia
  • Homo sapiens

Você está em Só Ciências > Características Gerais dos Seres Vivos

Uma característica inerente ao ser humano é a tendência de reunir em grupos os objetos ou seres que apresentam características semelhantes. O homem primitivo, por exemplo, já distribuía os seres vivos em dois grupos: comestíveis e não comestíveis.

A distribuição de objetos ou seres em grupos, de acordo com suas semelhanças e diferenças, é o que se chama de classificação.

O ramo da Biologia que trata da descrição, nomenclatura e classificação dos seres vivos denomina-se sistemática ou taxonomia.

A tentativa de sistematizar o mundo vivo é muito antiga e os critérios empregados pelos naturalistas variavam muito. Alguns classificavam em voadores e não-voadores, tomando por base a locomoção; outros os classificavam em aquáticos, aéreos e terrestres, tomando por base o hábitat.

Esses sistemas de classificação que utilizam critérios arbitrários, são chamados sistemas artificiais. Eles não refletem as semelhanças e diferenças fundamentais entre os seres vivos.

Atualmente, os sistemas de classificação consideram um conjunto de caracteres relevantes, os quais permitem verificar as relações de parentesco evolutivo e estabelecer a filogenia dos diferentes grupos, ou seja, estabelecer as principais linhas de evolução desses grupos. São conhecidas por sistemas naturais, pois ordenam naturalmente os organismos, visando o estabelecimento das relações de parentesco evolutivo entre eles.

Por que classificar os seres vivos

Árvore filogenética dos seres vivos

Assim dentro das características evolutivas, ao falarmos de animais e plantas, por exemplo, podemos usar como critério de classificação o tipo de nutrição: animais são seres heterótrofos; plantas seres autótrofos. Ao considerarmos bactérias e animais, podemos usar como critério de classificação o número e o tipo de células: bactérias são unicelulares e procariontes; animais são pluricelulares e eucariontes.

Por que classificar os seres vivos

Como referenciar: "Classificação dos seres vivos" em Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2022. Consultado em 24/07/2022 às 12:29. Disponível na Internet em https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/Ciencias/classifiseresvivos.php

Você está em Só Biologia > Introdução aos seres vivos

A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e compreender as relações filogenéticas entre os organismos.

Inclui a taxonomia (ciência da descoberta, descrição e classificação das espécies e grupo de espécies, com suas normas e princípios) e também a filogenia (relações evolutivas entre os organismos). Em geral, diz-se que compreende a classificação dos diversos organismos vivos. Em biologia, os sistematas são os cientistas que classificam as espécies em outros táxons a fim de definir o modo como eles se relacionam evolutivamente.

O objetivo da classificação dos seres vivos, chamada taxonomia, foi inicialmente o de organizar as plantas e animais conhecidos em categorias que pudessem ser referidas. Posteriormente a classificação passou a respeitar as relações evolutivas entre organismos, organização mais natural do que a baseada apenas em características externas.

Para isso se utilizam também características ecológicas, fisiológicas, e todas as outras que estiverem disponíveis para os táxons em questão. é a esse conjunto de investigações a respeito dos táxons que se dá o nome de Sistemática. Nos últimos anos têm sido tentadas classificações baseadas na semelhança entre genomas, com grandes avanços em algumas áreas, especialmente quando se juntam a essas informações aquelas oriundas dos outros campos da Biologia.

A classificação dos seres vivos é parte da sistemática, ciência que estuda as relações entre organismos, e que inclui a coleta, preservação e estudo de espécimes, e a análise dos dados vindos de várias áreas de pesquisa biológica.

O primeiro sistema de classificação foi o de Aristóteles no século IV a.C., que ordenou os animais pelo tipo de reprodução e por terem ou não sangue vermelho. O seu discípulo Teofrasto classificou as plantas por seu uso e forma de cultivo.

Nos séculos XVII e XVIII os botânicos e zoólogos começaram a delinear o atual sistema de categorias, ainda baseados em características anatômicas superficiais. No entanto, como a ancestralidade comum pode ser a causa de tais semelhanças, este sistema demonstrou aproximar-se da natureza, e continua sendo a base da classificação atual. Lineu fez o primeiro trabalho extenso de categorização, em 1758, criando a hierarquia atual.

A partir de Darwin a evolução passou a ser considerada como paradigma central da Biologia, e com isso evidências da paleontologia sobre formas ancestrais, e da embriologia sobre semelhanças nos primeiros estágios de vida. No século XX, a genética e a fisiologia tornaram-se importantes na classificação, como o uso recente da genética molecular na comparação de códigos genéticos. Programas de computador específicos são usados na análise matemática dos dados.

Em fevereiro de 2005 Edward Osborne Wilson, professor aposentado da Universidade de Harvard, onde cunhou o termo biodiversidade e participou da fundação da sociobiologia, ao defender um "projeto genoma" da biodiversidade da Terra, propôs a criação de uma base de dados digital com fotos detalhadas de todas a espécies vivas e a finalização do projeto Árvore da vida. Em contraposição a uma sistemática baseada na biologia celular e molecular, Wilson vê a necessidade da sistemática descritiva para preservar a biodiversidade.

Do ponto de vista econômico, defendem Wilson, Peter Raven e Dan Brooks, a sistemática pode trazer conhecimentos úteis na biotecnologia, e na contenção de doenças emergentes. Mais da metade das espécies do planeta é parasita, e a maioria delas ainda é desconhecida.

De acordo com a classificação vigente as espécies descritas são agrupadas em gêneros. Os gêneros são reunidos, se tiverem algumas características em comum, formando uma família. Famílias, por sua vez, são agrupadas em uma ordem. Ordens são reunidas em uma classe. Classes de seres vivos são reunidas em filos. E os filos são, finalmente, componentes de alguns dos cinco reinos (Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia).

Por que classificar os seres vivos

Por que classificar os seres vivos

Como referenciar: "Classificação dos Seres Vivos" em Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2022. Consultado em 24/07/2022 às 12:29. Disponível na Internet em https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/Ciencias/bioclassifidosseresvivos.php