Explique a importância de platão e aristóteles na filosofia medieval?

Explique a importância de platão e aristóteles na filosofia medieval?
Explique a importância de platão e aristóteles na filosofia medieval?
Explique a importância de platão e aristóteles na filosofia medieval?

Exercícios e roteiro de estudos para a avaliação A1

1 – Descreva em linhas gerais as características das filosofias patrística e escolástica e suas diferenças.

R: patrística é o nome dado ao movimento filosófico-cristão liderado pela Igreja (por isso o nome patrística) no início da Idade Média e que consistia na tentativa de adaptar os textos da Antiguidade Clássica à doutrina cristã. Tais adaptações faziam-se necessárias pois os filósofos antigos e suas teorias foram referência cultural e existencial por séculos e tinham muito prestígio (isso significa que não poderiam ser simplesmente desprezados). Se o objetivo era conquistar mais fiéis convertendo os pagãos em cristãos, nada melhor que “trazer para seu lado” as teorias pagãs (adaptando-as e conformando-as aos interesses da doutrina cristã, é claro). O pensador mais expoente desse movimento foi Sto Agostinho.

A escolástica é o nome dado ao movimento filosófico-cristão liderado pela Igreja em meados e fim da Idade Média que consistia em escolarizar o conhecimento filosófico (por isso o nome escolástica). Para tal a Igreja organizou em suas dependências espaços destinados à educação dos princípios cristãos para o povo (denominados escolas). Além disso, eclesiásticos eram escolhidos para serem tutores das crianças nobres. Sua principal marca foi a tentativa de adaptar a teoria aristotélica à doutrina cristã e seu principal expoente Tomás de Aquino.   

2 – Interprete a frase “Creio para que possa compreender” e explicite a hierarquia entre fé e razão advinda dessa idéia.

R: A frase citada acima é uma inversão do raciocínio filosófico dos sábios antigos. Esses, ao propor um método de conhecimento seguro, propunham uma investigação guiada e principiada pela razão. Segundo eles era necessário entender o funcionamento do mundo para, depois, julgar as coisas como verdadeiras ou falsas.

Podemos perceber que o raciocínio acima é uma inversão típica da “filosofia cristã” pois nele é colocado que primeiro é necessário acreditar (nas verdades obscuras reveladas por Deus nas Sagradas Escrituras) para, depois, usar a razão e tentar entendê-las.

Nesse sentido, a hierarquia entre fé e razão é clara: o mais importante é a fé (crer na palavra de Deus), a razão é apenas a sua serva (serve apenas para explicar o que o Deus disse).

 3 - Qual a importância da apologética, e em que medida essa preocupação representará a especificidade do pensamento medieval?

R: A apologética consistia na elaboração de textos e estratégias para defender e difundir a doutrina cristã. Foi importante para converter pagãos e justificar as posturas políticas adotadas pela Igreja.

Essa preocupação em fazer a apologia da doutrina cristã caracteriza o pensamento medieval pois revela o esforço da ordem eclesiástica tanto na tentativa de converter pagãos e aumentar seu rebanho (cristalizando assim seu poder social) quanto na tentativa de manter seu poder adquirido quando sofria “ataques”.

4 – Como se deu a influência de Platão e Aristóteles no período medieval?

R: A influência dos dois foi enorme, no entanto não foi igual. A teoria de Aristóteles era vista com desconfiança por grande parte do clero e foi adaptada com dificuldades e tardiamente enquanto a teoria platônica foi adaptada sem tantas dificuldades e rapidamente.

Isso aconteceu por que a teoria platônica dos dois mundos (inteligível e sensível) tinha uma relação evidente de similitude para com a teoria cristã que também “dividia o mundo em dois” (o mundo do criador\Deus – associado ao mundo inteligível – e o mundo da criatura\humano – associado ao mundo sensível). Segundo os teólogos da época o mundo inteligível de Platão, o mundo das essências, nada mais era do que o mundo de Deus, onde reside a verdade. Deus seria o idealizador e criador de todas as coisas (e, logicamente, da essência de qualquer coisa).

A adaptação de Aristóteles foi mais complicada pois sua teoria recusava a existência desses dois mundos separados. Segundo sua teoria, o que existe, o que é efetivamente real são as substâncias, os diversos seres existentes. Tais seres, substâncias, conteriam em si mesmos sua essência e seus acidentes. Isso significaria, em termos práticos, que o conhecimento verdadeiro poderia ser obtido somente a partir da investigação dos seres mundanos, sem a necessidade de recorrer a algo exterior à própria coisa para entendê-la (idéia que não agrada muito aos que professam que antes devemos ter a humildade de acreditar em Cristo para depois compreender o que diz!)

Na teoria aristotélica a essência não tem existência separada da substância. Esse raciocínio conduz à idéia de que a essência não é uma “coisa” mas sim um princípio postulado pela razão para conhecer a substância. Nessa perspectiva, a existência da “essência das essências” (Deus) é colocada em questão. Essa problemática fica evidente quando ela é retomada na chamada querela dos universais (ver questões seguintes).  

5 – Em que consiste a questão dos universais? Quais são as respostas dadas a essa questão pelos realistas e nominalistas?

R: Os universais representam características gerais dos seres, essências, gêneros e espécies em contraposição às substâncias\seres individuais. Por exemplo, o gato (espécie) em relação ao Garfield (indivíduo\substância); ou o animal (gênero) em relação à Guilherme (indivíduo).

A questão ou querela dos universais consistia no confronto teórico entre aqueles que defendiam a existência desses universais e daqueles que defendiam que eles eram apenas conteúdos mentais, idéias, conceitos criados por nossa razão para classificar os seres do mundo.

Os que defendiam o argumento da existência efetiva dos universais denominavam-se realistas e tinham a influência direta da teoria platônica. Os que defendiam que os universais não passavam de conceitos\nomes denominavam-se nominalistas e tinham a influência direta da teoria aristotélica.

6 - Que significados tal questão pode ter, considerando as mudanças que ocorrem naquele período medieval?

R: Ora, seguindo o raciocínio já apresentado nas outras questões fica evidente que a questão teórica que envolve a existência ou não dos universais era importantíssima para a Igreja. Deus, já a algum tempo, era visto como o Criador de tudo – inclusive da essência de todos os seres existentes. Desse ponto de vista Deus nada mais é do que a causa de tudo, ou seja, ele é o ser mais universal que existe. Logo, isso é importante pois, se aceita a tese dos nominalistas, talvez Deus não exista efetivamente mas somente como conceito...


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A filosofia medieval é aquela desenvolvida na Europa durante a Idade Média. Possui como característica principal a união entre a cultura filosófica grega antiga com a religião cristã, que teve seu apogeu no período.

A Idade Média foi marcada pela forte influência da Igreja Católica. Os temas abordados pelos filósofos medievais reforçavam o poder da Igreja e relacionavam-se com a fé e a razão, a existência e a influência de Deus e os propósitos da teologia e da metafísica.

O raciocínio teológico da época utilizava muitos métodos e técnicas dos filósofos antigos para refletir e sistematizar a doutrina cristã. A filosofia medieval buscou conciliar duas áreas, até então, distintas: a razão científica e a fé cristã.

A filosofia medieval abordava essencialmente os problemas relacionados com a crença e a influência de Deus para a realidade. Além do desenvolvimento natural de áreas como a lógica e ética.

Patrística e Escolástica: os períodos da filosofia medieval

A filosofia medieval é comumente dividida em dois períodos principais: a patrística e a escolástica.

O que é a Patrística?

A patrística representa o período compreendido entre os séculos V e IX em que a expansão do cristianismo exigiu também a formação das bases teóricas que sustentassem a religião cristã. Seu nome é uma referência aos "Padres da Igreja", responsáveis por seu desenvolvimento.

Baseados nos ensinamentos da Bíblia Sagrada, os "Padres da Igreja" (daí patrística) uniram a Palavra ao conhecimento filosófico tradicional. Isso tornou possível a fundamentação da religião e a conquista de novos adeptos devida à sua semelhança com o conhecimento tradicional já aceito.

O principal filósofo do período foi Agostinho de Hipona (Santo Agostinho), ele utilizou as bases da filosofia de Platão para a construção de uma filosofia cristã.

Nesse sentido, o dualismo platônico é visto na representação de uma verdade superior e anterior á vida humana presente na Bíblia Sagrada. A alma é hierarquicamente superior ao corpo, enquanto esse é inferior e o lugar do erro, agora, associado ao pecado.

O que é a Escolástica?

A escolástica é o período compreendido entre os séculos IX e XVI. Neste período, é reforçada a ideia de que o conhecimento pode ser transmitido e aprendido (escola). Surgem as universidades, locais dedicados à transmissão e construção de conhecimento.

A filosofia escolástica possui como uma de suas características principais o desenvolvimento da razão cristã e da lógica. A união entre fé e razão é a principal marca do período escolástico.

O principal filósofo do período é São Tomás de Aquino. O filósofo desenvolveu, sobretudo, o pensamento de Aristóteles, unindo-o aos princípios religiosos, formando um pensamento racional sustentado na fé.

Na Idade Média, poucos pensadores se consideravam filósofos e eram, na maioria, membros da igreja. Entre os pensadores mais influentes da época estão:

Santo Agostinho

Por toda sua carreira literária, Agostinho explorou a Teoria da Iluminação Divina. Para ele, a mente necessitava ser iluminada de fora, e todas as suas obras faziam afirmações categóricas sobre a necessidade da participação de Deus na vida humana.

São Tomás de Aquino

Foi o responsável por conjugar a filosofia aristotélica com os ideais do cristianismo, dando origem ao chamado “Tomismo”. As ideias de Tomás de Aquino foram tão influentes para o pensamento ocidental que grande parte da filosofia moderna tomou suas obras como ponto de partida.

João Duns Escoto

Desenvolveu a Teoria da Univocidade do Ser, que afastava a distinção entre essência e existência proposta anteriormente por Tomás de Aquino. Para Escoto, é impossível que se conceba qualquer coisa sem que isso implique na sua existência.

João Duns Escoto foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 1993.

Guilherme de Ockham

Guilherme de Ockham foi um teólogo e frade franciscano considerado o precursor do nominalismo.

Ockham, entre outras ideias, negava a existência de objetos abstratos e dos chamados universais, conceito oriundo da metafísica que define tudo o que está presente em diversos lugares e momentos distintos.

Veja também:

  • Teologia
  • Metafísica
  • Filosofia Moderna
  • Filosofia
  • Filosofia Antiga