O que foi “o milagre econômico brasileiro”?

O período entre 1967-1973 no Brasil é conhecido como “milagre econômico”, pois foram anos marcados por uma política econômica expansiva, vigoroso crescimento da atividade econômica acompanhado de gradual estabilização e redução do desequilíbrio externo e da inflação. Esse impressionante crescimento é justificado por duas relações macroeconômicas conhecidas: curva de Phillips (relação direta entre crescimento e inflação) e relação inversa entre crescimento econômico e saldo da balança de pagamentos. Apesar do alto crescimento econômico apresentado, o “milagre” também foi caracterizado por uma alta na concentração de renda, desigualdade social, corrupção e exploração da mão de obra. 

Para analisar o sucesso da política macroeconômica é necessário, em primeiro plano, avaliar os anos que antecederam o “milagre” e que formaram os alicerces do crescimento econômico, que chegou a uma média anual de 12,4% nos anos entre 1970-1973. Sendo assim, os alicerces do “milagre” podem ser divididos em dois grupos: o primeiro grupo são as condições econômicas e políticas favoráveis, como a existência de capacidade ociosa na economia proveniente do Plano de Metas e da fase de semiestagnação entre 1963-1966; a facilidade de implementação das políticas do governo, dado que era um período de regime autoritário, e a “simpatia” americana com o regime político do período. O segundo grupo são: a habilidade do governo no aproveitamento das oportunidades que a conjuntura oferecia, adoção do controle de preços (inclusive dos salários), política de juros tabelados, mini-desvalorizações cambiais que evitaram movimentos bruscos da taxa de câmbio real e estimularam as exportações e uma política vigente de captação de recursos externos.

O título  dado ao elevado desenvolvimento da economia brasileira não pode ser analisado apenas sob a ótica do alto crescimento médio do PIB de 11,2% ao ano, mas também deve-se estudar e ponderar a forma com que esse crescimento ocorreu. Vale ressaltar que a tendência, de acordo com a curva de Phillips, era que a inflação aumentasse, pois a taxa de desemprego estava baixa; e o crescimento, elevado. Porém, os períodos anteriores aos anos do “milagre”, em conjunto com o controle direto do governo sobre os preços (incluindo os salários) e juros, disponibilidade de liquidez a juros baixos no mercado externo, que incentivavam a tomada de empréstimos, o aumento dos preços das commodities e a expansão do comércio mundial, foram essenciais para que o “milagre econômico”, que foi o crescimento da economia brasileira sob condições macroeconômicas opostas às teorizadas (crescimento com inflação estável e superavit da balança de pagamentos), ocorresse. 

A política econômica do regime ditatorial foi centralizadora. Ela aumentou o tamanho da máquina pública ao criar mais de 200 estatais e favoreceu camadas mais ricas com isenção de impostos e, principalmente, com a política de salários que previa o fim do conflito distributivo entre empregados e empregadores. Na época, o ministro da Fazenda, Delfim Neto, justificou essas medidas como essenciais para impulsionar o crescimento da nação. O Ministro dizia que “o bolo precisava crescer para depois ser repartido”. Assim, apesar do vigoroso crescimento econômico brasileiro, houve elevado déficit do salário mínimo e a aumento na desigualdade social. 

Revisado por Ana Itagiba

Fonte: A Ordem do Progresso: cem anos de política econômica republicana 1889-1989. Editora Campus.

O milagre econômico brasileiro é como ficou conhecido o período entre os anos de 1967 e 1973, quando as taxas de crescimento do Brasil alcançaram patamares altos. Graças à combinação da política econômica nacional com o bom momento da economia mundial, o país cresceu, em média, 11% ao ano. 

O milagre começou a ser desenhado ainda no governo de Castelo Branco (de 1964 a 1967), quando foi criado o Banco Central, que organizou o sistema financeiro, e implementado o Paeg (Programa de Ação Econômica do Governo), que promoveu ajuste nas contas públicas, reforma tributária, aumento do crédito e controle salarial. 

Porque o nome milagre econômico?

O nome milagre econômico foi usado porque o desenvolvimento econômico do Brasil durante o período foi rápido e impressionante. O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que era de 4,2%, em 1967, alcançou 14%, em 1973. A inflação também diminuiu no período, passando de 25,01%, em 1967, para 15,6%, em 1973. 

Por que o milagre econômico fracassou?

O fracasso do milagre econômico se deve, principalmente, à crise do petróleo de 1974, que elevou o preço do barril de US$ 3,37 para US$ 11,25, e fez a inflação crescer no mundo todo, colocando todos os países em situação difícil. Muitos reduziram as importações. Sem ter para quem vender sua produção e com a necessidade de importar petróleo, o Brasil viu sua balança comercial entrar em déficit. 

Além disso, para manter o crescimento, o Brasil quintuplicou a dívida externa, que passou de US$ 2,5 bilhões, em 1965, para US$ 12,5 bilhões, em 1973. Esse crescimento ficou na mão das multinacionais e da classe alta brasileira, aumentando ainda mais a concentração de renda e a desigualdade social. 

O que foi o milagre econômico durante a ditadura militar?

O período entre 1967 e 1973, durante uma ditadura militar, é conhecido como milagre econômico devido ao crescimento que aconteceu no país. Nesses anos, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu a índices de dois dígitos e a inflação foi reduzida. Uma das principais críticas ao milagre econômico é o aumento da concentração de renda. 

Delfim Netto, então ministro da Fazenda, dizia que era preciso “fazer o bolo crescer, para depois dividi-lo”, mas na prática a redistribuição nunca ocorreu, já que os trabalhadores não tinham os salários reajustados conforme a inflação real. 

O milagre econômico também foi marcado pelas obras de grande proporções, como a Rodovia Transamazônica, a usina de Itaipu e a ponte Rio-Niterói.

O que foi o milagre econômico brasileiro por que o milagre econômico não beneficiou os trabalhadores?

O milagre econômico brasileiro foi um período de desenvolvimento para o país, mas no qual a desigualdade social e a concentração de renda aumentaram, embora a ideia defendida pelo governo militar fosse que todos seriam beneficiados quando o país estivesse rico. 

Durante esses anos, o poder de compra do trabalhador foi reduzido com o arrocho salarial. O salário mínimo real foi desvalorizado em 15%, entre 1967 e 1973. 

Por que esse período ficou conhecido como Milagre econômico?

Os anos de 1967 a 1973 ficaram conhecidos no Brasil como período do milagre econômico porque houve um grande crescimento no país nessa época. 

Com disponibilidade de crédito, o consumo foi incentivado. O número de casas com televisão cresceu 138% e o de lares com fogão a gás ou elétrico, 75%. Também aumentou em 139% a quantidade de residências com ao menos 1 automóvel.

Milagre econômico brasileiro é o nome pelo qual ficou conhecido o período entre as décadas de 1960 e 1970 em que o país registrou forte crescimento do PIB. O bom momento teve reflexos inclusive no mercado financeiro.

Apesar dos benefícios à época, o milagre econômico brasileiro causou aumento da concentração de renda no período e trouxe outros problemas após seu fim.

O que foi o Milagre Econômico Brasileiro?

O milagre econômico brasileiro ocorreu mais especificamente entre 1969 e 1973, quando o Brasil passou por um ritmo elevado crescimento econômico. A taxa média anual de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) na época foi de cerca de 10,2%.


A expansão teve como um dos seus pilares o incentivo à indústria nacional, que ocorreu por meio de subsídios e benefícios fiscais. Outra medida foi a alteração nas regras do salário mínimo, que teve ganhos menores que a inflação. A Ditadura Militar reprimia movimentos sindicais que pudessem ocasionar greves ou contestações.

Como efeito dessas políticas, a indústria de transformação cresceu mais de 13% ao ano no período. Já o setor da construção civil, que é grande empregador de mão-de-obra, teve ganhos de 15%.

Outra característica do período foi a expansão do crédito, sobretudo o destinado a consumidores e ao setor agrícola. Este último, tinha por objetivo baratear o custo de alimentos, item com peso na inflação. Também houve destinação de recursos para construção e aquisição de moradias.

O governo, por sua vez, mantinha um elevado nível de gastos, especialmente em obras de infraestrutura. São desse período algumas das chamadas “obras faraônicas” como a Rodovia Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói. Esse tipo de despesa pública teve impacto no setor privado.

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Outro ponto da política econômica do período foi o incentivo às exportações, com adoção de regras cambiais favoráveis e redução de entraves. Desse modo, e em meio a um cenário externo favorável, o país atraía capital estrangeiro por meio de investimentos e empréstimos.

A Bolsa de Valores no milagre econômico brasileiro

O otimismo causado pelo crescimento econômico se refletiu também no mercado financeiro. O governo criou uma série de medidas para facilitar a entrada do brasileiro na Bolsa de Valores.  Foi criado, por exemplo, o Fundo 157. Essa opção de investimento permitiu os brasileiros investirem até 10% do valor destinado ao Imposto de Renda.

Apesar do momento favorável, a participação de uma parcela da população desacostumada com o mercado de ações trouxe grande volatilidade. O Ibovespa, por exemplo, subiu 78,24% em 1971, caindo 51,97% um ano depois.

Consequências do Milagre Econômico brasileiro

Mas, além do desenvolvimento brasileiro, o país também teve aumentos na taxa de inflação, desigualdade, e na dívida externa. Outro reflexo foi no aumento da desigualdade: o índice Gini aponta que, na época, o país teve a maior taxa de concentração de renda da história.

Além disso, houve desvalorização do salário mínimo. Antes, era preciso 65 horas de trabalho para recebê-lo. Em seguida, passou para 153 horas. O fim do milagre econômico deixou outras consequências:

  • Em quatro anos, quadruplicou o valor da dívida externa;
  • Com a crise do petróleo, a inflação chegou a quase 100% a.a
  • Com o desemprego, aumentou em 272% o número de favelas só em São Paulo

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