O cinturão da ferrugem (Rust Belt, em inglês), conhecido até os anos 1970 como cinturão da manufatura (Manufacturing Belt em inglês), é uma região dos Estados Unidos que abrange estados do nordeste, dos Grandes Lagos e do meio-oeste.
A expressão Rust Belt ganhou popularidade nos Estados Unidos na década de 1980 em razão do declínio econômico, populacional e da decadência urbana que atingiram essa outrora poderosa região industrial, cuja economia baseava-se principalmente na indústria pesada.[1]
A indústria dos Estados Unidos aglomerou-se em torno das principais fontes de matéria prima, sobretudo o carvão mineral, que fomentou principalmente a siderurgia e metalurgia, que logo dariam origem às indústrias de bens de consumo duráveis, tais como a automobilística, em Detroit. Tal aglomeração industrial foi chamada Manufacturing Belt e era considerada como o coração industrial da América até entrar em decadência, tornando-se o atual Rust Belt. A desindustrialização na região começa em meados do século XX, em razão de vários fatores econômicos, tais como a competição de potências reindustrializadas no pós-guerra (Japão, Alemanha etc.), a transferência de fábricas para o oeste do país, o aumento da automação, o declínio das indústrias siderúrgicas e de carvão dos Estados Unidos, o aumento de impostos e regulamentações implementadas, o inicio de blocos econômicos, tais como o NAFTA, a adesão à Organização Mundial do Comércio, a globalização e a terceirização de atividades (e empregos) fora dos EUA.[3][4]
Duas regiões destacam-se na produção industrial americana. São elas o Manufacturing Belt e o Sun Belt.
Manufacturing Belt (Cinturão Fabril)Esta região estende-se do Oceano Atlântico até os Grandes Lagos, no nordeste americano. Compreendendo cidades importantes, como Nova Iorque e Chicago, o Cinturão Fabril concentra indústrias tradicionais, típicas da Primeira e da Segunda Revolução Industrial. Atualmente, muitas indústrias tem migrado da região, em um processo de dispersão industrial, principalmente para estados do sul e do oeste. Apesar disto, o Manufacturing Belt ainda concentra a maior parte das indústrias americanas e também vem passando por um processo de modernização, com o crescimento de indústrias de biotecnologia e robótica. Pittsburg é um exemplo do que foi citado acima. Tradicionalmente conhecida como “cidade do aço”, por concentrar um grande número de indústrias siderúrgicas, hoje a cidade tem atraído a atenção de empresas do setor da robótica. Pittsburg é uma das maiores produtoras de equipamentos robóticos fora do Japão. Detroit, outra cidade do Cinturão Fabril, porém, segue o caminho inverso. Em seus tempos áureos, era a capital mundial do automobilismo, concentrando um grande número de fábricas do setor. Porém, após sofrer com a dispersão industrial, hoje compõe uma típica cidade do Rust Belt (Cinturão da Ferrugem), nome pejorativo dado do Cinturão Fabril.
Boston, cidade tradicional, destaca-se como o principal tecnopolo da região. Empresas do setor eletrônico são as mais fortes do lugar, visto a mão-de-obra capacitada criada pela importante Universidade de Harvard e pelo MIT (Massachussetts Instituite Technology). O The Research Park, na Carolina do Norte, também destaca-se pelos mesmos motivos. Após o fim da Segunda Guerra Mundial (1945), seguindo uma tendência mundial, as empresas começaram a sair de regiões com grande concentração industrial para irem para regiões com menos indústrias, atraídas pela mão-de-obra barata e qualificada e pelo menor custo de produção. As regiões sul e oeste dos EUA foram as maiores beneficiadas por este processo de dispersão industrial. Reunindo diversas indústrias típicas da Terceira Revolução Industrial, a região formou um novo grande cinturão: o Cinturão do Sol (Sun Belt), concentrando empresas do ramo da microeletrônica, biotecnologia e indústria aeroespacial. O estado que mais destaca-se dentro do Sun Belt é a Califórnia. Na região, encontramos um imenso parque tecnológico que estende-se por quatro cidades: Palo Alto, Santa Clara, San Jose e Cupertino. O Vale do Silício, assim chamado pelo fato do silício ser o principal material usado para o funcionamento de diversos tipos de eletrônicos, foi berço para a criação de diversas empresas que hoje estão entre as maiores do mundo. Apple, Google, Facebook, AMD, NVIDIA, eBay, Yahoo!, HP e Eletronic Arts são alguns dos nomes destas grande corporações fundadas no Vale do Silício e beneficiadas com a mão-de-obra qualificada gerada pela Universidade de Stanford, em Palo Alto.
Ainda na Califórnia, Los Angeles e São Francisco destacam-se com indústrias de informática e de montagem aeroespacial. Outro estado importante do Sun Belt é o Texas. Estado do sul dos EUA, o Texas concentra indústrias de diversos ramos, destacando-se o petrolífero e a indústria aeroespacial. Na cidade de Houston está localizado um importante centro de comando de voos da Nasa, o Centro Espacial Lyndon B. Johnson. Em Austin, localiza-se um importante agrupamento de empresas do ramo tecnológico, como a IBM e a Dell. Além dos estados citados, podemos dar ênfase também para a Flórida, importante centro turístico, tecnológico e espacial, e Washington, estado do noroeste americano, onde localiza-se a sede da Microsoft e uma fábrica da Boeing, que produz aviões para o mundo inteiro. Acesse nosso vídeo sobre o assunto: |