Não que acreditemos que Deus existe pensamos antes que o problema não está aí

„O existencialismo ateu, que eu represento (…) declara que se Deus não existe, há ao menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por algum conceito e que esse ser é o homem ou, como diz Heidegger, a realidade humana. O que significa aqui que a existência precede a essência? Isso significa que, primeiramente, existe o homem, ele se deixa encontrar, surge no mundo, e que ele só se define depois. O homem tal como o concebe o existencialista não é definível porque, inicialmente, ele nada é. Ele só será depois, e ele será tal como ele se fizer. Assim, não existe natureza humana, já que não há Deus para concebê-la. O homem é apenas não somente tal como ele se concebe, mas tal como ele se quer, e como ele se concebe após existir, como ele se quer depois dessa vontade de existir - o homem é apenas aquilo que ele faz de si mesmo. Tal é o primeiro princípio do existencialismo.“

—  Jean Paul Sartre Filósofo existencialista, escritor, dramaturgo, roteirista, ativista político e crítico literário francês 1905 - 1980

O existencialismo é humanismo

1. (Ufsj 2013) Leia atentamente os fragmentos abaixo.

 I.“Também tem sido frequentemente ensinado que a fé e a santidade não podem ser atingidas pelo estudo e pela razão, mas sim por inspiração sobrenatural, ou infusão, o que, uma vez aceita, não vejo por que razão alguém deveria justificar a sua fé…”.

II. “O homem não é a consequência duma intenção própria duma vontade, dum fim; com ele não se fazem ensaios para obter-se um ideal de humanidade; um ideal de felicidade ou um ideal de moralidade; é absurdo desviar seu ser para um fim qualquer”.

III. “(…) podemos estabelecer como máxima indubitável que nenhuma ação pode ser virtuosa ou moralmente boa, a menos que haja na natureza humana algum motivo que a produza, distinto do senso de sua moralidade”.

IV. “A má-fé é evidentemente uma mentira, porque dissimula a total liberdade do compromisso. No mesmo plano, direi que há também má-fé, escolho declarar que certos valores existem antes de mim (…).”

Os quatro fragmentos de texto acima são, respectivamente, atribuídos aos seguintes pensadores

a) Nietzsche, Sartre, Hobbes, Hume.

b) Hobbes, Nietzsche, Hume, Sartre.

c) Hume, Nietzsche, Sartre, Hobbes.

d) Sartre, Hume, Hobbes, Nietzsche.

Resposta: B

2. (Ufsj 2013) Na obra “O existencialismo é um humanismo”, Jean-Paul Sartre intenta

a) desenvolver a ideia de que o existencialismo é definido pela livre escolha e valores inventados pelo sujeito a partir dos quais ele exerce a sua natureza humana essencial.

b) mostrar o significado ético do existencialismo.

c) criticar toda a discriminação imposta pelo cristianismo, através do discurso, à condição de ser inexorável, característica natural dos homens.

d) delinear os aspectos da sensação e da imaginação humanas que só se fortalecem a partir do exercício da liberdade.

 Resposta: B

3. (Unioeste 2013) “Quando dizemos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se escolhe a si próprio; mas com isso queremos também dizer que, ao escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens. Com efeito, não há de nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser. Escolher isto ou aquilo é afirmar ao mesmo tempo o valor do que escolhemos, porque nunca podemos escolher o mal, o que escolhemos é sempre o bem, e nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos. Se a existência, por outro lado, precede a essência e se quisermos existir, ao mesmo tempo em que construímos a nossa imagem, esta imagem é válida para todos e para a nossa época. Assim, a nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela envolve toda a humanidade”.

Sartre.

Considerando o texto citado e o pensamento sartreano, é INCORRETO afirmar que

a) o valor máximo da existência humana é a liberdade, porque o homem é, antes de mais nada, o que tiver projetado ser, estando “condenado a ser livre”.

b) totalmente posto sob o domínio do que ele é, ao homem é atribuída a total responsabilidade pela sua existência e, sendo responsável por si, é também responsável por todos os homens.

c) o existencialismo sartreano é uma moral da ação, pois o homem se define pelos seus atos e atos, por excelência, livres, ou seja, o “homem não é nada além do conjunto de seus atos”.

d) o homem é um “projeto que se vive subjetivamente”, pois há uma natureza humana previamente dada e predefinida, e, portanto, no homem, a essência precede a existência.

e) por não haver valores preestabelecidos, o homem deve inventá-los através de escolhas livres, e, como escolher é afirmar o valor do que é escolhido, que é sempre o bem, é o homem que, através de suas escolhas livres, atribui sentido a sua existência.

 Resposta: D

4. (Ufsj 2013) “Não que acreditemos que Deus exista; pensamos antes que o problema não está aí, no da sua existência […] os cristãos podem apelidar-nos de desesperados”.

Essa afirmação revela o pensador

a) Thomas Hobbes, defendendo o seu pensamento objetivo de que “o homem deve ser tomado como um elemento de construção da monarquia”.

b) Nietzsche, perseguindo o direito do homem de tomar posse do seu reino animal e da sua superação e de reconduzir-se às verdades implícitas nele próprio.

c) Jean-Paul Sartre, desenvolvendo um argumento, no qual chega à conclusão de que o existencialismo é um otimismo.

d) David Hume, criticando as clássicas provas a favor da existência de Deus.

Resposta: C


Page 2

1. (Ufsj 2013) Leia atentamente os fragmentos abaixo.

 I.“Também tem sido frequentemente ensinado que a fé e a santidade não podem ser atingidas pelo estudo e pela razão, mas sim por inspiração sobrenatural, ou infusão, o que, uma vez aceita, não vejo por que razão alguém deveria justificar a sua fé…”.

II. “O homem não é a consequência duma intenção própria duma vontade, dum fim; com ele não se fazem ensaios para obter-se um ideal de humanidade; um ideal de felicidade ou um ideal de moralidade; é absurdo desviar seu ser para um fim qualquer”.

III. “(…) podemos estabelecer como máxima indubitável que nenhuma ação pode ser virtuosa ou moralmente boa, a menos que haja na natureza humana algum motivo que a produza, distinto do senso de sua moralidade”.

IV. “A má-fé é evidentemente uma mentira, porque dissimula a total liberdade do compromisso. No mesmo plano, direi que há também má-fé, escolho declarar que certos valores existem antes de mim (…).”

Os quatro fragmentos de texto acima são, respectivamente, atribuídos aos seguintes pensadores

a) Nietzsche, Sartre, Hobbes, Hume.

b) Hobbes, Nietzsche, Hume, Sartre.

c) Hume, Nietzsche, Sartre, Hobbes.

d) Sartre, Hume, Hobbes, Nietzsche.

2. (Ufsj 2013) Na obra “O existencialismo é um humanismo”, Jean-Paul Sartre intenta

a) desenvolver a ideia de que o existencialismo é definido pela livre escolha e valores inventados pelo sujeito a partir dos quais ele exerce a sua natureza humana essencial.

b) mostrar o significado ético do existencialismo.

c) criticar toda a discriminação imposta pelo cristianismo, através do discurso, à condição de ser inexorável, característica natural dos homens.

d) delinear os aspectos da sensação e da imaginação humanas que só se fortalecem a partir do exercício da liberdade.

3. (Unioeste 2013) “Quando dizemos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se escolhe a si próprio; mas com isso queremos também dizer que, ao escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens. Com efeito, não há de nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser. Escolher isto ou aquilo é afirmar ao mesmo tempo o valor do que escolhemos, porque nunca podemos escolher o mal, o que escolhemos é sempre o bem, e nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos. Se a existência, por outro lado, precede a essência e se quisermos existir, ao mesmo tempo em que construímos a nossa imagem, esta imagem é válida para todos e para a nossa época. Assim, a nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela envolve toda a humanidade”.

Sartre.

Considerando o texto citado e o pensamento sartreano, é INCORRETO afirmar que

a) o valor máximo da existência humana é a liberdade, porque o homem é, antes de mais nada, o que tiver projetado ser, estando “condenado a ser livre”.

b) totalmente posto sob o domínio do que ele é, ao homem é atribuída a total responsabilidade pela sua existência e, sendo responsável por si, é também responsável por todos os homens.

c) o existencialismo sartreano é uma moral da ação, pois o homem se define pelos seus atos e atos, por excelência, livres, ou seja, o “homem não é nada além do conjunto de seus atos”.

d) o homem é um “projeto que se vive subjetivamente”, pois há uma natureza humana previamente dada e predefinida, e, portanto, no homem, a essência precede a existência.

e) por não haver valores preestabelecidos, o homem deve inventá-los através de escolhas livres, e, como escolher é afirmar o valor do que é escolhido, que é sempre o bem, é o homem que, através de suas escolhas livres, atribui sentido a sua existência.

4. (Ufsj 2013) “Não que acreditemos que Deus exista; pensamos antes que o problema não está aí, no da sua existência […] os cristãos podem apelidar-nos de desesperados”.

Essa afirmação revela o pensador

a) Thomas Hobbes, defendendo o seu pensamento objetivo de que “o homem deve ser tomado como um elemento de construção da monarquia”.

b) Nietzsche, perseguindo o direito do homem de tomar posse do seu reino animal e da sua superação e de reconduzir-se às verdades implícitas nele próprio.

c) Jean-Paul Sartre, desenvolvendo um argumento, no qual chega à conclusão de que o existencialismo é um otimismo.

d) David Hume, criticando as clássicas provas a favor da existência de Deus.

5. (Ufu 2013) Para J.P. Sartre, o conceito de “para-si” diz respeito

a) a uma criação divina, cujo agir depende de princípio metafísico regulador.

b) apenas à pura manutenção do ser pleno, completo, da totalidade no seio do que é.

c) ao nada, na medida em que ele se especifica pelo poder nadificador que o constitui.

d) a algo empastado de si mesmo e, por isso, não se pode realizar, não se pode afirmar, porque está cheio, completo.

6. (Ufu 2012) Leia o excerto abaixo e assinale a alternativa que relaciona corretamente duas das principais máximas do existencialismo de Jean-Paul Sartre, a saber:

“a existência precede a essência”

“estamos condenados a ser livres”

Com efeito, se a existência precede a essência, nada poderá jamais ser explicado por referência a uma natureza humana dada e definitiva; ou seja, não existe determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. Por outro lado, se Deus não existe, não encontramos já prontos, valores ou ordens que possam legitimar a nossa conduta. […] Estamos condenados a ser livres. Estamos sós, sem desculpas. É o que posso expressar dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado, porque não se criou a si mesmo, e como, no entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz.

SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um Humanismo. 3ª. ed. S. Paulo: Nova Cultural, 1987.

a) Se a essência do homem, para Sartre, é a liberdade, então jamais o homem pode ser, em sua existência, condenado a ser livre, o que seria, na verdade, uma contradição.

b) A liberdade, em Sartre, determina a essência da natureza humana que, concebida por Deus, precede necessariamente a sua existência.

c) Para Sartre, a liberdade é a escolha incondicional, à qual o homem, como existência já lançada no mundo, está condenado, e pela qual projeta o seu ser ou a sua essência.

d) O Existencialismo é, para Sartre, um Humanismo, porque a existência do homem depende da essência de sua natureza humana, que a precede e que é a liberdade.

7. (Ufsj 2012) Sobre a interferência de Jean-Paul Sartre na filosofia do século XX, é CORRETO afirmar que ele

a) reconhece a importância de Diderot, Voltaire e Kant e repercute a interferência positiva destes na noção de que cada homem é um exemplo particular no universo.

b) faz a inversão da noção essencialista ao apregoar que o Homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo e só após isso se define. Assim, não há natureza humana, pois não há Deus para concebê-la.

c) inaugura uma nova ordem político-social, segundo a qual o Homem nada mais é do que um projeto que se lança numa natureza essencialmente humana.

d) diz que ser ateu é mais coerente apesar de reconhecer no Homem uma virtu que o filia, definitivamente, a uma consciência a priori

8. (Ufsj 2012) A angústia, para Jean-Paul Sartre, é

a) tudo o que a influência de Shopenhauer determina em Sartre: a certeza da morte. O Homem pode ser livre para fazer suas escolhas, mas não tem como se livrar da decrepitude e do fim.

b) a nadificação de nossos projetos e a certeza de que a relação Homem X natureza humana é circunstancial, objetiva, e pode ser superada pelo simples ato de se fazer uma escolha.

c) a certificação de que toda a experiência humana é idealmente sensorial, objetivamente existencial e determinante para a vida e para a morte do Homem em si mesmo e em sua humanidade.

d) consequência da responsabilidade que o Homem tem sobre aquilo que ele é, sobre a sua liberdade, sobre as escolhas que faz, tanto de si como do outro e da humanidade, por extensão.

9. (Unioeste 2012) “O que significa aqui o dizer-se que a existência precede a essência? Significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. (…) O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais que o que ele faz. (…) Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de por todo o homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade de sua existência. (…) Quando dizemos que o homem se escolhe a si, queremos dizer que cada um de nós se escolhe a si próprio; mas com isso queremos também dizer que, ao escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens. Com efeito, não há de nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser”.

Sartre.

Considerando a concepção existencialista de Sartre e o texto acima, é incorreto afirmar que

a) o homem é um projeto que se vive subjetivamente.

b) o homem é um ser totalmente responsável por sua existência.

c) por haver uma natureza humana determinada, no homem a essência precede a existência.

d) o homem é o que se lança para o futuro e que é consciente deste projetar-se no futuro.

e) em suas escolhas, o homem é responsável por si próprio e por todos os homens, porque, em seus atos, cria uma imagem do homem como julgamos que deve ser.

10. (Ufsj 2012) “Subjetividade” e “intersubjetividade” são conceitos com os quais Sartre pontua o seu Nesse contexto, tais conceitos revelam que

a) o cogito cartesiano desabou sobre o existencialismo na mesma proporção com que a virtu socrática precipitou-se sobre o materialismo dialético do século XX.

b) “Penso, logo existo” deve ser o ponto de partida de qualquer filosofia. Tal subjetividade faz com que o Homem não seja visto como objeto, o que lhe confere verdadeira dignidade. A descoberta de si mesmo o leva, necessariamente, à descoberta do outro, implicando uma intersubjetividade.

c) o Homem é dado, é unidade, é união e é intersubjetividade; portanto, a sua existência é agregadora e desapegada da tão apregoada subjetividade clássica, por isso mesmo tão crucial para Sartre.

d) não há um só lampejo de subjetividade que não tenha se reinaugurado na intersubjetividade, isto é, na idealidade que instrui as prerrogativas para se instalarem as escolhas do sujeito, definindo-o.

11. (Ifsp 2011) Ao defender as principais teses do Existencialismo, Jean-Paul Sartre afirma que o ser humano está condenado a ser livre, a fazer escolhas e, portanto, a construir seu próprio destino. O pressuposto básico que sustenta essa argumentação de Sartre é o seguinte:

a) A suposição de que o homem possui uma natureza humana, o que significa que cada homem é um exemplo particular de um conceito universal.

b) A compreensão de que a vida humana é finita e de que o homem é, sobretudo, um ente que está no mundo para a morte.

c) A ideia de que a existência precede a essência e, por isso, o ser humano não está predeterminado a nada.

d) A convicção de que o homem está desamparado e é impotente para mudar o seu destino individual.

e) A ideia de que toda pessoa tem uma potencial a realizar, desde quando nasce, mas é livre para transformar ou não essa possibilidade em realidade.

12. (Ufsj 2011) Sartre define o entendimento de que a existência precede a essência como:

a) “a compreensão de que o inferno são os outros e de que, assim, o Homem que se alcança diretamente pelo cogito descobre também todos os outros homens”.

b) “a compreensão dos conceitos de angústia, descompasso, má fé e desespero”.

c) “que na verdade, para o existencialista, não existe amor essencial, senão aquele que se constrói na perspectiva da escolástica”.

d) “o significado de que o Homem existe, encontra a si mesmo, surge no mundo e só posteriormente se define”.

13. (Ufsj 2011) No debate do problema acerca do significado de transcendência, é CORRETO afirmar que, para Sartre, ela:

a) “é um elemento constitutivo do Homem que se dá no sentido de superação”.

b) “ocorre no campo da estética e da faculdade do juízo”.

c) “é compreendida no âmbito do sentido em que Deus é transcendente”.

d) “permite aos homens se aproximarem dos aspectos teológicos e teologais inerentes à existência humana”.

14. (Uema 2011) O tema da liberdade é discutido por muitos filósofos. No existencialismo francês, Jean-Paul Sartre, particularmente, compreende a liberdade enquanto escolha incondicional.

Entre as afirmações abaixo, a única que está de acordo com essa concepção de liberdade humana é:

a) O homem primeiramente tem uma essência divinizada e depois uma existência manifestada na história de sua vida.

b) O homem não é mais do que aquilo que a sociedade faz com ele.

c) O homem primeiramente existe porque sendo consciente é um ser em si e para o outro.

d) O homem é determinado por uma essência superior, que é o Deus da existência, pois, primeiramente não é nada.

e) O homem primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer.

15. (Ueap 2011) “A existência precede a essência.” O que melhor define esta frase do filósofo francês Sartre?

a) Primeiro o homem existe, depois se define.

b) O homem é o que ele concebe e não o que ele faz.

c) O homem é “em si” e não “para si”.

d) A vida de um homem está ligada a sua essência.

e) A vida humana é totalmente determinada por Deus.

16. (Ufu 2011) Jean-Paul Sartre (1905 – 1980) encontrou um motivo de reflexão sobre a liberdade na obra de Dostoiévski Os irmãos Karamazov: “se Deus não existe, tudo é permitido”. A partir daí teceu considerações sobre esse tema e algumas consequências que dele podem ser derivadas.

[…] tudo é permitido se Deus não existe e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para começar, não encontra desculpas. […] Estamos sós, sem desculpas. É o que posso expressar dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado, porque não se criou a si mesmo, e como, no entanto, é livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz.

SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 9 (coleção “Os Pensadores”).

Com base em seus conhecimentos sobre a filosofia existencialista de Sartre e nas informações acima, assinale a alternativa correta.

a) Porque entende que somos livres, Sartre defendeu uma filosofia não engajada, isto é, uma filosofia que não deve se importar com os acontecimentos sociais e políticos de seu tempo.

b) Para Sartre, a angústia decorre da falta de fé em Deus e não do fato de sermos absolutamente livres ou como ele afirma “o homem está condenado a ser livre”.

c) As ações humanas são o reflexo do equilíbrio entre o livre-arbítrio e os planos que Deus estabelece para cada pessoa, consistindo nisto a verdadeira liberdade.

d) Para Sartre, as ações das pessoas dependem somente das escolhas e dos projetos que cada um faz livremente durante a vida e não da suposição da existência e, portanto, das ordens de Deus.

17. (Ufsj 2011) Para Sartre, “o Homem é livre, o Homem é liberdade”. Com relação a tal princípio, é CORRETO afirmar que o homem é:

a) “a expressão de que tudo é permitido por meio da liberdade e que provém da existência de Deus”.

b) “um animal político no sentido aristotélico e por isso necessita viver a liberdade política em comunidade”.

c) “um ser que depende da liberdade divina e necessita que o futuro esteja inscrito no céu”.

d) “condenado a ser livre, uma vez que foi lançado no mundo, é responsável por tudo que faz”.

18. (Unioeste 2011) “Só pelo fato de que tenho consciência dos motivos que solicitam minha ação, esses motivos já são objetos transcendentes para minha consciência, estão fora; em vão buscaria agarrar-me a eles, escapo disto por minha existência mesma. Estou condenado a existir para sempre além de minha essência, além dos móveis e dos motivos de meu ato: estou condenado a ser livre. Isto significa que não se poderia encontrar para a minha liberdade outros limites senão ela mesma, ou, se se prefere, não somos livres de cessar de ser livres. (…) O sentido profundo do determinismo é o de estabelecer em nós uma continuidade sem falha da existência em si. (…) Mas em vez de ver transcendências postas e mantidas no seu ser por minha própria transcendência, supor-se-á que as encontro surgindo no mundo: elas vêm de Deus, da natureza, da ‘minha’ natureza, da sociedade. (…) Essas tentativas abortadas para sufocar a liberdade – elas desmoronam quando surge, de repente, a angústia diante da liberdade – mostram bastante que a liberdade coincide no fundo com o nada que está no coração do homem”.

Sartre.

Com base no texto, seguem as seguintes afirmativas:

I. No homem, a existência precede a essência.

II. Em sua essência, o homem é um ser determinado quer seja, ou por Deus, ou pela natureza, ou pela sociedade.

III. Os limites da minha liberdade são estabelecidos pelos valores religiosos, estéticos, políticos e sociais.

IV. “O homem não está livre de ser livre”, pois não é possível “cessar de ser livre”.

V. A liberdade humana, em suas escolhas, se orienta por valores objetivos e pré-determinados.

Assinale a alternativa correta.

a) Apenas II está correta.

b) Apenas I e IV estão corretas.

c) Apenas II e IV estão corretas.

d) Apenas III e V estão corretas.

e) Todas as afirmativas estão corretas.

19. (Uenp 2011) O existencialismo é uma corrente filosófica que destaca a liberdade individual, a responsabilidade e a subjetividade. Ele acredita que a existência precede a essência, ou melhor, que não existe uma essência do humano pré-concebida e eterna, o humano é construído pelas escolhas individuais na história pessoal de cada um. De acordo com o pensamento de Sartre, assinale a alternativa incorreta:

a) A consciência humana é um nada que se projeta para se tornar algo, de forma que lançando-se no mundo e sofrendo com ele, se define. O homem será sempre o que fizer de si mesmo.

b) De acordo com Sartre, o homem é responsável por suas escolhas e não deve agir com má fé de consciência, que consistiria na simulação de não ser livre, imputando a responsabilidade da felicidade ou infelicidade a causas externas.

c) A existência pessoal de alguém é atestada pelo olhar do outro, e isso confirma a dialeticidade da existência humana, de “ser com o outro”.

d) A relação com o outro, no pensamento sartreano, é sempre pacífica, não gera crises ou angústias.

e) Os outros são todos aqueles que revelam voluntária ou involuntariamente o homem a ele mesmo.

20. (Ufla 2010) Leia a citação seguinte do filósofo existencialista para responder à questão.

“O homem não é mais que o que ele faz. Tal é o primeiro princípio do existencialismo.”

 Jean Paul Sartre. O existencialismo é um humanismo, col. Os pensadores. São Paulo. Abril Cultural. 1973. p. 12

Essa subjetividade, presente no contexto acima, tem correspondência com a citação e a filosofia relativista do Sofista seguinte:

a) Sócrates que diz: “Sei que nada sei”.

b) Protágoras que afirma: “O homem é a medida de tudo”.

c) Parmênides que afirma: “O ser é; o não ser não é”.

d) Aristóteles que afirma: “O ser se exprime de muitos modos”.

21. (Ufsj 2010) O conceito de Liberdade em Sartre é caracterizado por

a) uma vez que o Homem foi lançado ao mundo, é responsável por tudo o que faz.

b) uma referência a uma natureza humana dada e definitiva.

c) uma essência que precede a existência.

d) pressupostos de uma Liberdade interior inerente aos conceitos da metafísica clássica.

22. (Ufsj 2010) Assinale a alternativa que apresenta a defesa de Sartre frente às críticas feitas pelos católicos ao seu existencialismo.

a) O Homem é o responsável pelo que ele é, por essa razão, o primeiro passo do existencialismo é o de inserir todo homem na posse do que ele é, e de submetê-lo à responsabilidade total de sua existência.

b) Antigamente os filósofos só eram atacados por outros filósofos. O leigo não entendia nada e também não se importava com isso. Agora, a Filosofia é obrigada a descer em praça pública.

c) Trata-se de uma moral da liberdade, se não existir contradição alguma entre essa moral e a nossa Filosofia, nada mais pode existir.

d) O Homem se dá conta de que só pode ser alguma coisa (no sentido em que se diz que alguém é espirituoso, ou é mau ou é ciumento) se os outros o reconhecem como tal.

23. (Ufsj 2010) A partir da análise da seguinte afirmação: “O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo”, é CORRETO afirmar que se trata

a) do primeiro princípio do empirismo humeano.

b) do segundo princípio do niilismo nietzscheano.

c) do primeiro princípio do existencialismo sartreano.

d) do terceiro axioma do empirismo hobbesiano.

24. (Unicentro 2010) Qual dos argumentos abaixo caracteriza corretamente a relação conceitual entre existencialismo e liberdade, no pensamento de Jean-Paul Sartre (1905-1980)?

a) O existencialismo de Sartre defende o individualismo, isto é, cada um deve preocupar-se exclusivamente com a própria liberdade e ação.

b) O existencialismo de Sartre afirma que se o homem é livre, consequentemente não é responsável por aquilo que faz.

c) O existencialismo de Sartre afirma que “disciplina é liberdade”. O homem livre é aquele que recusa o individualismo para viver o conformismo e a respeitabilidade da tradição.

d) Sartre afirma que o homem nada mais é do que “seu projeto”, não havendo essência ou modelo para lhe orientar o caminho; está, portanto, irremediavelmente condenado a ser livre.

e) Sartre afirma que a liberdade só possui significado no pensamento, na capacidade que o homem tem de refletir acerca de sua existência, buscando definir a natureza e a essência humana.

25. (Ufsj 2010) Em relação ao conceito sartreano de humanismo existencialista, é CORRETO afirmar que o homem

a) supera a angústia e a quietude, considerando a má fé no âmbito de um projeto subjetivista e ao mesmo tempo determinista.

b) é a medida de todas as coisas, considerando os aspectos teológicos que dão suporte à sua existência.

c) é um ser universalmente capaz de inventar a si próprio, baseando-se na doutrina de Abraão e do Anjo.

d) mantém um vínculo entre a transcendência – no sentido de superação – e a subjetividade.

26. (Uenp 2009) Segundo Raymond Plant, em seu livro Política, Teologia e História, o argumento de que a essência precede a existência implica na necessidade de um criador; assim, quando um objeto vai ser produzido (um martelo, uma caneta, uma máquina), ele obedece a um plano pré-concebido, que estabelece sua forma, suas principais características e sua função, ou seja, ele possui um propósito definido, uma essência que define sua forma e utilidade, e precede a sua existência. Segundo Sartre há um ser onde essa situação se inverte, e a existência precede a essência: o ser humano. Assim, seria o próprio homem o definidor de sua essência.

De acordo com Sartre, a expressão “a existência precede a essência” pode ser interpretada como:

a) O homem se constrói de acordo com sua própria história e não de acordo com uma essência abstrata e pré-determinada.

b) A existência humana depende do plano que Deus determina a cada um.

c) A essência é mais importante que a existência.

d) O homem não tem existência livre, pois ela sempre é precedida da essência.

e) A liberdade não participa do contexto da existência do homem, porque ele segue as determinações da essência.

27. (Unioeste 2009) Jean-Paul Sartre é um dos filósofos mais representativos do Existencialismo, com sua defesa incondicional da liberdade e do sentido ético da existência do ser humano.

Assinale a alternativa que não corresponde à concepção de liberdade deste filósofo.

a) Sartre afirma que há uma esfera objetiva de valores absolutos que determinam a liberdade.

b) A existência precede a essência é o princípio fundamental do existencialismo sartreano.

c) O ser humano é absolutamente responsável pelas suas escolhas por ser “liberdade enquanto tal” (Sartre).

d) A angústia é o sentimento que surge no ser humano por ter de fazer escolhas e de ser o único responsável pelas escolhas que faz.

e) O fundamento de todos os valores humanos é a liberdade, pois o significado das escolhas, em circunstâncias concretas, é a “procura da liberdade enquanto tal” (Sartre).

Gabarito:  

1: B

2: B

3: D

4: C

5: C

6: C

7: B

8: D

9: C

10: B

11: C

12: D

13: A

14: E

15: A

16: D

17: D

18: B

19: D

20: B

21: A

22: A

23: C

24: D

25: D

26: A

27: A