Industrialização quando começou

O processo de industrialização é um dos pilares da modernização da sociedade. A indústria, tal qual conhecemos hoje, surgiu há dois séculos e passou por muitas transformações. A industrialização se preocupava em se expandir horizontalmente, com aumento cada vez maior de indústrias, agora esse processo ocorre de forma vertical, com uma busca incessante de aperfeiçoamento e incremento tecnológico.

Assim, a industrialização pode ser divida em três etapas:

A Primeira Revolução Industrial foi o modelo de indústria baseado em técnicas rudimentares, baseada na máquina a vapor, utilizando o carvão como fonte de energia. Ela surge na Inglaterra no final do século XVIII e perdura até o final do século XX. Além da máquina a vapor, a Indústria Têxtil também foi importante nesse período, consolidando a Inglaterra como grande potência mundial.

A Segunda Revolução Industrial, ocorrida no começo do século XX até meados da década de 1970, foi caracterizada principalmente pela mudança da fonte energética e pelo tipo de indústria. A máquina a vapor e o carvão deram lugar aos automóveis e ao petróleo e seus derivados. Essa época industrial ficou conhecida pelo chamado modo de produção fordista, que era um modelo de produção baseado na exploração de seus trabalhadores e produção de mercadorias em larga escala. O filme Tempos Modernos, com Charles Chaplin, mostra uma bela sátira de como era a vida na fábrica no período fordista. Em meio a essa Revolução é que os EUA tornaram-se a grande economia mundial.

A Terceira Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica-Informacional está em andamento desde os meados de 1970. Nessa Revolução há um predomínio de indústrias baseadas num alto nível tecnológico, tais como a robótica, a biotecnologia, tecnologias da informação, entre outras. A indústria automobilística não perdeu espaço, pois o incremento tecnológico em seus produtos foi muito alto. Graças a essa revolução, houve uma mudança no modo de produção: antes fordista agora toyotista. Basicamente, seria a mudança de um modelo rígido para um flexível. Além, é claro, de uma exigência de mão de obra qualificada, diferentemente das duas outras revoluções.

As principais mudanças que ocorreram da primeira até a terceira revolução foram, portanto, o modelo de indústria, o modo de produção, a qualidade da mão de obra e as relações de trabalho.

A Revolução Industrial provocou transformações profundas e duradouras, não apenas nos negócios e na economia, mas nas estruturas básicas da sociedade. Antes da industrialização, quando as atividades econômicas mais significativas eram a agricultura de pequena escala e o artesanato, as estruturas sociais permaneceram semelhantes à Idade Média.

A industrialização foi um dos eventos mais importantes da história da economia moderna, trazendo mudanças importantes na sociedade.

Inclusive, de acordo com alguns autores, ainda no mundo contemporâneo, é vivenciada uma nova fase da industrialização. Esta fase marcada pelo crescimento das empresas de tecnologia.

O que é industrialização?

A industrialização é o nome que se dá para o processo onde os países deixam uma economia voltada para a agricultura ou para a manufatura, para adentrar na modernização do processo industrial. Esse processo teve início na Inglaterra, através da denominada revolução industrial.

Esse movimento causou mudanças estruturais na vida das pessoas. Por exemplo, antes da revolução industrial, a maior parte da população estava alocada em áreas do campo.

Dessa forma, foi somente após a industrialização que a sociedade se transformou cada vez mais em uma sociedade urbana.

Além disso, gerou grandes mudanças nas relações de trabalho, com inúmeros avanços na produtividade dos trabalhadores, permitindo, dessa forma, um maior progresso econômico das nações.

Quais foram as fases da industrialização?

Para facilitar o estudo deste evento tão relevante da economia mundial é norma dividi-lo em fases da industrialização, sendo elas:

  1. Primeira revolução industrial
  2. Segunda revolução industrial
  3. Terceira revolução industrial

1. Primeira revolução industrial

A primeira revolução industrial ocorreu em meados do século XVIII, por volta de 1760. Esta primeira fase acabou ficando marcada pelo papel pioneiro da Inglaterra.

Sendo assim, um de seus grandes marcos foi iniciar a transição do sistema feudalista para o sistema capitalista, modelo onde se vive até hoje desde o início do processo de industrialização.

A sua principal marca foi a criação das máquinas a vapor. As máquinas funcionavam para acelerar sobretudo a tecelagem. Portanto, se consolidou a substituição da manufatura pela nascente indústria moderna inglesa.

2. Segunda revolução industrial

A segunda revolução industrial foi marcada pelo fim da hegemonia inglesa. Outros países começaram a estabelecer fortes indústrias que perduram até hoje, tais como a Alemanha e os Estados Unidos.

Esta fase é a continuação do processo de revolução na indústria, focando na melhoria das técnicas e de criação de máquinas e meios de produção para produzir cada vez mais produtos industrializados.

Além disso, essa fase de industrialização foi marcada pelo início do uso da energia elétrica e de outras fontes de energia. Como, por exemplo, o petróleo.

3. Terceira revolução industrial

Por fim, a terceira revolução industrial é considerada, para muitos autores, o processo que vivencia o mundo contemporâneo.

Ela é marcada pelo avanço da globalização e da informatização do mundo. Bem como pelo avanço exponencial da tecnologia e a consolidação dos mercados de capitais.

Quando se iniciou a industrialização no Brasil?

O processo de industrialização no Brasil ocorreu de forma muito tardia. Mesmo quando outros países, como a Inglaterra, já se mostravam avançados no seu processo de revolução industrial, o Brasil ainda se via focado no agronegócio.

O país obteve alguns surtos industriais antes do século XX, mas nunca se firmou como um país com vocação industrial.

Na época do império, o maior expoente da tentativa de industrialização foi o empreendedor barão de Mauá. No entanto, as suas iniciativas sempre eram desestimuladas por agentes externos.

Ainda ocorreram outros surtos de crescimento da indústria em momentos que o país teve o seu abastecimento externo indisponível. Tais como na ocasião da primeira guerra mundial.

No entanto, a industrialização brasileira só começou de fato no país no governo de Getúlio Vargas, na década de 30. Posteriormente, ocorreram avanços neste sentido também no governo de Juscelino Kubitschek.

Qual a importância da industrialização?

O setor de indústrias é um dos mais importantes dentro de um país, pois é um dos setores de maior impacto econômico . 

O Brasil, por exemplo, tem cerca de 25% do seu PIB (Produto Interno Bruto) sendo responsável pelo setor secundário, o que corresponde às indústrias.

O setor industrial se encontra na frente da agricultura, que corresponde a 10% do PIB, e atrás do setor de comércio, que se encontra com 65%. 

No entanto, a indústria serve como um dos termômetros para a economia, no momento que este setor vai mal, a economia também reflete isso e começa a sofrer. 

Este setor é responsável por gerar muitos empregos anualmente. Ainda usando o Brasil como exemplo, cerca de 15% dos trabalhadores brasileiros economicamente ativos trabalham na indústria. 

Além disso, em vários países, a produção do setor industrial é um dos mais importantes fatores da evolução da sociedade. Sempre trazendo serviços de utilidade pública e inúmeros bens para a sociedade.

Você ainda tem alguma dúvida sobre o processo de industrialização? Faça um comentário para que possamos tirar seus questionamentos.

O desenvolvimento industrial brasileiro se deu lentamente e somente aconteceu após o rompimento de obstáculos e de medidas políticas, como nos governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubistchek, que foram imprescindíveis para que as indústrias se proliferassem no Brasil. Pois, os longos anos em que o território brasileiro foi colônia portuguesa, a economia se restringiu à prática da agricultura conhecida também como monocultura, isto é, o plantio de um único tipo de produto, como o açúcar.

A coroa portuguesa proibia a instalação do comércio manufatureiro no Brasil para justamente impedir o crescimento de sua colônia, para que ela continuasse somente fornecendo produtos agrícolas para o mercado externo. Porém, foi a partir do processo de independência do Brasil que iniciaram pequenas mudanças econômicas, principalmente, na metade do século XIX, com o desenvolvimento da economia cafeeira em que os altos lucros propiciaram investimentos em outras atividades econômicas, como a indústria.

Foi nesse cenário dos grandes lucros da economia cafeeira que surgiram empresários como Irineu Evangelista de Souza (o Barão de Mauá), preocupados com o desenvolvimento das estradas de ferro, das cidades e de toda infraestrutura necessária para o crescimento do país. Contudo, as primeiras indústrias foram surgindo de maneira paulatina, no final do século XIX e início do XX, elas representavam ainda uma baixa participação na economia nacional.

Mediante a isso, o Brasil importava praticamente todos os produtos industrializados, pois suas indústrias não haviam desenvolvido o suficiente. A Europa, como a região do globo que mais se industrializava, não queria o desenvolvimento industrial brasileiro, pois perderia mercado consumidor. O Brasil, portanto, dependeu exclusivamente da economia agrícola até a metade do século XX e, por isso, enfrentou sérios problemas econômicos e políticos.

A crise de 1929 foi um exemplo da fragilidade da economia brasileira e também um aviso de que o país necessitava diversificar sua produção. Foi com a entrada de Getúlio Vargas em 1930 que o processo de industrialização tornou-se o eixo norteador das discussões e medidas políticas. Foi também na Era Vargas que importantes medidas aconteceram para o desenvolvimento industrial brasileiro.

Um exemplo da política varguista foi a construção da Usina de Volta Redonda no Rio de Janeiro como também as construções da Companhia Vale do Rio Doce, destinadas à exploração do minério de ferro em Minas Gerais, e da Petrobrás em 1953, que contribuíram bastante para o aceleramento do crescimento industrial.  Além disso, Vargas criou as leis trabalhistas preparando o país para a organização no crescimento das indústrias, como foi o caso da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.

O crescimento industrial ganhou maior dimensão a partir do governo de Juscelino Kubistchek (1956 – 1961) com a criação de medidas alfandegárias para a vinda de empresas internacionais para o Brasil. Esse período foi conhecido pelo seu otimismo no que tange ao crescimento da economia brasileira em que medidas como o Plano de Metas incentivaram a produção industrial.

Essa política do JK para estimular o crescimento industrial ficou conhecida como nacional-desenvolvimentista, ela concentrava suas atenções em investimentos na área de energia e de transportes. Para isso, JK utilizou o capital estrangeiro permitindo a entrada de empresas multinacionais para o Brasil, como a montadora de automóveis, Volkswagen.

Destarte, foram com essas medidas políticas do governo de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubistchek que a industrialização brasileira adquiriu vida própria e obteve um crescimento vertiginoso, principalmente nos últimos anos do século XX e início do século XXI.

Por Fabrício Santos

Graduado em História