UFPE Em qual diálogo está o Mito da Caverna

“A Grécia é o berço da civilização”. Essa conhecida frase nos remete ao nascimento do mundo ocidental, mais precisamente no séc. XX a.C., que presenciou o surgimento da civilização grega.

Como se não bastasse despontar a civilização ocidental, os gregos também foram responsáveis pelo surgimento da razão, do logos, da racionalidade como meio de conhecimento do mundo. A Filosofia, criada pelos gregos, pode ser considerada o início do conhecimento racional no mundo ocidental. Se os persas tivessem vencido os gregos durante as Guerras Médicas (séc. V a.C.), provavelmente o mundo, tal como nós o conhecemos hoje, não existiria.

Dentre os pensadores mais importantes do ocidente, sem dúvida alguma, citamos Platão e Aristóteles, talvez os mais importantes e influentes pensadores de toda a história. Para ser ter uma ideia dessa influência, o "Mito da Caverna", de Platão, é um dos textos filosóficos mais lidos e discutidos ainda na hoje, seja na universidade, nas escolas ou nas discussões mais intelectualizadas.

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O Mito da Caverna: os prisioneiros viam apenas sombras distorcidas da realidade. - Foto: A Alegoria da Caverna de Platão por Jan Saenredam, 1604, Viena.

O Mito da Caverna ou Alegoria da Caverna, foi narrado no livro VII da obra mais importante de Platão, “A República”. Nele narra-se o diálogo de Sócrates com seu amigo Glauco a respeito de uma das mais poderosas metáforas imaginadas pela filosofia, em que é descrito a situação geral em que se encontra a humanidade.

Acredita-se que esta obra foi escrita entre 380 e 370 a.C.

A Condição Humana

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- Foto: Otniel Souza

Platão utilizou a linguagem alegórica para mostrar o quanto os homens estavam presos a imagens, sombras ou preconceitos e superstições, como correntes ligadas aos seus corpos. Para descrever isso, ele remete à imagem de um grupo de homens que nasceram e cresceram dentro de uma caverna, imobilizados por correntes e obrigados a olhar apenas para a parede da caverna à sua frente. Ali, acorrentados e totalmente acostumados com esta situação, contemplavam o que achavam ser o mundo, a partir apenas das sombras refletidas no fundo da caverna por uma escassa luz que havia atrás deles.

O seu mundo ‘real’ era formado por sombras de estatuetas de homens, de animais, vasos, bacias e outros vasilhames, refletidas na parede da caverna. Como só podiam enxergar essas imagens distorcidas, concluíam que eram verdadeiras. A existência desses prisioneiros era inteiramente dominada pela ignorância e contentamento com o que é superficial.

Quebrando as correntes

Certo dia, um dos prisioneiros resolveu libertar-se e voltar-se para o lado de fora da caverna. No início, ao sair da caverna e das trevas que ali reinavam, ficou cego devido à claridade vinda de fora. Gradativamente, seus olhos foram se acostumando à claridade e vislumbraram um outro mundo, com natureza, cores, “imagens” diferentes do que antes considerada verdadeiro.

O universo da ciência (gnose) e o do conhecimento (episteme), por inteiro, se abria perante ele, podendo então vislumbrar o mundo das formas perfeitas ou o mundo da verdade, do conhecimento verdadeiro. Maravilhado com o conhecimento, ele voltou para dentro da caverna para narrar o fato aos seus amigos ainda acorrentados, com o intuito de também libertá-los, mas eles não acreditaram nele e revoltados com a sua “mentira”, acostumados a permanecerem na “zona de conforto”, ameaçaram matá-lo.

Com essa alegoria, Platão divide o mundo em duas realidades: o sensível, que é percebido pelos cinco sentidos, e o inteligível (o mundo das ideias), que se alcança apenas com a racionalidade, o pensamento puro, livre das 'trapaças' dos sentidos. O primeiro é o mundo da imperfeição, da ilusão, da mera opinião, do “eu acho”. O segundo é o mundo da verdade, do conhecimento, das ideias, das formas inteligíveis e perfeitas, dos conceitos, do “eu sei”. A mensagem de Platão ao mundo atual é que o ser humano deveria procurar as verdades em si, sem se contentar com as meras opiniões ou preconceitos. O homem deveria se empenhar em uma atitude de investigação, pesquisa, discernimento, aprofundamento, problematização, criticidade, enfim, se empenhar na atitude filosófica, para que consiga atingir o bem maior para sua vida, que só pode ser decorrência da verdade ou, pelo menos, da busca sincera e incessante por ele.No dia a dia, muitas são as cavernas em que nos envolvemos e nos encontramos, seja por comodismo ou alienação, e encontramo-nos enganados e submersos, sem nos darmos conta de que tudo é mera especulação ou ilusão. Assim, O Mito da Caverna, e a filosofia como um todo, é um convite permanente à reflexão e à vida digna.

Richard Garcia é professor de Filosofia, Sociologia e Atualidades do Percurso Pré-vestibular e Enem.

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A Alegoria da Caverna está em um diálogo de “A República”, obra de Platão, e fala sobre o conhecimento da verdade. Mito da Caverna ou Alegoria da Caverna é um diálogo platônico que alude à preponderância do conhecimento racional sobre o conhecimento vulgar. ... Trata-se de um diálogo travado entre Glauco e Sócrates, em que este conta uma história a Glauco para falar-lhe sobre o conhecimento humano. Platão também faz referência ao papel da filosofia. O filósofo é aquele consegue sair da caverna, mas por odiar a ignorância, sente compaixão e se vê obrigado a tentar libertar os outros, compreendidos como seus companheiros. O Mito da Caverna é também uma homenagem de Platão a Sócrates, seu mestre. A alegoria quer nos transmitir que a busca do conhecimento verdadeiro só ocorre quando abandonamos o mundo de ilusões e nos dirigimos ao mundo da luz da, da razão. Retirar os homens do mundo das ilusões e levá-lo ao mundo real, das formas puras e perfeitas da realidade. A alegoria já era discutida desde a antiguidade e foi muito utilizada nas narrativas mitológicas, com o intuito de explicar a vida humana e as forças da natureza. Para os gregos, ela significava um modo interessante de interpretação da vida. O mito explica a origem do Universo e dos seres por meio das relações ou rivalidades entre as divindades, enquanto a filosofia como o resultado de causas naturais, racionais e impessoais.

UFPE Em qual diálogo está o Mito da Caverna

O Mito da Caverna ou Alegoria da Caverna, foi narrado no livro VII da obra mais importante de Platão, “A República”. Nele narra-se o diálogo de Sócrates com seu amigo Glauco a respeito de uma das mais poderosas metáforas imaginadas pela filosofia, em que é descrito a situação geral em que se encontra a humanidade.

Qual a relação entre o mito da caverna e as redes sociais?

A relação do mito da caverna com a rede social vem do conhecimento que se tem dos prisioneiros da caverna que discutiam entre si sobre determinadas sombras que eram reproduzidas na parede da caverna. ... Aproxima-se um dos outros de acordo com cada vivência em seu ambiente social que estar inserido.

Como a alegoria da caverna funciona atualmente?

Na alegoria da caverna de hoje, cada ser é chamado a superar os seus medos, a olhar para frente e encontrar um sentido amplo para o seu universo. Como entendera complexidade do pensamento humano? Cada ser é uma livre explicação de si mesmo. O homem é feito de crenças, é feito de sonhos e de pura razão.

Por que podemos afirmar que o mito foi uma preparação para a filosofia?

O mito foi a preparação para a própria filosofia, pois os mitos foram a primeira maneira de que as pessoas encontraram para questionar os acontecimentos da época. Por meio desse questionamento as pessoas buscavam respostas nos mitos.

Como foi escrito o mito da caverna?

  • O Mito da Caverna, também conhecido como Alegoria da Caverna, foi escrito por Platão, um dos mais importantes pensadores da história da Filosofia. Através do método dialético, esse mito revela a relação estabelecida pelos conceitos de escuridão e ignorância, luz e conhecimento. Foi escrito...

Qual a simbologia da caverna?

  • O conto nos apresenta alguns ensinamentos através da simbologia. Dessa forma, a caverna pode representar nosso mundo interior, nossas limitações e "zona de conforto". Já os prisioneiros são todos os indivíduos, que na realidade vivem em um tipo de "escravidão inconsciente".

Como o filósofo consegue sair da caverna?

  • O filósofo é aquele consegue sair da caverna, mas por odiar a ignorância, sente compaixão e se vê obrigado a tentar libertar os outros, compreendidos como seus companheiros. O Mito da Caverna é também uma homenagem de Platão a Sócrates, seu mestre.

Qual a importância da alegoria da caverna?

  • Na Alegoria da Caverna, Platão faz uma crítica sobre a importância da busca pelo conhecimento e o abandono da posição cômoda gerara pelas aparências e pelos costumes.