Entende-se como Química ambiental o campo de estudos que tem por objetivo conhecer todos os processos químicos que ocorrem na natureza, seja de forma natural, seja provocado por alguma interferência humana. O alvo é gerar esclarecimento sobre todos os mecanismos que controlam a quantidade de substâncias na natureza. Sem sombra de dúvidas, essa área da Química está diretamente relacionada com diversas outras ciências, como Geografia, Ecologia, Geologia, Agronomia, Biologia, Toxicologia, entre outras. A Química Ambiental só foi criada no ano de 1994, mas há vários séculos o homem tem procurado estudar e entender os fenômenos químicos naturais e também aqueles provocados por ele mesmo, já que as modificações que essas ações provocam no ambiente sempre foram notadas. Veja alguns exemplos de resultados da ação maléfica do homem no ambiente:
Todas essas problemáticas ambientais citadas estão ligadas a ações desenvolvidas de forma direta pelo ser humano no meio ambiente, a saber:
Tendo em vista os malefícios de certas ações antrópicas, a Química Ambiental tem buscado desenvolver medidas que possam beneficiar o meio ambiente e, consequentemente, favorecer a sobrevida do ser humano. Para isso, são vários os seus focos de estudo:
Vários processos obtidos por estudos da Química Ambiental estão sendo implantados e muitos deles já começaram a melhorar a saúde do meio ambiente em certas regiões do planeta. Veja alguns deles:
Vale ressaltar que cabe a nós conhecer as propostas da Química Ambiental e, principalmente, desenvolver ações diárias que minimizem os danos provocados à natureza.
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Organização: Joel Penteado 1. Quantos tipos de eucalipto existem? 2. Quando o eucalipto foi introduzido no Brasil? 3. Quando se iniciaram os estudos sobre a cultura do eucalipto no Brasil? Os primeiros estudos com o eucalipto no Brasil só foram iniciados em 1904, por Edmundo Navarro de Andrade, no Horto Florestal de Rio Claro-SP, pertencente à Companhia Paulista de Estradas de Ferro. O crescimento da área de plantios florestais produtivos no País foi realmente marcante somente a partir da promulgação da Lei de Incentivos Fiscais ao Reflorestamento, ocorrida em 1966. A eucaliptocultura consolidou-se também graças ao Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), criado pelo Governo Federal, em meados da década de 1970. 4. Quais as principais vantagens de plantar eucalipto? De forma geral, espécies de eucalipto têm sido preferencialmente utilizadas devido ao seu rápido crescimento, capacidade de adaptação às diversas regiões ecológicas e pelo potencial econômico proporcionado pela utilização diversificada de sua madeira. A alta produtividade de madeira (média nacional de 41 m³ por hectare, em ciclos de corte de aproximadamente sete anos), com menores custos e maiores taxas de retorno do investimento conferem grande atratividade ao cultivo do eucalipto, garantindo alta competitividade de seus produtos nos mercados interno e externo. 5. Produtores rurais também tem benefícios com o plantio de eucalipto? A grande demanda de madeira para diferentes finalidades (serraria, laminação, carvão e celulose) vem contribuindo para o desenvolvimento do setor florestal e das comunidades rurais, já que o cultivo de florestas de eucalipto permite a todos os tipos de agricultores a diversificação de renda na propriedade, seja por meio de plantios puros (bosquetes) ou em sistemas de integração, como os sistemas silvipastoris, por exemplo. 6. Qual a finalidade da produção de madeira de eucalipto? O eucalipto é bastante versátil e pode ser usado com múltiplos fins: energia, celulose e papel, laminação, serraria, e outras utilidades pouco conhecidas da sociedade em geral, como medicamentos, cosméticos, tecidos, alimentos entre outros. 7. Onde é plantado eucalipto no Brasil? As áreas de plantios florestais com eucalipto no Brasil estão distribuídas em todo território nacional, sendo a região Sudeste (54,2%) aquela que apresenta maior quantidade de áreas plantadas, seguida pelas regiões Nordeste (16,4%), Centro-Oeste (12,2%), Sul (11,8%) e Norte (5,5%) (ABRAF, 2014). 8. Quais são as espécies de eucalipto mais plantadas no Brasil? As espécies mais utilizadas no momento, em função das características de suas madeiras, são: Eucalyptus grandis, Eucalyptus saligna, Eucalyptus urophylla, Eucalyptus viminalis, híbridos de E. grandis x E. urophylla e Eucalyptus dunnii (região sul do Brasil). Para a região Sul, também se destaca o potencial de utilização do Eucalyptus benthamii, devido à sua tolerância a geadas. 9. Quais são os benefícios que o setor de florestas plantadas oferece para a economia brasileira? No âmbito social, as atividades da cadeia produtiva do setor de florestas plantadas promovem a geração de empregos e renda na área rural e, ao fixarem as populações no campo, auxiliam na redução do êxodo rural. A estimativa total de empregos mantidos no segmento de florestas plantadas é de 4,23 milhões de empregos, somando diretos (0,6 milhão), indiretos, incluindo o setor primário e processamento industrial, e empregos resultantes do efeito-renda (IBÁ, 2015).
A atividade florestal, como qualquer empreendimento produtivo, apresenta uma série de custos inerentes à produção. Os custos de implantação e os coeficientes técnicos de um plantio com espécies de rápido crescimento, como o eucalipto, podem variar de acordo com a região a ser implantado. Os principais componentes de custo de um plantio são: • Número de mudas, que varia em função do espaçamento, determinando o número de plantas por hectare; • volume de insumos (fertilizantes e agrotóxicos); • serviços (mão de obra e mecanização);• custos de administração e da terra, que também podem impactar significativamente os resultados financeiros, se o povoamento florestal envolver grandes áreas.
Em um sistema de cultivo visando múltiplos usos para a madeira, o manejo é realizado por meio de um primeiro desbaste, onde se retira uma porcentagem de aproximadamente 40% das árvores entre 5 a 8 anos após o plantio. Neste desbaste se obtêm receitas pela comercialização de escoras para construção civil, energia e celulose, recursos esses que auxiliam na amortização das despesas de implantação e manutenção do plantio. No segundo desbaste, aproximadamente aos 12 anos após o plantio, haverá nova entrada de renda. No entanto, além do sortimento de madeira fina, haverá matéria prima para serraria. No corte final, aproximadamente entre 15 e 20 anos de idade, obtêm-se valores financeiros mais significativos, pois no sortimento estará inclusa madeira para laminação. Plantios de múltiplo uso devem ser implementados apenas se houver mercado e se o preço pago pelos produtos compense o investimento, tanto em operações como em imobilização do capital monetário e da terra.
Plantios de eucalipto visando à produção de madeira devem ser planejados com respeito à aptidão agrícola das propriedades rurais, bem como respeitando-se as Áreas de Preservação Permanente – APP, e Reserva Legal - RL, necessárias para manutenção da sustentabilidade e da qualidade ambiental dos agroecossistemas. Os plantios florestais de espécies exóticas, com a finalidade de produção e corte, localizados fora das APPs e RL, são isentos de apresentação de projetos, vistoria técnica e licenciamento ambiental para sua implantação. Quando for necessário recompor a vegetação que deve integrar a RL, mesmo que parcialmente, permite-se o uso temporário de até 50% de espécies exóticas (incluindo também, portanto, espécies de eucalipto), plantadas de forma intercalada com espécies nativas, com o propósito de recompor o ecossistema. Sistemas de produção que implementam práticas de conservação de solo e água, aliados à presença de APPs e RL, buscam atingir o equilíbrio econômico, social e ambiental das propriedades rurais. Para mais informações sobre adequação ambiental verificar o Código Florestal e leis afins (Lei 12.651, de 25 de maio de 2012 e Lei 12.727, de 17 de outubro de 2012).
23. Pode-se utilizar a madeira de eucalipto para mourões? A madeira roliça de eucalipto é bastante utilizada em construções rústicas, como mourões para cercas e postes. Em menor escala, são usadas em móveis rústicos, brinquedos de parques e outros. Nesses casos recomenda-se um tratamento preservativo, a fim de aumentar a vida útil da madeira.
A avaliação de danos por geada é uma atividade complexa, sendo que os danos variam em função da idade da planta, temperatura mínima atingida, e temperaturas prévias ao evento. Os danos também são influenciados por condições de aclimatação, condições microclimáticas e topografia. Os danos podem ser classificados em: • dano basal (canela de geada): mais comum em árvores jovens no início do inverno; • rachadura de geada: rachadura radial do tronco, do centro para a casca das árvores, comum em geadas severas. Ocorre principalmente em árvores mais novas; • danos no sistema radicular e mortalidade na fase de mudas (mortalidade na fase de mudas).
O clima da região de ocorrência natural dessa espécie é, de modo geral, quente e úmido, variando entre: • temperatura média máxima do mês mais quente: 24-32 °C; • temperatura mínima do mês mais frio: 3-17 °C; • temperatura média anual: 14-22 °C; • precipitação média anual: 690-2.480 mm.
Recomenda-se como padrão de muda apta ao plantio, os seguintes parâmetros: • Altura da parte aérea: 15 a 25 cm (mudas por sementes). • Diâmetro de colo: > 2 mm • Sistema radicular ocupando toda a área interna do tubete, com bom desenvolvimento e coloração branca.
Viveiros de produção de mudas florestais devem apresentar as seguintes características: • boa insolação e ventilação; • drenagem natural satisfatória; • disposição dos canteiros, cujo comprimento deverá estar preferencialmente no sentido norte-sul ou, pelo menos, com face norte (mais quente, ensolarada e protegida do vento sul); • canteiros livres de ervas daninhas; • sementes devem ser oriundas de procedência qualificada; • práticas de seleção e de descarte de mudas; • estar cadastrado nos órgãos legisladores competentes.
A amostragem de solo deve seguir alguns passos importantes: • Dividir a propriedade em glebas homogêneas, conforme as diferenças do terreno, ou seja, de acordo com o relevo (topografia), histórico de uso da área, cobertura vegetal, uso atual do solo, cor e textura do solo; • Para cada gleba devem ser coletadas amostras em separado; • Em cada gleba, coletar 15 a 20 subamostras de solo no terreno, colocando as subamostras dentro de um balde; • A coleta das subamostras deve ser feita em diferentes partes da mesma gleba, de forma que seja uma amostragem representativa das condições de fertilidade da área. Deve-se caminhar em "zigue-zague" por toda a área, coletando de forma aleatória em diferentes pontos do terreno.
A profundidade de coleta de amostras de solo para espécies florestais é de 0-20cm e 20-40 cm. Em alguns casos pode-se amostrar também de 40-60 cm a fim de verificar possíveis camadas subsuperficiais compactadas. Para plantas de lavoura, geralmente utiliza-se o padrão de 0-20 cm de profundidade. • Homogeneizar ou misturar manualmente as subamostras dentro do balde; • Coletar uma amostra composta, em torno de 500 g de solo; • Colocar em um saco plástico, fechado; • Colocar identificação: dentro e fora do plástico. Dentro pode-se colocar uma identificação com papel escrito a lápis e fora escrever com caneta especial no próprio plástico, etiquetar com fita adesiva ou "amarrar" uma etiqueta de plástico; • Informações básicas necessárias para identificação da amostra: nome do produtor, localização da gleba na propriedade (pode-se colocar algum ponto de referência, exemplo: parte alta da propriedade, próximo a casa, etc...), data de coleta, e se possível, para maior exatidão, as coordenadas geográficas da gleba amostrada (não inviabiliza a amostragem, mas facilita a identificação com precisão pelo técnico). • Encaminhar a um laboratório de análise de solos na região ou solicitar auxílio da assistência técnica.
O número de mudas necessárias para um plantio florestal dependerá basicamente de três fatores: - Área do plantio; - Espaçamento a ser utilizado; - Mortalidade das mudas. Por exemplo: Um produtor quer implantar um pequeno plantio para aproveitar uma área de 3 ha de sua propriedade. Ele optou por usar o espaçamento 3 m X 2 m, e conseguiu mudas que, segundo o fornecedor, tem aproximadamente 8% de mortalidade. 1º Calcula-se a área total em metros: Espaçamento 3 m x 2 m = 6 m² 3º Divide-se a área total do plantio pela área ocupada por cada muda: 30.000 m² / 6 m²= 5.000 mudas para 3 ha ou 1.666,66 mudas por ha 4º Considera-se a mortalidade: Das 5.000 mudas, foi estimada uma mortalidade de 8%. Portanto, para que após a mortalidade ainda restem 5.000 mudas, énecessário que se adquira 400 mudas a mais, que servirão para o replantio.
O plantio pode ser mecanizado, manual ou semimecanizado. • Plantio mecanizado ou semimecanizado: adota-se onde o terreno é plano, possibilitando o uso de plantadoras tracionadas por tratores. No sistema semimecanizado, as operações de preparo de solo e tratos culturais são mecanizadas, mas o plantio propriamente dito é manual. • Plantio manual: é adotado em áreas declivosas ou em situações onde não é possível o uso de máquinas agrícolas. Existem coveadoras mecânicas portáteis e plantadeiras manuais que facilitam o plantio manual, mesmo nestas condições.
A poda dos galhos, denominada tecnicamente de desrama, deve ser realizada até determinada altura do tronco para melhorar a qualidade da madeira, pois elimina a formação de nós provocados pelos galhos não retirados. A madeira sem nó apresenta maior qualidade e normalmente é melhor remunerada pelas serrarias. Em plantios puros, o momento correto de iniciar a desrama é quando as copas das árvores começarem a se tocar, geralmente na fase em que inicia a competição entre as plantas por luminosidade, e também quando forem observados ramos secos no tronco. Em sistemas silvipastoris, o critério para iniciar a desrama é quando mais de 60% das árvores atingirem 6 cm de diâmetro à altura do peito (DAP= 1,30 m do solo), sendo realizada a desrama deste ponto para baixo. Não se deve realizar a desrama antes da árvore atingir este diâmetro mínimo, pois pode atrasar o crescimento da árvore no sistema silvipastoril, em virtude da diminuição do volume da copa.
É muito importante realizar os cortes rentes à superfície do tronco, evitando a presença de tocos de galhos e ferimentos, pois estes podem servir de entrada para pragas e doenças. A desrama realizada de maneira adequada evita a presença de nós na madeira, agregando valor ao produto destinado à serraria. Para isso é muito importante: • Utilizar ferramentas adequadas: tesouras de poda, podões ou serrotes para plantios florestais acoplados a um suporte para facilitar os cortes em maior altura, ou mesmo tesoura elétrica; • Evitar ferimentos no tronco, pois estes podem servir de entrada para pragas e doenças; • Realizar os cortes rentes à superfície, a poucos milímetros do tronco; • Evitar deixar "tocos" ou pequenas porções do ramo podado no tronco; • De maneira semelhante à prática de desbaste, desramar árvores envolve custos. Assim, o produtor deve analisar em sua região se haverá mercado que remunere madeira "clear" ou sem nó.
Os principais sistemas de desbaste que podem ser aplicados às áreas de plantio são: • Desbaste seletivo; • Desbaste sistemático; • Desbaste misto.
No processo de desbaste, deve-se promover um bom aproveitamento dos espaços disponíveis no povoamento, evitando-se a formação de clareiras. Eventualmente, árvores menores, mas que tenham potencial para crescimento, devem ser mantidas. Na decisão quanto à idade, ao tipo e à intensidade do desbaste a ser aplicado, devem ser levados em consideração diversos fatores, especialmente os objetivos da produção e a maximização da rentabilidade econômica. O manejo mais adequado, por meio de desbastes, varia em função de fatores como: a) qualidade do sítio (solo, clima); b) material genético plantado; c) espaçamento inicial do plantio; d) densidade atual; e) objetivo da produção. Quando um destes fatores for alterado, o regime ideal de manejo também se altera. Além da finalidade da produção e existência de mercado, outro critério utilizado para saber quando realizar o desbaste é quando a taxa de incremento (crescimento) de madeira começar a diminuir. A diminuição na taxa de crescimento e no incremento de madeira pode ser um indicativo da competição entre as árvores por água e nutrientes do solo, e também competição por luminosidade na parte aérea (copa) das plantas, sendo um indicativo da necessidade de desbaste.
Para avaliação da taxa de crescimento das árvores, pode-se fazer um acompanhamento por amostragem em parcelas permanentes, medindo-se uma vez por ano (sempre no mesmo mês) o diâmetro à altura do peito (DAP a 1,30m) e a altura das árvores, os quais são necessários para calcular o volume total de madeira. O cálculo de volume de madeira da árvore em pé pode ser feito pela seguinte fórmula: V = h x DAP2 x 0,7854 x f • V = volume da árvore (m3); • h = altura da árvore (m); • DAP = diâmetro do tronco à altura do peito, medido a 1,30 m do solo (m); • 0,7854 = divisão π/4; • f = fator forma (comum entre 0,4 a 0,5 em eucalipto). A partir do cálculo de volume de diversas árvores (parcela amostral) pode-se calcular: • o incremento corrente anual (ICA), que refere-se ao crescimento em volume ocorrido no período de um ano; • o incremento de madeira médio anual (IMA), que refere-se ao resultado da divisão do volume pela idade da floresta.
• Preventivo Este método consiste em práticas simples que impedem a disseminação e estabelecimento de espécies potencialmente daninhas para os plantios. A limpeza dos equipamentos que foram utilizados em áreas infestadas e aquisição de mudas livres de plantas daninhas no substrato são exemplos. O método preventivo é indicado, principalmente, para áreas de plantio ou reforma que não contenham plantas daninhas altamente competitivas. • Consórcio com lavouras anuais Consiste da prática de cultivar lavouras anuais na entrelinha do eucalipto em seus estágios iniciais de crescimento. Este cultivo é realizado normalmente até o segundo ano, dependendo das condições de sombreamento. O plantio consorciado de eucalipto com culturas como milho, feijão, espécies forrageiras ou adubos verdes (aveia, ervilhaca, guandu, crotalária) apresenta bons resultados. No caso do cultivo de forrageiras nas entrelinhas, é importante manter uma faixa limpa nas linhas de plantio do eucalipto, para que não ocorra competição entre as espécies.• Pastejo É considerado um dos métodos mais antigos de controle de plantas daninhas. Os sistemas silvipastoris são formas de aproveitar a vegetação que cresce sob as árvores e mantê-las em densidade satisfatória.
b) Coroamento e capina O coroamento é a principal forma de controle do mato em plantios florestais. Trata-se da eliminação das plantas existentes em torno do local onde a muda será plantada. As formas mais comuns de realizar o coroamento são: -aplicação dirigida de herbicidas, capinas manuais e aplicação de mulching ou cobertura. Se o plantio for feito em covas, deve-se manter um círculo de 0,5 m de raio em torno da muda livre de plantas daninhas. As mudas devem estar livres de daninhas até mais ou menos um ano de vida. Assim, o coroamento deve ser realizado quando for necessário, até o final desse período. Quanto às capinas, elas são realizadas antes de outras práticas de manejo, como podas e adubação, além disso, favorecem o combate às formigas e diminuem o risco de incêndios nos plantios. As capinas podem ser realizadas manualmente com enxadas, enxadões e sachos ou mecanicamente com enxadas rotativas tracionadas por trator. A capina manual é utilizada em locais de declividade acentuada. Entretanto, mesmo em locais onde o acesso de máquinas é permitido, a capina manual é necessária nas linhas de plantio. As capinas mecânicas devem ser realizadas com especial cuidado em plantios jovens, devido à possibilidade de ocorrerem danos nas mudas. c) Mulching Nada mais é do que a prática de depositar, próximo às mudas, uma camada de um material sobre a superfície do solo, cobrindo-o. O material usado como cobertura pode ser orgânico ou inorgânico, com as características de ser permeável e opaco. Este método controla as plantas daninhas por bloquear a passagem da luz até a superfície do solo. Além do efeito de controle do mato, o mulching ajuda a conservar a umidade local pela redução da evaporação do solo. O mulching tem um efeito complementar à capina ou aplicação de herbicidas. Por isso, esta técnica pode ser utilizada após o coroamento, garantindo o controle da vegetação por mais tempo. A duração do efeito dependerá da decomposição do material utilizado. A espessura da camada necessária para um controle efetivo das plantas daninhas deve ter entre 5 e 10 cm, se realizada com materiais orgânicos. d) Roçada e) Aração, gradagem e subsolagem Aração e gradagem são práticas utilizadas no preparo do solo em área total, antes do plantio, e suprimem as plantas daninhas. Essas operações são onerosas e não contribuem com a conservação do solo quando realizadas em área total. Por isso, foram substituídas por práticas de cultivo mínimo, como a subsolagem na linha de plantio. Alguns subsoladores usados para plantios florestais estão sendo fabricados com dois discos de arado acoplados à haste. Esses discos mobilizam o solo e controlam as plantas daninhas na linha de plantio. A subsolagem rompe as camadas subsuperficiais de solo compactadas, o que favorece o estabelecimento adequado das mudas. Para complementar o efeito de controle, pode-se realizar aplicação de herbicida na linha de plantio ou capina manual.
Trata-se de uma estratégia que mescla os métodos de controle cultural, físico e químico, visando o desenvolvimento produtivo e ambientalmente correto. As etapas de controle de plantas daninhas na cultura do eucalipto são: 1. Dessecação em área total no pré-plantio (herbicida dessecante) 2. Preparo do solo na linha de plantio ou coroamento (controle físico ou herbicida dessecante) 3. Controle na linha de plantio no primeiro mês (coroamento por capina ou herbicida pré-emergente) 4. Controle na linha em torno de 3 ou 4 meses (capina ou herbicida com jato dirigido) 5. Controle em área total aos 6 meses (capina/roçada ou herbicida com jato dirigido) 6. Controle em área total aos 12 meses (capina/roçada ou herbicida com jato dirigido, conforme altura das árvores) 7. Controle em área total aos 18 meses (capina/roçada ou herbicida) 8. Monitorar a necessidade de controle baseando-se no sombreamento e intensidade de infestação para realização de tratos silviculturais e colheita.
Depois do plantio, o controle de formigas deve ser de forma localizada e realizado em até 30 dias. Posteriormente, é necessário realizar a manutenção do controle; para isso deve-se observar a presença de formigas cortadeiras e, ou de plantas cortadas, mediante a realização de inspeções semestrais, durante todo o ciclo das espécies arbóreas.
Considerando que a atual produção de mudas de eucalipto está baseada no sistema de canteiros suspensos, a adoção de medidas de higiene e práticas culturais permite que haja um bom controle e se minimize o uso de defensivos agrícolas. Assim, devem ser tomados os seguintes cuidados: • Ter um responsável técnico pelo viveiro (engenheiro agrônomo ou engenheiro florestal); • Sempre que possível, utilizar mesas suspensas para manter os tubetes a pelo menos 1 m de altura do solo ou recobrir o chão com cimento e brita ou material equivalente; • Manter os recipientes e caixas de suporte dos tubetes livres de patógenos, lavando-se com jato de água corrente e depois em solução de hipoclorito com 800 ppm de cloro ativo e novamente em água limpa; • Usar sementes limpas, sadias e certificadas; • Usar água de irrigação pura, de preferência de poço artesiano ou tratada, para não levar qualquer agente fitopatogênico ao viveiro; • Usar substratos naturalmente isentos de fungos fitopatogênicos ou considerados estéreis; • Seleção e descarte de folhas doentes e de mudas mortas, tão logo surjam nos canteiros; • Manter um adequado sistema e regime de irrigação para impedir a ocorrência de falta ou excesso de água; • Manter um bom espaçamento entre mudas para permitir um bom arejamento destas e dificultar o surgimento de doenças e sua disseminação; • Evitar sombreamento excessivo de mudas; • Aplicar adubação equilibrada nas mudas; • Somente aplicar fungicidas em situações extremas, de acordo com um diagnóstico de qual fungo está causando a doença e somente com os produtos registrados para a cultura do eucalipto.
1. Escolher as espécies de eucalipto recomendadas para a região de plantio; 2. Seleção de material genético resistente; 3. Fazer o plantio com mudas sadias e rustificadas; 4. Evitar o soterramento do coleto, colocando a muda na posição correta na cova ou sulco; 5. Fazer o monitoramento dos plantios, para detectar algum tipo de anormalidade ou doença. Caso seja necessário prescrever medidas de controle, sempre consultar um Engenheiro Florestal ou Engenheiro Agrônomo.
A colheita das árvores segue como base cinco passos técnicos fundamentais: • Derrubada da árvore - consiste em fazer o corte de entalhe direcional em forma de cunha, com uma abertura de 30 a 45º, voltado para onde se deseja que a árvore tombe, e posteriormente feito o corte de tombo do outro lado do tronco da árvore. Equipamentos: motosserra, habilitação para uso de motosserra e equipamentos de proteção. • Desgalhamento - retirada dos galhos com a árvore derrubada; • Arraste da tora - Retirada da árvore e transporte até o local de traçamento ou carregamento. Pode ser utilizado trator ou animais de tração, quando em pequenas áreas. • Traçamento da tora - separação das toras por comprimento e largura, a fim de facilitar o carregamento, conforme o produto final a que se destina a madeira. • Carregamento de toras e transporte de madeira - Coloca-se as toras em caminhões para transporte de madeira. São utilizados equipamentos especializados, caminhão autocarregável ou trator com grua, sendo em alguns casos manual ou por meio de cabos de aço.
Na colheita alguns cuidados essenciais devem ser tomados, como: • utilizar equipamentos de proteção individual (EPI): luvas, calça especial de motosserrista, coturno com biqueira de aço, capacete com protetor facial e protetor auricular; • durante o transporte, manter a motosserra desligada e o sabre voltado para trás; • realizar entalhe direcional primeiro, dando uma direção de segurança na derrubada da árvore; • não realizar corte de árvores em altura maior que o peito do operador (1,30 m); • manter motosserra sempre afiada e ajustada. Além destes cuidados básicos, é importante sempre buscar profissionais habilitados para manuseio dos equipamentos e especializados em colheitas florestais, de forma a evitar acidentes e tornar o processo de colheita mais eficiente, de acordo com o produto desejado.
Em plantios em áreas maiores, realizados por empresas florestais, onde a relação custo-benefício é favorável, a colheita geralmente é realizada de forma mecanizada, utilizando maquinário específico e agilizando a colheita florestal de forma mais rápida e eficiente: • fellerbuncher (derrubada das árvores); • skidder (arraste das árvores); • harvester (derrubada e processamento das toras); • forwarder (baldeio); • carregador florestal (expedição dos produtos para caminhão).
Existe um método denominado substituição de seiva. Essa tecnologia permite a pequenos, médios ou grandes produtores diversificarem e agregarem valor aos produtos oriundos dos recursos florestais. O agricultor poderá produzir mourões seja para suprir as próprias necessidades, seja para a comercialização, em pequena escala, da madeira preservada. O método da substituição de seiva, também conhecido como método da transpiração radial, consiste em substituir a seiva da madeira ainda verde pela solução preservativa. Mourões tratados corretamente podem durar entre 10 e 15 anos. É necessário que se observem todas as normas de segurança e todos os cuidados preconizados pelo método.
1. Os mourões devem ser verdes, abatidos no máximo 24 horas antes do início do tratamento. Devem, ainda, ser roliços, com no máximo 15 cm de diâmetro e 2,5 m de comprimento, e terem as extremidades cortadas em chanfro ou bisel. As cascas dos mourões devem ser removidas antes do tratamento; Dica: algumas ligeiras pancadas com martelo ao longo da peça podem facilitar a remoção da casca. 2. Com uma escova de aço, raspa-se a base do mourão que será imersa na solução preservante, até cerca de 80 cm de altura, para facilitar a absorção;3. Mede-se o diâmetro da base para cálculo de volume de solução a ser absorvido durante o tratamento.
Preparar uma solução a 2,5 %, em peso, com os ingredientes com as seguintes dosagens: • Dicromato de potássio ou sódio 1000 g • Ácido bórico 650 g • Sulfato de cobre 880 g • Ácido acético 25 ml • Água 100 l A proporção dos ingredientes é de grande importância e, portanto, não deve ser alterada em nenhuma hipótese. Para que haja uma total dissolução, diluir os produtos na água, agitando sempre, e nunca se deve colocar a água sobre os produtos.Para cálculo do volume de solução a ser absorvido pelos mourões utiliza-se os valores de diâmetro e comprimento medidos, conforme o exemplo: Para tratar um total de 9 mourões, todos com 2,20 m de comprimento, sendo que 5 deles têm diâmetro de 10 cm e os outros 4 têm diâmetro de 11 cm.
No quadro vê-se que o volume de solução a ser absorvido por um mourão de 2,20 m de comprimento e 10,0 cm de diâmetro é igual a 9,4 L e por um mourão com 11,0 cm de diâmetro é 11,4 L. Portanto, o volume total de solução preservativa que deverá ser absorvida pelos 9 mourões será: (5 x 9,4) + (4 x 11,4) = 92,6 L. Colocam-se todos os 9 mourões no recipiente e adiciona-se a solução preservativa. Repõe-se o volume de solução absorvida diariamente e anotam-se os respectivos valores. Deixam-se os mourões absorvendo a solução por tempo suficiente até que a soma dos volumes repostos seja igual a 92,6 L.
1. Colocam-se os mourões inclinados com as suas bases dentro do recipiente de tratamento e a parte superior apoiada em suportes. Os mourões devem ficar bem espaçados para permitir boa ventilação de todas as peças e o recipiente de tratamento deve ficar protegido da chuva; 2. Adiciona-se a solução preservativa de forma que atinja uma altura entre 35 e 80 cm, dependendo da altura do recipiente. Esse nível deverá ser mantido até o final do tratamento; 3. Adiciona-se um pouco de óleo queimado (cerca de 300 ml é suficiente) para formar uma película de óleo sobre a superfície da solução e evitar uma evaporação não desejada de água; 4. Verifica-se o nível da solução no recipiente com os mourões, repondo diariamente o volume absorvido. Anotam-se os volumes repostos para controle do teor de produtos impregnados na madeira. O tempo necessário para a absorção da solução dependerá, entre outras coisas, da temperatura e umidade do ar, assim como da ventilação dos mourões, podendo variar de 7 a 40 dias. Depois de completar o volume ideal de absorção de solução, pode-se virar os mourões de cabeça para baixo a fim de favorecer a penetração de solução no topo; 5. Depois disso, os mourões deverão ser empilhados à sombra e protegidos de chuva por pelo menos 40 dias, para secagem e fixação dos ingredientes ativos das soluções preservativas, e para reduzir ao mínimo as rachaduras. Os mourões com rachaduras muito severas poderão apresentar uma durabilidade menor.
O preservativo é formulado com compostos tóxicos e, portanto, deve ser manuseado com os mesmos cuidados dispensados aos inseticidas e fungicidas: 1. Guardar o preservativo e a solução fora do alcance de crianças e animais domésticos; 2. Evitar contato prolongado com a pele; usar luvas de borracha para proteger as mãos; 3. Não fumar ou alimentar-se durante as operações de tratamento sem antes lavar cuidadosamente as mãos; 4. Lavar a roupa de serviço após cada dia de uso; 5. Evitar aspirar o produto ou o pó de serragem da madeira tratada; 6. Lavar as mãos após a manipulação do produto e banhar-se ao fim do dia; 7. Proteger os olhos contra respingos; se eles forem atingidos, lavá-los com abundância de água corrente; 8. Em caso de acidente, consultar urgentemente um médico; 9. Jamais descartar os ingredientes e/ou solução preservativa em cursos d'água ou no solo. Guardar o restante para ser adicionado a uma nova solução preservativa ou colocar alguns mourões para absorver totalmente a sobra.
É importante considerar na propriedade rural a função ecológica das APPs e RL: • na preservação e conservação da biodiversidade; • preservação da flora e fauna; • conservação de recursos naturais (solo e água) em propriedades rurais e na região; • função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade e o fluxo gênico de fauna e flora; • funções de proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; Todos estes itens impactam de maneira positiva as propriedades rurais. Nem sempre seu valor é mensurado pois não existe recurso econômico envolvido diretamente, mas um recurso imensurável que são os serviços ambientais que beneficiam as propriedades.
• na integração dos sistemas de produção (sustentabilidade); • modificações das condições relacionadas ao microclima (proteção contra geadas, ventos frios, granizo, altas temperaturas, radiação); • possibilidade de conforto térmico e proteção dos animais (sombra); • controle da erosão do solo quando implantado em curvas de nível e associado a práticas conservacionistas do solo; • auxílio na recuperação de pastagens degradadas, com planejamento forrageiro; • serviços ambientais (fixação de carbono, ciclagem de nutrientes, biodiversidade); • adequação à tendência do mercado mundial (certificação e produção sustentável).
A introdução do componente florestal no sistema agropecuário é também uma alternativa para incorporar a produção de madeira ao empreendimento e obter renda oriunda do componente florestal. Entretanto, são sistemas que necessitam de planejamento, manejo e adequação às condições de cada local de cultivo. A madeira oriunda deste sistema pode ser utilizada principalmente para serraria, com maior valor agregado, quando planejada e manejada para este fim. Pode ser utilizada também para carvão e lenha, construção civil, entre outros usos, conforme as condições do mercado regional. As principais práticas de manejo florestal também envolvem a qualidade da muda, controle de formigas e plantas daninhas, adubação, desrama e desbaste. Em relação ao gado, o conforto proporcionado aos animais possibilita o aumento de produtividade, além da melhoria da qualidade das forrageiras.
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