Olá pessoal, chegamos ao nosso 4º livro da lista da Fuvest 2017. Particularmente esse é meu livro predileto entre as obras apresentadas. Sobre o autor e o livro , cito-o em um post nele apresento minha visão sobre essa obra magnífica! Porém nesse post, gostaria de enfatizar sobre o autor, o contexto histórico, resenhas, personagens e por fim um resumo baseado em sites como: Educação globo, Guia do estudante, Vestibular Uol e Mundo Vestibular. Através das informações apresentadas, será possível ter uma visão geral do que foi e o que é “ A cidade e as serras”…. Importância do livroA obra foi publicada um ano depois da morte do autor, em 1901, e seguiu a ideia principal do conto “Civilização”, também escrito por Eça de Queirós e publicado em 1892. A Cidade e as Serras marca a reconciliação do escritor com a sociedade portuguesa, depois de obras polêmicas como O Crime do Padre Amaro e Primo Basílio. Na narrativa é possível identificar a comparação entre campo e cidade, comum nas histórias do autor, assim como a relação entre a elite e a classe trabalhadora. É uma importante obra que marca a terceira fase de Queirós, mais pós-realista. O romance apresenta, na verdade, um notável sincretismo estético. Convivendo com o realismo-naturalismo, temos, por exemplo, o expressionismo, na descrição chocante da vida urbana, e o impressionismo, na suavidade e no colorido da paisagem campestre. PeríodoA narrativa remonta ao início do século XIX, quando viveram os antepassados do protagonista. Mas o núcleo da ação se desenvolve no final do século, sendo, portanto, contemporânea à publicação da obra. O século foi marcado, em Portugal, pela vitória dos liberais, partidários de uma monarquia moderada, sobre os absolutistas, que desejavam manter no trono o rei D. Miguel. Sobre o autorEça de Queirós dividia sua obra em três fases. Em seus primeiros livros, ainda apresentava grande influência romântica. Em um segundo momento, abraçou a causa realista-naturalista e escreveu narrativas exemplares da estética. Na terceira fase, sem abandonar o realismo, permitiu-se voos de imaginação que o conduziram às fronteiras do estilo. Essa fase final é bem representada em A Cidade e as Serras, uma de suas últimas obras. Foco narrativoEscrito em primeira pessoa, A Cidade e as Serras, como a maioria dos romances de Eça de Queirós, há um narrador-personagem, José Fernandes, o qual não se confunde com o protagonista da obra, Jacinto de Tormes. Este narrador coloca-se como menos importante do que o protagonista, como podemos perceber, por exemplo, no início da obra. Nos primeiros parágrafos do livro o narrador, em vez de apresentar-se ao leitor, coloca-se em segundo plano para apresentar toda a descendência dos de Tormes, até aparecer a figura de Jacinto. Além disso, dá-lhe tratamento diferenciado, parecendo idealizar Jacinto, na medida em que o chama de “Príncipe da Grã-Ventura”, conforme apelido estudantil do protagonista. PersonagensJacinto: francês rico que reencontra a felicidade em Portugal, terra de seus antepassados. ResumoEmbora muito inteligente e capaz, Jacinto vive do dinheiro herdado da família. Desde pequeno tudo dava certo em sua vida. Já adulto, elegante e culto, parece achar que os males humanos seriam curados com a volta das pessoas à vida no campo. De início, a maior preocupação de Jacinto era defender o progresso, a civilização e a cidade grande. Achava ele que ser civilizado era enxergar adiante, ver o futuro. José Fernandes (narrador e seu amigo) fica espantado quando reencontra Jacinto em Paris, em sua mansão na Avenida Campos Elísios (Les Champs Elysées), número 202. Há todo o tipo de modernidade e luxo, além de uma biblioteca com milhares de títulos dos principais escritores e cientistas do mundo. Convidado por Jacinto a morar em Paris, o narrador percebe (e nos conta) que Jacinto vai-se decepcionando com a superficialidade das pessoas com quem convive. Ele passa a conviver mal com o barulho da cidade, com o movimento e burburinho das pessoas em festas e reuniões e com a tecnologia, que sempre o deixa na mão. Os incidentes da vida moderna davam, na verdade, tédio em Jacinto. Seu criado fiel, Grilo, conta ao narrador que o mal de seu patrão “era fartura”. “O meu Príncipe sente abafadamente a fartura de Paris…”, diz ele. Jacinto, numa mudança existencial, passou a achar que Paris era uma ilusão, tudo era abafado e não havia grandeza na cidade: comerciantes, cortesãs, famílias desagregadas era a única realidade. Começa a filosofar, e o narrador nos conta o que ele dizia: “o burguês triunfa, muito forte, todo endurecido no pecado – e contra ele são impotentes os prantos dos humanitários…” Um dia Jacinto decide: mudará para Tormes, sua propriedade rural, onde seus avós estavam enterrados. Ambos os amigos partem então de Paris para as serras. Nosso narrador ainda diz que Jacinto afirmava que “encontrariam o 202 no interior”, contando, é claro, com o conforto daquela propriedade, um castelo. TormesAs coisas não dão tão certo: o advogado do milionário não o esperava chegar tão cedo, as malas da viagem ficaram perdidas e os dois amigos ficaram a pé para atravessar a serra. Pior: ninguém da casa sabia que eles viriam. Por isso não havia conforto, nada estava preparado. Irritado, sem saber viver sem conforto, Jacinto afirmou que iria a Lisboa. Mas Melchior, o caseiro, arranjou-lhes uma comida simples, sem taças de cristal nem porcelana. Começa a mudança do protagonista: “Diante do louro frango assado no espeto e da salada (…) a que apetecera na horta, agora temperada com um azeite da serra digno dos lábios de Platão, terminou por bradar: ‘É divino’.” Apaixonado pela nova vida, o dono da mansão do “202” em Paris ficará em Tormes, mesmo sozinho, pois seu amigo, o narrador, havia partido para outra cidade. Intrigado com essa espantosa decisão do amigo, José Fernandes volta a visitá-lo e o encontra forte, corado, “parecia um camponês”. Conhecendo a pobreza que há nos campos, Jacinto começa a cuidar dos humildes. Queria fazer benfeitorias, trazer certa “civilização” ao interior de Portugal. Numa das festas desse mundo interiorano, conheceremos também a ignorância e o atraso em que viviam os camponeses. Havia (nos conta o narrador) uma “mentalidade política atrasada, absolutista”, enquanto nas cidades havia novas doutrinas e teorias (como o positivismo, com o qual simpatizavam ambos, Jacinto e José Fernandes). Numa das visitas à família do amigo, Jacinto conhecerá a prima de Fernandes, Joaninha, uma camponesa típica. Apaixonado, o rico rapaz acaba casando-se com ela, tem dois filhos sadios e alegres. Depois de cinco anos de felicidade, o dilema existencial entre a “cidade e as serras” se resolverá, finalmente, pois chegarão à fazenda os caixotes antes embarcados em Paris e perdidos há anos. Jacinto aproveitará muito pouco do que há de “civilização” nas malas. E o narrador, depois de passar mais algum tempo em Paris, volta ao campo definitivamente, convencido de que Jacinto estava certo: era bem melhor a vida no campo. O livro termina desta forma: “E na verdade me parecia que, por aqueles caminhos, através da natureza campestre e mansa – o meu Príncipe (..), a minha prima Joaninha (…) e eu (…), tão longe de amarguradas ilusões e de falsas delícias (…), seguramente subíamos para o Castelo da Grã-Ventura.” Vários blogs e sites falam sobre esse grande escritor, ieda nos conduz a um universo riquíssimo demonstrando adjetivos e singularidades de Eça de Queiroz. Alfredo Monte nos faz uma análise do livro de uma forma interessante e esclarecedora. Link áudio livro Obrigado pessoal!! Até mais!! |