O que você entende por segregação socioespacial?

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No campo das ciências humanas, segregação espacial é a dignidade de grupos sociais ou étnicos dentro de um determinado retilíneo. Pode ocorrer em diferentes escalas, entre elas a infra-urbana, a urbana regional ou a nacional. Pode ser favorecida e legitimada socialmente, levando à formação de áreas segregadas, desiguais.

A segregação pode portanto obedecer a critérios de etnia, nacionalidade ou classe social e seu caráter espacial é fundamental. A segregação repousa antes de tudo, sobre um poder de excluir e frequentemente resulta da introdução de valores econômicos nas relações sociais […] [que] produz formas de poder se revelam favoráveis à sua expressão espacial.[1]

Historicamente e em particular do século XVIII ao século XIX, a segregação foi considerada como instrumento de regulação social e de gestão urbana nas cidades na Europa.

A ausência de segregação política não exclui a segregação espacial. Nas metrópoles brasileiras, predomina a segregação por classe social. Segundo o urbanista Flávio Pinto, (…) a segregação é um processo segundo o qual diferentes classes ou camadas sociais tendem a se concentrar cada vez mais em diferentes regiões gerais ou conjuntos de bairros da metrópole..[2]

Quanto maiores diferenças de renda entre grupos e classes sociais, maiores as desigualdades das condições de moradia e de acesso a serviços públicos. A segregação pode ser reforçada pelo próprio poder público, quando prioriza investimentos nas áreas ocupadas pela população de mais alta renda, negligenciando ou simplesmente ignorando a parte ocupada pelos mais pobres. O Estado pode, no entanto, promover a qualificação das áreas mais carentes - através de investimentos em habitação e infraestrutura, transportes, segurança, educação, saúde, lazer e cultura - atenuando a segregação espacial.

(…) Os bairros das camadas de mais alta renda tendem a se segregar (os próprios bairros) numa mesma região geral da cidade, e não a se espalhar aleatoriamente por toda a cidade. (…)

— VILLAÇA[2]

A criação de condomínios fechados é o exemplo mais frequente de segregação no espaço urbano. Impulsionada pelo medo da violência e pela busca de segurança e tranquilidade, esse fenômeno resulta em redução dos espaços públicos, ao restringir o acesso a determinadas áreas da cidade. Um outro exemplo, mais recente, é a construção de muros em torno de áreas consideradas inseguras ou perigosas, na cidade do Rio de Janeiro, que segrega comunidades inteiras.[3]

  • Bantustão
  • Muro da Cisjordânia
  • Segregação socioespacial em Manaus
  • Muro da vergonha
  • Racismo ambiental
  • Vitalidade urbana

  1. Guy Di Méo, Géographie sociale et territoire, Nathan Université, 2001 p. 260)
  2. a b VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP: Lincoln Institute, 2001, p. 142 (grifo no original), apud Renato Saboya. «Segregação espacial urbana"». Urbanidades.arq.br 
  3. Jamil Chade (6 de maio de 2009). «ONU critica construção de muro em favelas do Rio». Estadão. Estadão.com.br 

  • CALDEIRA, Teresa Pires do Rio Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. Edusp/Ed. 34, 2000.
  • COELHO, Marcos de Amorim; TERRA, Lygia. Geografia do Brasil, 5ª ed. São Paulo: Moderna 2002.
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Segregação é o ato de segregar, de por de lado, de separar, isolar ou apartar.

Segregação é o processo de dissociação mediante o qual indivíduos e grupos perdem o contato físico e social com outros indivíduos e grupos. Essa separação ou distância social e física é oriunda de fatores biológicos e sociais, como raça, riqueza, educação, religião, profissão, nacionalidade etc.

Segregação racial é uma política que objetiva separar e/ou isolar no seio de uma sociedade as minorias raciais ou um grupo étnico específico. Na segregação racial os indivíduos ficam restritos a uma região delimitada, ou são criadas barreiras de comunicação social. Na segregação racial as pessoas ficam impedidas de usufruir dos seus direitos dentro da sociedade.

Um dos maiores exemplos de segregação racial foi o Apartheid, que ocorreu na África do Sul, onde os negros eram discriminados e foram criadas leis para não frequentarem os mesmos ambientes que os brancos. Depois de séculos, sob a liderança de Nelson Mandela, a luta contra o apartheid foi vitoriosa.

Outro famoso exemplo de segregação racial aconteceu nos Estados Unidos, com leis e atos declaradamento rascistas, em que afrodescendentes eram discriminados, não tendo os mesmo direitos das outras pessoas. Nos transportes, por exemplo, as pessoas negras tinham que se sentar obrigatoriamente na parte de trás do ônibus.

Segregação Espacial e Urbana

A segregação espacial e urbana é quando as classes sociais ficam concentradas em determinadas regiões ou bairros de uma cidade. Essa segregação ocorre em locais onde há uma grande diferença de renda entre os grupos, uns possuem todas as condições de moradia e serviços, e outros não possuem nada parecido.

Há críticas a muitos governos devido a segregação, uma vez que os próprios geralmente priorizam os investimentos e melhorias em áreas onde concentra-se a população com maior renda, aumentando assim a segregação, e ignorando as partes mais pobres da cidade. Os condomínios fechados são um grande exemplo de segregação urbana, uma vez que as pessoas buscam por segurança e tranquilidade, fazendo com que elas vão para determinadas áreas da cidade, e construindo muros para proteger as áreas perigosas, aumentando ainda mais a segregação.

Segregação em Biologia

Em biologia, a segregação está na área da genética, uma vez que é designada a separação dos cromossomos do pai e da mãe. A segregação reúne as unidades hereditárias, que são transmitidas para os filhos, constituídos por DNA. A biologia criou então a lei da segregação, que diz que cada caráter dos filhos é condicionado aos genes dos seus pais.

Segregação em Geologia

Na geologia, segregação refere-se a uma pequena parte de magma que ficou diferente das demais durante o processo de resfriamento, e é caracterizada por um acúmulo de diferentes elementos da rocha.

Toda cidade tem um espaço urbano fragmentado e com diferenciação em sua forma e função. Em muitas cidades, principalmente os grandes centros urbanos, existem diversos “centros” dentro de um mesmo espaço urbano: comerciais, industriais, de lazer, de moradia, etc. Dessa maneira, o espaço urbano vai se fragmentando cada vez mais.

Mas não só no aspecto econômico a cidade vai se fragmentando. No aspecto social também. Na verdade, o social e o econômico estarão sempre unidos. O poder público tem grande responsabilidade por essa fragmentação urbana. Em vez de buscar manter certa homogeneidade entre os espaços da cidade, ele faz o contrário.

Assim, determinados espaços da cidade possuem melhores condições de infraestrutura e outros não. Algumas partes da cidade recebem bom tratamento de esgoto, rede de água, iluminação pública e transporte coletivo de qualidade. Em outras partes, a população residente não tem asfalto, coleta de lixo, tratamento de esgoto, água encanada, etc.

Logicamente, os bairros e os lugares com melhores condições de infraestrutura serão mais valorizados economicamente e se localizarão próximos ao centro da cidade. A população mais pobre não consegue residir nesses locais por não conseguir comprar ou mesmo alugar uma casa nesse bairro valorizado. Espacialmente, os bairros menos valorizados estão localizados na periferia da cidade, lugares distantes do centro (onde se encontra a maior parte dos serviços e comércio).

Ocorre ainda outro processo complementar: além de ser obrigada a morar em lugares distantes, a população ainda sofre com a dificuldade de acesso a equipamentos públicos de lazer ou administrativos, tais como parques ou áreas verdes, hospitais, escolas, creches, praças, etc.

Esse conjunto de fatores é denominado segregação socioespacial. Ou seja, camadas de população são levadas a morar em lugares distantes, com dificuldades de deslocamento a lugares centrais, seja comércio ou local de trabalho, além de serem desprovidas de equipamentos públicos.

A segregação vai estar ligada, portanto, ao uso e ao preço do solo urbano, fazendo com que a população de camadas sociais mais baixas more em lugares longínquos do centro. Assim, existe a dificuldade de acesso aos bens e serviços do espaço urbano.

Esse fenômeno é facilmente perceptível na paisagem urbana. Olhe para sua cidade e veja como está ocorrendo a segregação socioespacial.

Uma forma de combater essa segregação é a sociedade civil se organizar e reivindicar seus direitos, previstos na Constituição Federal. Do contrário, esse processo só tende a se agravar.

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