Em que momento os sumérios centralizaram o poder

A História é uma disciplina que explica a passagem humana no Planeta Terra. Ela “começa” junto com o surgimento dos principais grupos de hominídeos, há cerca de três milhões de anos antes de Cristo (a.C.), e vai até os dias atuais, em constante atualização.

Para facilitar o entendimento das pessoas sobre tantos anos vividos pela humanidade, os historiadores ocidentais dividiram a História em períodos os quais acreditam que as comunidades e populações viviam momentos e conjunturas semelhantes.

Devido às influências europeias e francesas consolidadas nos estudos de História no Brasil e no mundo, aqui também utilizamos a divisão que você verá a seguir. Mas é importante compreender que essa divisão eurocêntrica merece reflexões e questionamentos sobre suas transições e destaques, por muitas vezes excluir ou ocultar a história dos povos africanos, asiáticos e americanos. 

Pré-História

A Pré-História compreende todo o período antes da invenção da escrita, por volta do ano 3.500 a.C. São milhões de anos de organização e evolução da convivência entre os grupos humanos, que estavam aprendendo a utilizar pedras e metais para inserção de utensílios visando a sobrevivência no cotidiano.

Neste período, o homem também aprendeu a utilizar o fogo e, para que pudesse realizar a agricultura no lugar de apenas coletar e caçar, desenvolveu técnicas de domesticação dos animais e trocou a vida nômade pela sedentária, se fixando e criando os primeiros modelos de civilizações.

Os principais períodos da Pré-História são o Paleolítico, Mesolítico, Neolítico e a Idade dos Metais.

Paleolítico

O período Paleolítico também é chamado de Idade da Pedra Lascada e se estende até aproximadamente 10.000 a.C., sendo dividido  em três fases: Inferior, Médio e Superior. É iniciado com a capacidade do homem de produzir instrumentos de pedra, que permitiam a caça, a coleta e a pesca ou a defesa contra outros predadores.

As marcas dos hominídeos desta época ficaram eternizadas nas pinturas realizadas nas cavernas em que viviam, onde eles registraram momentos do dia a dia e que também revelam possíveis rituais religiosos já existentes.

Mesolítico

O Mesolítico é um período de transição, com duração estimada que varia conforme a corrente histórica estudada, entre 10.000 e 8.000 a.C. Os efeitos, ou a própria existência do período Mesolítico, são mais evidentes nos povos afetados pelo fim da Era Glacial, que alterou o bioma e, por consequência, a forma de viver das comunidades humanas.

Neolítico

Também conhecido como Idade da Pedra Polida, o período Neolítico marca o início do sedentarismo humano e da criação da agricultura e pastoreio. Muitos historiadores veem o período como um momento revolucionário da humanidade, por ter transformado as relações de poder, trabalho e familiares dos grupos humanos. Se estende entre 10.000 a 4.000 a.C.

No Neolítico, as aldeias começam a se tornar as grandes civilizações da Idade Antiga. Há o desenvolvimento de um sistema econômico, divisões do trabalho, técnicas de cerâmica, moagem, a invenção da roda, tração animal e de vários sistemas para utilização no plantio e colheita.

Idade dos Metais

A Idade dos Metais é o marco final da Idade da Pedra, por caracterizar a descoberta humana do processo de fabricação de ferramentas e armas de metal, como cobre, bronze e ferro, por meio de técnicas rudimentares de fundição. A Idade dos metais atravessa a Pré-História e “termina” dentro da Idade Antiga, por volta de 1.500 a.C., com a descoberta do uso do ferro.

Idade Antiga

A Idade Antiga se estende de 3.500 a.C. com o surgimento da escrita cuneiforme até o ano 476 d.C. com a queda do Império Romano do Ocidente. A escrita cuneiforme foi a primeira da humanidade e criada pelos povos sumérios.

Algumas das principais civilizações estudadas na Antiguidade Oriental são os povos persas, hebreus, fenícios e egípcios. Já na Antiguidade Clássica, se estudam as civilizações grega e romana, que expandiram seus territórios por meio de grandes guerras. Com o declínio do Império Romano e com as invasões germânicas, é selado o fim da Antiguidade.

Idade Média

Este período se estende do ano 476 até 1453 e marca transformações importantes no continente europeu, marcado pelo desenvolvimento do sistema feudalista nas relações sociais, econômicas e políticas. A Igreja Católica também ganhou grande poder de influência na época. A queda de Constantinopla e o fim do Império Bizantino marcam o fim dessa era, com a transição do modelo ruralista e de exploração camponesa pela urbanização europeia.

Idade Moderna

A Idade Moderna se caracteriza pelo movimento de Renascimento europeu, com o mercantilismo abrindo as portas da transição do modelo feudalista para o capitalista, o que acabou culminando na urbanização e na Revolução Industrial inglesa. No campo da política, as monarquias absolutistas centralizaram o poder nas mãos do rei.

Vivenciada entre os anos 1453 e 1789, a Idade Moderna também foi palco da Revolução Protestante, da chegada dos europeus ao continente americano e posterior exploração das terras, da Independência dos Estados Unidos e da criação de teorias como o Iluminismo.

Idade Contemporânea

A Idade Contemporânea começa na queda da Bastilha, em 1789, e se estende até os dias atuais. O evento foi o marco da Revolução Francesa, com a ascensão da burguesia e consolidação das ideias iluministas. 

O mundo viu o desenvolvimento científico se expandir a níveis jamais vistos tão rapidamente. O capitalismo se consolidou como modelo econômico vigente e o poder político passou por grandes transformações. Regimes absolutistas caíram, dando lugar a monarquias constitucionais, regimes democráticos e também ditatoriais.

Novas ideologias, como o socialismo, surgiram e propuseram modelos diferentes das relações na sociedade com a política e economia, como aconteceu na Rússia. O mundo entrou em choque por duas vezes, em duas grandes Guerras Mundiais, mas também passou a se preocupar com os Direitos Humanos e a sustentabilidade. Novas potências surgiram, com a globalização e a Era Digital e da Informação ditando os rumos do desenvolvimento.

A matéria “Períodos da história” cai no vestibular?

Os períodos da História são essenciais para entender a disciplina como um todo e ir bem nos vestibulares, com as ideias e conceitos organizados em uma grande linha temporal.

O Enem requisita dos participantes um conhecimento interdisciplinar e que vai além de apenas decorar datas, portanto, foque em compreender o que acontece em cada período histórico e como acontece a transição entre eles.

Por falar no Enem, você sabia que algumas faculdades aceitam que você use a nota que tirou nele para ingresso direto, sem precisar fazer outro vestibular? E ainda oferecem bolsas de estudo para facilitar a sua entrada e permanência até o fim do curso. Vale a pena conferir na lista abaixo as condições oferecidas por cada uma das faculdades:

Todas elas são certificadas e autorizadas pelo MEC para que você termine o curso com um diploma válido e aceito no mercado de trabalho, com empregabilidade garantida.

Confira também estes outros assuntos:
Como foi vinda da Família Real para o Brasil
Saiba quais são e como estudar as 4 áreas do conhecimento do ENEM 

Você já se pegou pensando como seria viver em um outro período da humanidade? Agora que o conteúdo está bem fresco na sua mente, conte pra gente qual desses períodos da História é o seu preferido!

Os assírios foram um dos povos que habitaram a Mesopotâmia e, assim como os acádios e os caldeus, conseguiram construir um grande império centralizado na região. O império construído pelos assírios destacou-se dos demais por ter sido o maior desenvolvido na Mesopotâmia. O domínio assírio perdurou, aproximadamente, de 1300 a.C. até 612 a.C.

Desenvolvimento do Império Assírio

Os assírios fixaram-se na região norte da Mesopotâmia a partir da construção da cidade de Assur, por volta de 1900 a.C. Alguns historiadores sugerem que essa cidade existia desde o terceiro milênio a.C. e que, em 1900 a.C., aconteceu sua reconstrução. Durante grande parte do segundo milênio a.C., os assírios foram controlados por outros povos mesopotâmicos, como os hurritas.

Por volta de 1300 a.C., os assírios conquistaram sua independência após os hurritas serem derrotados pelos ataques dos hititas. A partir disso, os assírios iniciaram um processo de conquista que foi responsável por transformá-los em um poderoso império, que consolidou seu poder graças à força de seu exército.

Ao longo da história assíria, destacaram-se Nínive, Assur e Nimrod como as principais cidades mesopotâmicas, embora a Babilônia dominada por eles continuasse sendo a maior cidade da região. Um dos mais conhecidos reis assírios foi Assurbanipal, responsável por construir a Grande Biblioteca de Nínive, que continha milhares de tabuletas em escrita cuneiforme.

Estudos bíblicos apontam que a cidade de Assur foi fundada por Assur, filho de Sem e, portanto, neto de Noé. Assim que se instalaram na Mesopotâmia, os assírios falavam acadiano (idioma dos acádios), no entanto, com o tempo, adotaram o aramaico como idioma principal. Eles também fizeram largo uso da escrita cuneiforme desenvolvida pelos sumérios.

Exército assírio

Os assírios constituíram uma sociedade extremamente militarizada que era governada por uma aristocracia guerreira. Com o processo de expansão de seu império, os reis assírios transformaram o exército assírio no primeiro exército profissional da história da humanidade, portanto, seus guerreiros eram contratados e pagos única e exclusivamente para se aperfeiçoarem para a guerra.

Além de serem profissionais, os exércitos assírios ficaram conhecidos por suas exímias táticas de batalha, pelo desenvolvimento de ótimas armas de cerco, pelo uso de armas de ferro e pela brutalidade com a qual tratavam seus adversários. Esse exército também conseguiu articular perfeitamente o uso de soldados de infantaria, apoiados por cavalaria e arqueiros em batalha.

Graças a essa excelente organização militar, os assírios conseguiram formar o maior império mesopotâmico, dominando regiões distantes da Assíria como o Egito. Para manter os povos conquistados sob seu controle, os assírios utilizaram-se da violência e do terror. Essa estratégia acabou transformando-se em uma espada de dois gumes, pois, ao mesmo tempo em que essa violência aterrorizava os inimigos, ela também servia para aumentar o ódio dos dominados contra os dominadores e contribuiu para que os assírios tivessem de lidar constantemente com rebeliões em seus territórios.

Entre as táticas utilizadas pelos assírios contra os povos dominados, destacava-se o deslocamento de população. Dessa forma, ao conquistar determinada região, os assírios levavam, muitas vezes, toda a população dominada para espalhá-la por seu território, enviando os prisioneiros para diferentes partes do império. Isso fazia com que as culturas conquistadas fossem desagregadas e impedia tentativas de rebelião organizadas. As deportações também visavam enviar os prisioneiros com habilidades específicas para locais onde seu trabalho poderia ser aproveitado de alguma forma.

Além dessas transferências populacionais, os assírios esfolavam prisioneiros vivos e colocavam suas peles à mostra em determinado local das cidades conquistadas. Essa prática também incluía a decapitação e a exposição das cabeças dos prisioneiros. Outra prática comum do exército assírio era o empalamento, que consistia em matar o prisioneiro enfiando uma lança através de seu ânus.

Como dito, essas estratégias mantinham os povos dominados sob constante clima de terror, no entanto, motivava-os a rebelarem-se constantemente contra o domínio tirânico dos assírios. Inclusive, a decadência dos assírios aconteceu a partir de uma rebelião na cidade da Babilônia, na qual os caldeus, juntamente com os medos (povos originários da região atual do Irã), derrotaram os assírios e destruíram totalmente a cidade de Nínive.

*Créditos da imagem: FotoGraphic e Shutterstock