Curiosidades sobre a música A volta da Asa Branca

“A Volta da Asa Branca” conta a história do retorno do retirante e da sua nova vida no Nordeste: “A seca fez eu desertar da minha terra, mas felizmente Deus agora se alembrou de mandar chuva pr'esse sertão sofredor, sertão das mulher séria e dos homens trabalhador”. Luiz Gonzaga Zé Dantas A volta da asa branca/Compositores Disco 78 rpm / Título da música: A Volta da Asa Branca / Zé Dantas (Compositor) / Luiz Gonzaga (Compositor) / Luiz Gonzaga (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1950 / Nº Álbum: 80-0699-A / Lado 2 / Gênero musical: Toada / Baião. CD Luiz Gonzaga Pode ser encontrada no CD Luiz Gonzaga, 50 anos de chão , conforme indica a fonte do texto da Leitura 1 deste capítulo, ou em outros CDs do cancioneiro popular. 2 Que história é contada na letra dessa canção? Temática. O tema da canção é a seca no Nordeste brasileiro que pode chegar a ser muito intensa, a ponto de fazer migrar até mesmo a ave asa-branca — Patagioenas picazuro, uma espécie de pombo também conhecido como pomba-pedrês ou pomba-trocaz. A seca obriga, também,o rapaz a mudar da região. É formada por estrofes de quatro versos, obtendo sempre o mesmo tipo de rima. No dia 3 de março de 1947 a dupla Luiz Gonzaga e Humberto Teixera compôs a canção que posteriormente viria a se tornar uma espécie de hino do sertanejo, batizada de “Asa Branca”. ... O nome Asa Branca surgiu a partir daí, durante seus longos voos, a ave exibe um traço branco nas asas. Luiz Gonzaga Humberto Teixeira Asa Branca/Compositores Na canção que leva o nome da ave, há um relato sobre o período de seca do nordeste, que todos os anos castiga os homens, a vegetação e os animais. Na letra, a asa-branca “bateu asas do sertão”, o que indica o quão severa estava a temporada de seca na região. Essa famosa canção interpretada pelo “rei do baião”, Luiz Gonzaga, retrata a realidade do povo nordestino que precisa migrar durante a seca e coloca em destaque a asa-branca que virou símbolo de esperança para o povo nordestino.

“Quando olhei a terra ardendo, quão fogueira de São João. Eu perguntei a Deus do céu, uai! Por que tamanha judiação?”. Esses famosos versos da composição de Humberto Teixeira são trilha sonora tradicional dos festejos pernambucanos. A poesia da música “Asa Branca”, que caracteriza tão bem a história de luta e resistência do povo sertanejo brasileiro, completa, neste mês de maio, 70 anos de seu lançamento. O rural nordestino não é mais o mesmo de sete décadas atrás. Por exemplo, o percentual de migrações diminuiu. Ao mesmo tempo, a música segue imortalizada, firme nas identidades sertanejas, ultrapassando fronteiras de territórios, estéticas e gerações.

Em 1947, a composição era desacreditada pelos donos da gravadora RCA Victor. A canção triste que retrata o ciclo das migrações do homem nordestino precisou de uma, digamos, forcinha, para que fosse aceita pela gravadora. “Luiz Gonzaga disse: ‘se não gravar essa música aqui, eu saio da RCA Victor’. E aí os Victors começaram: ‘não, manda ele gravar...’. Quando gravaram, a música deu esse estouro que foi”, declara José Mário Austragésilo, professor, comunicador social, escritor e ator.

Também autor do livro “Luiz Gonzaga: o homem, sua terra e sua luta”, José Mário afirma que um dos pontos marcantes na carreira de Luiz Gonzaga foi a valorização da identidade cultural local. Com esta marca, o Rei do Baião ganhou o mundo. “É a música representativa do povo brasileiro, da luta do povo brasileiro, desse grande compositor, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Asa Branca é a música mais importante do repertório dele. Claro que ele tem outras, mas Asa Branca é a grande bandeira da Música Popular Brasileira. Merece ser considerada o hino da MPB”, completa o escritor.

Do litoral ao sertão, Asa Branca sempre remete a alguma memória da vida e cultura de quem é pernambucano. Para Val dos Santos, uma trabalhadora que mora no Recife, ouvir e cantar Asa Branca representa o regaste a histórias de antepassados: “Eu sinto saudade do que eu não conheci. Lembrança de um passado que eu não conheci. Tristeza também por muitas coisas que a gente sabe, que não existe mais. E o que está se acabando por aí. O sertão é como se não existisse para o mundo aí fora. Os políticos não valorizam o nosso sertão”.

Próximo de Exu, cidade natal de Luiz Gonzaga, no município de Triunfo, no sertão do Pajeú pernambucano, o jovem Erisson Martins, além de estudar Agronomia, toca violão e canta um repertório musical variado. “Não é apenas uma simples música, com uma simples letra, com uma melodia. É uma belíssima poesia popular, que ficou muito bem encaixada dentro de uma estrutura melódica, muito bem feita pelo nosso Rei do Baião. É uma letra que retrata muito a vida do sertanejo, a vida das pessoas que moram no campo. A vida das pessoas que viveram aquela época na qual a música foi escrita”, afirma Erisson.

Décadas atrás, Manoel Mourão também deixou a região Nordeste rumo ao Sudeste e Sul. A situação foi diferente. Manoel Mourão é alagoano e ex-jogador de futebol. Nos gramados, ficou conhecido ao assumir a lateral-esquerda como Mourão. Ele fala sobre o sentimento de ouvir Asa Branca ao longo dos anos, em diferentes localidades: “Asa Branca é o hino do sertanejo. Sinceramente. Se canta em todo canto. É imortal. Ninguém jamais esqueceu. É espetacular. Principalmente naquele vozeirão de Luiz Gonzaga e de outros e outras da época”.

Mourão tem toda a razão. Diversas foram as vozes que cantaram Asa Branca. Além do próprio filho do Rei do Baião, Gonzaguinha, podemos listar alguns vários nomes da música popular brasileira que gravaram Asa Branca: Nelson Gonçalves, Maria Bethânia, Zé Ramalho, Tom Zé, Lulu Santos, Fagner, Caetano Veloso, Raul Seixas, Quinteto Violado… e muitos outros do Brasil ou do exterior. Asa Branca já foi gravada em inglês e até em japonês.

Luiz Gonzaga chegou, inclusive, a gravar uma continuação para seu hino sertanejo. “A Volta da Asa Branca” conta a história do retorno do retirante e da sua nova vida no Nordeste: “A seca fez eu desertar da minha terra, mas felizmente Deus agora se alembrou de mandar chuva pr'esse sertão sofredor, sertão das mulher séria e dos homens trabalhador”.

Edição: Monyse Ravena


Este artigo apresenta uma análise estilística da letra da canção A volta da asa branca, cantada por Luiz Gonzaga, também conhecido como o Rei do baião. Para tanto, embasamos nossas análises na perspectiva da estilística descritiva (BALLY, 1941, 1951; CÂMARA JÚNIOR, 1978; MARTINS, 2000; MONTEIRO, 2009), bem como mobilizamos estudos desenvolvidos à luz da sociolinguística (FONSECA, 2007; CASTRO, 2008; BAGNO, 2013) e da linguística textual (KOCH; BENTES; CAVALCANTE, 2008). Assim, intentamos descrever alguns dos recursos estilísticos presentes na letra da canção e observar como eles realçam e até mesmo constroem alguns dos sentidos, ideias presentes na letra da canção. As análises indicam o uso de recursos estilísticos como rimas, aliterações, assonâncias, alterações fonético-fonológicas, intertextualidade dentre outros. Juntos, esses fenômenos realçam: (i) a musicalidade de A volta da asa branca; (ii) reforçam os sentimentos de alegria, esperança e pertencimento ao sertão nordestino; (iii) buscam evocar variedades linguísticas que tendem a ser associadas ao falar do sertão nordestino e (iv) assinalam o diálogo da canção com outro grande clássico do discurso cancioneiro de Luiz Gonzaga.

Doutoranda e mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual do Ceará (UECE/2016). Graduada em Letras pela Universidade Regional do Cariri (URCA/2014). Atualmente, é  bolsista CAPES de doutorado. Atua na áre de Letras com ênfase em Linguístca, Sociolinguística Variacionista e Língua Portuguesa.

Doutora e mestre em Linguística pela Universidade Federal do Ceará. Graduada em Letras pela UNiversidade Estadual do Ceará. Professora adjunta do curso de Letras e da Pós-Graduação em Linguística Aplicada do Centro de Humanidades (CH) da Universidade Estadual do Caará.

Graduanda em Letras/Língua Inglesa pela Universidade Regional do Cariri (URCA). Atua na área de Letras com ênfase em Língua portuguesa, Língua Inglesa e Linguística Aplicada. Faz parte do Núcleo de Estudos em Linguística Aplicada (NUCLi) da URCA. Atualmente, é professora bolsita do Departo de Cooperação Internacional da Universidade Federal do Cariri (UFCA). Também leciona na Escola de Idiomas Wizard - Unidade do Juazeiro do Norte, Cariri.

v. 7 n. 14 (2017): Revista PERcursos Linguísticos

Asa Branca já foi gravada em inglês e até em japonês. ... “A Volta da Asa Branca” conta a história do retorno do retirante e da sua nova vida no Nordeste: “A seca fez eu desertar da minha terra, mas felizmente Deus agora se alembrou de mandar chuva pr'esse sertão sofredor, sertão das mulher séria e dos homens trabalhador”.

O que significa a palavra asa branca?

Asa branca é, na verdade, uma ave, também conhecida como pomba-pedrês ou pomba-trocaz. Além disso, essa ave representa a esperança para que chova, portanto, a sua fuga demonstra que não choverá por ali tão cedo.

Qual a mensagem da música asa branca?

Temática. O tema da canção é a seca no Nordeste brasileiro que pode chegar a ser muito intensa, a ponto de fazer migrar até mesmo a ave asa-branca — Patagioenas picazuro, uma espécie de pombo também conhecido como pomba-pedrês ou pomba-trocaz. A seca obriga, também,o rapaz a mudar da região.

Quantos versos e estrofes tem a música asa branca?

R.: O texto contém 10 estrofes. 6) QUAIS SÃO OS SENTIMENTOS EXPRESSOS NA MÚSICA? R.: Tristeza e esperança. 7) O CONTEXTO DA MÚSICA ASA BRANCA É O QUE OCORRE DURANTE A SECA NO NORDESTE.

Quais são os sentimentos expressados na música Asa Branca?

18) QUAIS SÃO OS SENTIMENTOS EXPRESSOS NA MÚSICA? R.: Tristeza, solidão e esperança. 19) O CONTEXTO DA MÚSICA ASA BRANCA É O QUE OCORRE DURANTE A SECA NO NORDESTE.

Qual é a mensagem transmitida pela canção amado?

Contar a história de uma amor proibido que deseja esquecer, mas quando pede a Deus só de pedir lembra.

Quantos estrofes tem na música?

Classificação das estrofes

Número de versosEstrofe
2Dístico
3Terceto
4Quarteto
5Quinteto/Quintilha

Quantas estrofes tem a letra de canção O Que É o Que É?

Os versos seriam as linhas de um poema. Na canção "O que é o que é" de autoria de Paulo Tatit conseguimos notar 4 estrofes. Só você é o seu par . Nota-se que a canção possui quatro estrofes.

Qual a história da Asa Branca?

  • Asa Branca é um retrato da realidade vivenciada por várias pessoas no sertão na época e mostra, acima de tudo, a força dessas pessoas. Uma curiosidade é que Luiz Gonzaga criou a segunda parte dessa história, que conta a volta do sertanejo a seu lar.

Quais são os significados das asas?

  • As asas simbolizam a liberdade, a leveza, a inteligência, a inspiração, o espírito, a alma, o céu, o divino. Significados e Simbologias das Asas Antes...

Qual a simbologia das asas?

  • As asas simbolizam a liberdade, a leveza, a inteligência, a inspiração, o espírito, a alma, o céu, o divino.. Significados e Simbologias das Asas. Antes de mais nada, as asas simbolizam, em maior parte, a espiritualidade, a libertação da alma, o alçar voo, na medida em que a leveza o transporte até o sagrado, o mais alto dos céus.