Como a erva doce e utilizada na medicina popular

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A espécie Pimpinela anisum é popularmente conhecida como anis ou erva-doce. É um vegetal oriundo do Oriente Médio, pertencente à família Apiaceae, seu cultivo e uso por egípcios, asiáticos e nativos das Ilhas Gregas data de mais de mil anos. Posteriormente, o Império Romano também se interessou pela planta e a incorporou em sua cultura, cultivando-a no Mediterrâneo, na França e na Inglaterra.

Como a erva doce e utilizada na medicina popular
Como a erva doce e utilizada na medicina popular

Anis (Erva-doce). Foto: Anna_G / Shutterstock.com

De alto poder medicinal, a espécie anis é consumida com o intuito de tratar algumas disfunções do organismo humano, atuando como tônico estomacal, regulador menstrual, liberador de flatos, facilitador de digestão, expectorante, entre tantas outras propriedades. As partes da planta mais utilizadas são as sementes, folhas e frutos e nelas são encontrados óleos essenciais, óleos fixos, açúcares, ácidos orgânicos, proteínas, colinas, flavonóides, esteróis e cumarinas.

Nas sementes são encontradas substâncias que atuam no combate ao mau hálito, na digestão dos alimentos, liberam os flatos e alguns estudos identificaram ainda que podem aliviar a asma. Se for elaborado um chá com essas sementes e funcho ou adoçado com açúcar e consumido sob a forma de xarope, poderão ser utilizados como um remédio para combater as secreções bronquiais e expectorá-las. O conhecimento popular diz que mastigar as sementes desta espécie combate o soluço e que as lactantes precisam ingeri-las, pois contêm aproximadamente 20% de proteínas que são importantes para os bebês.

As frutas de anis são aproveitadas pela indústria de bebidas que elaboram licores com esta essência. No setor de padarias e confeitarias essas frutas são utilizadas como decorativas, por conter um sabor intenso e um perfume característico.

Através da destilação é possível obter um óleo volátil que é  bastante usado para aliviar cólicas infantis e exterminar piolhos, simplesmente com uso tópico.

Outro atributo é a essência que é utilizada na fabricação de incensos, mas também é utilizada na indústria farmacêutica, especialmente como aromatizante de medicamentos.

Na culinária a espécie anis também é muito consumida, principalmente para temperar peixes e aves. Pode também estar presente em iguarias doces, como bolos e biscoitos.

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Anis (Erva-doce). Foto: pilialoha / Shutterstock.com

O uso de quaisquer partes desta planta, sob quaisquer formas, é  contra-indicado às pessoas que tenham alguma alergia a qualquer um dos componentes presentes. É também recomendado o uso apenas sob prescrição médica, pois esta evitará os excessos de doses e com isso os efeitos colaterais e, eventualmente, tóxicos.

Bibliografia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anis

https://web.archive.org/web/20130929051934/http://ci-67.ciagri.usp.br:80/pm/ver_1pl.asp?f_cod=10

1 INTRODUÇÃO Foeniculum vulgare Mill. É uma espécie herbácea da família Umbelliferae, nativa da região do Mediterrâneo e da Ásia Menor, amplamente distribuída em todo o território brasileiro. É conhecida popularmente como funcho ou erva-doce e usada na medicina como analgésico, digestivo, carminativo, diurético, expectorante, lactígeno, antiinflamatório, e antiespasmódico. (Avaliação biológica de Foeniculum vulgare (Mill.)). A Pimpinella anium L., também conhecida pelos nomes de anis-verde e anis, é atribuída origem asiática. A maior parte dos frutos secos (vulgarmente denominados de sementes) de Pimpinella, comercializados no Brasil, é importada, uma vez que são raros os cultivos no país. (www.cpatc.embrapa) Até agora, diversos estudos foram realizados em anis e várias propriedades, tais como antimicrobianos, antifúngicos, anti-viral, anti-oxidante, relaxante muscular, atividade analgésica e anticonvulsiva , bem como efeitos diferentes sobre o sistema gastrintestinal foram relatados de anis . Ela também pode reduzir a dependência da morfina e tem efeitos benéficos sobre a dismenorréia e menopausa afrontamentos em mulheres. Em pacientes diabéticos, anis mostrou efeito hipoglicemiante e hipolipemiante e reduzir a peroxidação lipídica. (Review of Pharmacological) O óleo essencial de Pimpinella anisum L. Apiaceae (óleo de anis) tem sido amplamente utilizada na medicina tradicional persa para tratar uma variedade de doenças, incluindo alguns distúrbios neurológicos. Este estudo teve como objetivo testar os anti-epilépticos e anti- hipóxia efeitos possíveis de óleo de anis. (Anticonvulsant and neuroprotective) Devido ao amplo espectro de efeitos farmacológicos, e muito poucos estudos clínicos de Pimpinella anisum, mais ensaios clínicos são recomendados para avaliar os efeitos benéficos desta planta em modelos humanos e síntese de novos fármacos a partir dos princípios ativos desta planta no futuro. (Review of Pharmacological) São Paulo - SP

2014


Como a erva doce e utilizada na medicina popular

FARMÁCIAS-VIVAS

Medicina popular obtém reconhecimento científico

O uso de ervas medicinais, muitas delas cultivadas no fundo do quintal, é uma prática secular baseada no conhecimento popular e transmitido oralmente, na maior parte das situações. É difícil encontrar alguém que não curou a cólica infantil com camomila ou erva-doce ou o mal estar de uma ressaca com chá de folhas de boldo, sem qualquer receita médica. Numa população com baixo acesso a medicamentos, como a brasileira, agregar garantias científicas a essa prática terapêutica traz variadas vantagens.

Esse é o objetivo do Projeto Farmácias-Vivas, criado em 1985 pelo farmacêutico Francisco José de Abreu Matos, da Universidade Federal do Ceará. O projeto é direcionado para a saúde pública, cujas plantas permitem, hoje, o tratamento de aproximadamente 80% das enfermidades mais comuns nas populações de baixa renda. A mais recente Farmácia-Viva instalada em outubro último em Viçosa, é capaz de atender também os municípios vizinhos, na Serra da Ibiapaba. Duas outras preparam-se para começar a atuar em Caucaia e Umirin, também municípios cearenses.

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Abreu Matos explica que 64 espécies de plantas medicinais disponíveis no nordeste já foram selecionadas e tiveram seu uso analisado cientificamente, de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde.

A escolha das plantas inicia-se a partir de um levantamento etnobotânico, seguido do levantamento bibliográfico e experimentação em laboratório. As informações geradas são organizadas em um banco de dados e, posteriormente, sua eficácia e segurança terapêuticas são avaliadas. Nessa fase, as variedades coletadas no campo são levadas para um horto de plantas medicinais, localizado no campus da UFC, onde passam pelo processo de domesticação e preparação de mudas, sob a orientação de um agrônomo, para mais tarde serem cultivadas nas hortas de cada farmácia-viva.

Nas farmácias-vivas, os medicamentos são preparados em laboratório de fitoterápicos sob responsabilidade de um farmacêutico especialmente treinado. Para sua administração, o princípio ativo é mantido nas plantas (e não isolado como faz a indústria farmacêutica) na forma de chás, xaropes, tinturas e cápsulas gelatinosas.

Entre os fitomedicamentos usados com eficiência já comprovada cientificamente, o pesquisador cita a tintura e o sabonete líquido de alecrim-pimenta (Lippia sidoides), preparações de elevado poder anti-séptico; o creme vaginal de aroeira-do-sertão (Myracrodruom urundeuva), usado com sucesso no tratamento de cervicite e cervicovaginite; assim como o elixir de aroeira, de ação semelhante às preparações de espinheira-santa, para tratar gastrite e úlcera gástrica e as cápsulas de hortelã-rasteira (Menthax villosa) eficiente medicamento contra amebíase, giardíase e tricomoníase.

Os bons resultados das farmácias-vivas motivaram o governo cearense a criar o Programa Estadual de Fitoterapia, nos moldes do projeto, que é hoje aplicado em cerca de 30 comunidades do interior, como complemento do Programa Saúde da Família (PSF). O projeto das farmácias-vivas está presente, também, em Brasília e nos municípios de Picos, no Piauí e Altamira, no Pará.

O pesquisador cita dois estudos recentes: com o melão-de-são-caetano (Momordica charantia L.), e com a planta antidiabética que é designada pelo nome de insulina-vegetal (Cissus cicyoides).

Germana Barata