A acesenção das classes populares aos mesmos padrões de vida

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Grupo: Arley Junior, Eduardo Faria, Lucas Morato, Mateus Felipe, Lucas Zólio, Renan Carrijo.

Algumas transformações que antecederam a Revolução Francesa podem ser exemplificadas pela mudança de significado da palavra “restaurante”. Desde o final da Idade Média, a palavra restaurant designava caldos ricos, com carne de aves e de boi, legumes, raízes e ervas. Em 1765 surgiu, em Paris, um local onde se vendiam esses caldos, usados para restaurar as forças dos trabalhadores. Nos anos que precederam a Revolução, em 1789, multiplicaram-se diversos restaurateurs, que serviam pratos requintados, descritos em páginas emolduradas e servidos não mais em mesas coletivas e mal cuidadas, mas individuais e com toalhas limpas.

Com a Revolução, cozinheiros da corte e da nobreza perderam seus patrões, refugiados no exterior ou guilhotinados, e abriram seus restaurantes por conta própria. Apenas em 1835, o Dicionário da Academia Francesa oficializou a utilização da palavra restaurante com o sentido atual. A mudança do significado da palavra restaurante ilustra:

A) a ascensão das classes populares aos mesmos padrões de vida da burguesia e da nobreza.

B) a apropriação e a transformação, pela burguesia, de hábitos populares e dos valores da nobreza. C) a incorporação e a transformação, pela nobreza, dos ideais e da visão de mundo da burguesia.

D) a consolidação das práticas coletivas e dos ideais revolucionários, cujas origens remontam à Idade Média.

E) a institucionalização, pela nobreza, de práticas coletivas e de uma visão de mundo igualitária.

Interessante questão que aborda um aspecto sociocultural significativo da Revolução Francesa: a ascensão da burguesia, ocupando o espaço de camada dominante até então preenchido pela nobreza. Visando legitimar sua nova posição, os burgueses procuraram incorporar hábitos e atitudes de refinamento até então privativos dos aristocratas; mas, simultaneamente, adotaram costumes populares que se lhe afiguravam convenientes, como a preparação de refeições nutritivas, com uma apresentação mais atraente.

RESPOSTA CORRETA: B


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Início Matemática Química Geografia Física Biologia

a) a ascensão das classes populares aos mesmos padrões de vida da burguesia e da nobreza.

b) a apropriação e a transformação, pela burguesia, de hábitos populares e dos valores da nobreza.

c) a incorporação e a transformação, pela nobreza, dos ideais e da visão de mundo da burguesia.

d) a consolidação das práticas coletivas e dos ideais revolucionários, cujas origens remontam à Idade Média.

e) a institucionalização, pela nobreza, de práticas coletivas e de uma visão de mundo igualitária.

11. (FGV) Entre 1814 -1815, representantes das nações europeias reuniram-se no chamado Congresso de Viena. As principais discussões desses encontros giraram em torno:

a) da adoção do Código Napoleônico por todos os Estados europeus, como forma de modernizar as instituições sociais e adequá-las ao desenvolvimento capita lista do período.



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MARIA APARECIDA PONTES

Pedagoga, graduada pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU)

Consultora pedagógica na área de publicações didáticas

História

Manual do Professor

4ª edição • São Paulo • 2016


Página 2

Edições Escala Educacional


Av. Profª Ida Kolb, 551 – 3° andar Casa Verde – São Paulo – SP CEP 02518-000 Tel.: (11) 3855-2201 Fax: (11) 3855-2189

www.escalaeducacional.com.br

© 2016 Edições Escala Educacional

São Paulo • 4ª edição • 2016

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Santiago, Pedro


Por dentro da História, 2 / Pedro Santiago, Célia Cerqueira, Maria Aparecida Pontes. – 4. ed. – São Paulo : Escala Educacional, 2016. – (Coleção Por dentro da História ; v. 2) Bibliografia. ISBN 978-85-377-1727-1 (aluno) ISBN 978-85-377-1728-8 (professor)

1. História (Ensino médio) I. Cerqueira, Célia. II. Pontes, Maria Aparecida. III. Título. IV. Série.

16-03716

CDD-907

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2 O mundo da razão

No século XVII já se observavam aspectos do que viria a ser o Iluminismo. Obras de René Descartes (1596-1650), John Locke (1632-1704) e Isaac Newton (1642-1727) evidenciavam a luta contra diferentes formas de tirania – moral, intelectual, religiosa e política.

Eles defendiam a criação de novas instituições e a valorização de uma atitude racional que conduzisse o ser humano a um caminho de progresso. Assim, criticavam os costumes e as instituições predominantes na época.

René Descartes, matemático e filósofo francês, destacava a importância de um pensamento lógico e racional na elaboração do conhecimento. Em um mundo no qual a fé explicava grande parte dos fenômenos da natureza, ele valorizava a capacidade de pensamento individual e a supremacia da razão.

O filósofo inglês John Locke introduziu o racionalismo no mundo da política, formulando ideias que contrariavam os princípios do Absolutismo. No livro Ensaio sobre o entendimento humano (1690), defendia a existência de uma bondade natural e afirmava que as pessoas podiam construir sua felicidade.

Schweinfurt, Coleção Georg Schaeffer

Antes, a leitura era feita muitas vezes em lugares públicos. Com o aumento das publicações e do número de pessoas letradas, o hábito passou para o espaço privado. O rato de biblioteca, de Carl Spitzweg, 1850.

Segundo Locke, todas as pessoas nasciam com determinados direitos naturais, entre eles o direito à vida e à propriedade. Para preservar esses direitos, as pessoas abandonaram o “estado de natureza” e constituíram, por meio de um contrato, a sociedade civil e o Estado.

Portanto, o Estado deveria garantir e defender os direitos naturais. O governante que violasse essa regra deveria ser deposto pelo conjunto da sociedade, a quem cabia o direito de rebelião.

Em outra área do saber, o matemático e físico inglês Isaac Newton, considerado o fundador da Física clássica, defendia que a compreensão da natureza podia ser expressa por leis que serviriam para desvendar todo o Universo. Cabia aos cientistas investigar e descobrir essas leis.

Isaac Newton elaborou a teoria da gravidade, também conhecida como lei da gravitação universal, apresentada em 1666. Anos depois (1687), apresentou a lei do movimento. Assim como os outros pensadores citados, Newton não negava a existência de Deus, afirmando que este se manifestava nas leis do Universo.




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4 Mudar para não perder o poder

No século XVIII, vários governantes procuraram adotar os princípios iluministas, sem abrir mão do poder absoluto. Conhecidos como déspotas esclarecidos, eles se destacaram na Espanha (Carlos III), na Prússia (Frederico II), na Rússia (Catarina II), na Áustria (José II) e em Portugal (Marquês de Pombal, durante o reinado de José I). Muitos déspotas mantinham estreitas relações com os iluministas, entre eles Voltaire, Diderot e D’Alembert.

Os déspotas esclarecidos procuraram racionalizar a administração do Estado e incentivar a educação.

The Bridge Man/Keystone

Vários governantes seguiam as tendências de seu tempo. Poetas encontram-se em um café, de John Eckstein, 1792.


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Estimularam as manufaturas e mantiveram rígido controle sobre os negócios com suas áreas coloniais, evitando o livre-comércio.

Alguns governantes combateram a influência da Igreja nas diferentes esferas da sociedade. Na Rússia, Catarina II submeteu a Igreja Ortodoxa ao poder real; Marquês de Pombal expulsou os jesuítas dos territórios portugueses. As cidades também passaram por transformações, como São Petersburgo, na Rússia, e Lisboa, em Portugal, destruída por um terremoto em 1755.

Muitas das medidas reformistas adotadas pelos déspotas esclarecidos contribuíram para abalar as estruturas dos governos absolutistas e para desencadear as revoluções que tomaram conta da Europa a partir do fim do século XVIII.

conexão presente

Onde está o novo?

No século XVIII, ser iluminista significava romper com os padrões existentes – sociais, políticos, culturais ou econômicos – e manter atitude militante, com o objetivo de transformar o mundo.

Hoje, existem várias propostas para construir um mundo diferente e superar o atual quadro de desigualdades sociais. Entre os novos conceitos estão o de comércio justo e o de consumo sustentável.

A ideia de comércio justo consiste em remunerar melhor todos os envolvidos no processo de produção, distribuindo de forma igualitária os lucros sobre determinado produto. A riqueza, assim, não ficaria concentrada em determinados lugares e pessoas; seria distribuída entre todos que colaboraram nas diferentes etapas para a fabricação da mercadoria, incluindo a produção ou coleta da matéria-prima.

O consumo sustentável, por sua vez, pressupõe estar atento para modelos de consumo que beneficiem a sociedade e a natureza. Significa, portanto, consumir apenas o necessário, cedendo o menos possível aos apelos da mídia e da publicidade, e optar por produtos que garantam emprego decente aos trabalhadores e que causem menos impactos no ambiente.




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2 O pioneirismo inglês

O século XVII, para os ingleses, foi marcado pela instabilidade política e por conflitos que ficaram conhecidos como Revolução Inglesa. Ao término desses movimentos, porém, a Inglaterra estava no rumo de se tornar a principal potência econômica do continente, tendo a França como rival mais importante. A condição havia sido alcançada graças a uma preocupação constante com a economia.

A partir das Grandes Navegações, os povos europeus enriqueceram com o comércio, sobretudo o colonial. No início do século XVIII, os ingleses controlavam um vasto império na América, na África e na Ásia, e lucravam com diversos acordos mercantis. Na Índia, por exemplo, adquiriam tecidos que eram revendidos com vultosos lucros na Europa e em outros continentes.

Essa atividade mercantil era amplamente apoiada pelo governo. Os mercadores ingleses contavam com uma legislação protecionista, uma política de incentivo à construção naval e exércitos prontos a intervir em defesa de seus interesses. Consolidou-se, assim, a maior frota mercante da Europa, com ampla inserção no mercado mundial. Esse cenário favoreceu o acúmulo de capitais na Inglaterra, o que seria fundamental para o início da Revolução Industrial, na segunda metade do século XVIII.



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Vida de operário

Muitos operários trabalhavam mais de 14 horas nas fábricas. Entre eles, estavam mulheres e crianças, que recebiam salários menores que os dos homens.

Ocorreu ainda o agravamento das condições de saúde dos trabalhadores. As longas jornadas de trabalho e as péssimas condições ambientais nas fábricas e moradias estavam entre as principais responsáveis pela situação. Agravaram-se, por exemplo, as moléstias pulmonares, a desnutrição e a fadiga crônica.

Ocorriam também muitos acidentes nos locais de serviço, envolvendo principalmente crianças, que resultavam em mutilação e incapacidade para o trabalho.

As populações das áreas industriais aumentaram. Com isso, o tamanho das cidades se multiplicou. Colaborou para o fato uma intensa explosão demográfica, provocada pela melhoria das condições materiais: a população inglesa, por exemplo, passou de cerca de 6,5 milhões de pessoas em 1750 para 27,5 milhões de indivíduos em apenas um século.

Bettmann/Corbis/Stock Photos

Bairro operário de Londres entre os séculos XVIII e XIX.

Página 26

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Em grupo

1. Façam uma pesquisa para saber:

a) o que é o Fórum Econômico Mundial e qual seu principal objetivo;

b) o que é a Quarta Revolução Industrial;

c) de que maneira ela pode impactar na escolha do seu futuro profissional.

2. Organizem e compartilhem com os colegas suas conclusões.

VOLTANDO AO INÍCIO, FECHANDO HIPÓTESES

Anualmente, a ONU, por meio do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), divulga relatórios que visam promover a reflexão sobre o desenvolvimento humano no mundo. Muitos desses relatórios focam questões ambientais. Você pode conhecer esses relatórios na íntegra, e os temas neles destacados, em . Acesso em: 13 mar. 2016.



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Independência dos Estados Unidos: para todos?

Uma revolução de ordem social se faz apenas por meio da mobilização popular. Assim foi o movimento de Independência dos Estados Unidos. No entanto, nem sempre todas as parcelas da sociedade acabam com seus projetos atendidos. Leia o texto a seguir.

[...] Tendo atrás a estátua do presidente Lincoln e à frente o obelisco que homenageia George Washington, em 28 de agosto de 1963 o pastor Martin Luther King Jr. fez um discurso histórico: “Eu tenho um sonho”. Combatendo o racismo da sociedade norte-americana, o futuro Prêmio Nobel da Paz usou uma imagem interessante para definir o episódio da Declaração de Independência dos Estados Unidos, de 1776: uma espécie de cheque a ser descontado pelas gerações futuras do país.

O líder dos direitos civis explicou que o cheque, levado ao banco por mãos negras, voltou com a marca “fundos insuficientes”. O discurso foi um protesto contra este estelionato, pois os afrodescendentes ainda lutavam por seu 4 de julho, 187 anos depois da ruptura com a Inglaterra. Em defesa do voto feminino, mulheres recorreram a argumentos semelhantes, assim como os conservadores do século XXI do TeaParty – grupo político republicano conservador – invocam o espírito da Independência ao proclamar suas ideias e projetos. [...]

KARNAL, Leandro. Sonhando com o inimigo, 3 nov. 2011. Em: Revista de História.com.br. Disponível em: . Acesso em: 13 mar. 2016.

CNP/Getty Images

Martin Luther King Jr. discursando em Washington D.C., Estados Unidos, 1963.



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Arguto observador

Ao lado das revoluções Industrial e Francesa, a independência dos Estados Unidos integra uma série de acontecimentos que mudou a face do mundo ocidental entre os séculos XVIII e XIX. Nessa época, vários observadores procuraram compreender o que acontecia e quais os rumos daquele mundo. Entre os mais argutos, encontra-se o francês Alexis de Tocqueville. Em 1831, ele viajou aos Estados Unidos para conhecer o regime político daquele país. No fundo, desejava encontrar um mecanismo para aprimorar a democracia, que considerava o futuro de toda a humanidade. Leia, na próxima página, um trecho do livro que resultou dessa viagem:

Arquivo Charmet / França

Alex de Tocqueville visitou os Estados Unidos com o objetivo de estudar o sistema prisional do país. Acabou fascinado pelas estruturas políticas, que descreveu em seu livro. Porto de Nova York, 1831.


Página 39

Essa sociedade nova, que procurei retratar e que desejo julgar, acaba apenas de nascer. O tempo de modo algum lhe fixou a forma; a grande revolução que a criou dura ainda e no que acontece em nossos dias é quase impossível discernir o que deve passar com a própria revolução e o que deve ficar depois dela. O mundo que começa a se erguer está ainda pela metade preso aos destroços do mundo que está caindo, e no meio da imensa confusão que apresentam os negócios humanos, ninguém saberia dizer o que restará de pé das velhas instituições e dos antigos costumes e o que acabará por desaparecer.

Embora a revolução que se processa no estado social, nas leis e nos sentimentos dos homens esteja ainda longe de seu término, já não seria possível comparar seus efeitos a nada do que se tenha visto anteriormente no mundo. Volto atrás de século em século até a antiguidade mais remota e nada encontro que se assemelhe ao que tenho diante dos olhos. O passado, não mais iluminando o futuro, faz com que o espírito marche nas trevas.

TOCQUEVILLE, Alexis de. Democracia na América. São Paulo: Nacional, 1969. p. 361.



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4 O Absolutismo agoniza

Vários estudiosos consideram a Assembleia Nacional Constituinte, que se estendeu de 1789 a 1791, como a primeira fase da Revolução Francesa. Nesse momento destacaram-se ações revolucionárias tanto dos burgueses quanto dos camponeses. Foram os trabalhadores pobres das cidades, os sans-culottes, com suas manifestações, por exemplo, que garantiram a radicalização do processo revolucionário.

Enquanto o movimento popular se alastrava, a Assembleia aprovou a abolição de inúmeras leis que marcavam o Antigo Regime. Em 26 de agosto, foi proclamada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Logo no primeiro parágrafo, ficava estabelecida a igualdade dos seres humanos perante a lei. Tratava-se de princípio radicalmente contrário à antiga sociedade, marcada por privilégios da nobreza e do clero. No entanto, não atribuía à nova sociedade qualidades democráticas ou igualitárias.

Nos artigos seguintes, dominavam os ideais burgueses, ao estabelecer, por exemplo, o pleno direito à propriedade privada. Todos os cidadãos adquiriam o direito de participar da elaboração das leis, pessoalmente ou por representantes eleitos de acordo com suas posses. O documento estabelecia ainda o respeito à dignidade dos seres humanos; o direito à resistência contra as arbitrariedades e a opressão política; e o direito de expressar opiniões livremente.

Outras medidas tomadas na Assembleia alteraram a ordem econômica: as propriedades da Igreja foram confiscadas para servir de garantia a uma nova moeda, o assignat. Ao mesmo tempo, os padres foram transformados em funcionários do governo, de acordo com a Constituição Civil do Clero, promulgada em julho de 1790. O papa Pio VI não acatou a decisão, e o clero francês se dividiu. Em 1791, foi proclamada a primeira Constituição francesa, inspirada na Carta promulgada nos Estados Unidos.

Museu Carnavalet, Paris

Os sans-culottes (literalmente, sem culote) eram assim chamados por não usarem roupas típicas dos nobres: calção curto (culote) e meias brancas até os joelhos. Eles andavam armados e tiveram grande importância na Revolução Francesa. Obra Saltimbancos e passantes na Pont du Change, Paris (em tradução livre), cerca de 1970.

Museu Carnavalet, Paris

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada em 26 de agosto de 1789. Imagem atribuída a Jean-Jaques François. Página 45




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5 Determine a importância da Revolução Francesa para:

a) o fim do Absolutismo;

b) a construção da sociedade industrial.

DEBATENDO A HISTÓRIA

Visão engajada

Albert Soboul é considerado um dos principais estudiosos da Revolução Francesa. Com uma visão engajada, ele influenciou vários estudos sobre o movimento, sobretudo aqueles que buscavam recuperar o papel dos grupos menos privilegiados. Leia um trecho de uma de suas obras mais conhecidas.

Escritores célebres, publicistas, autores anônimos lançam Ensaios, Cartas, Reflexões, Conselhos, Projetos. Target escreveu uma Lettre aus Etat Généraux, Camille Desmoulin, La France libre, panfleto veemente em favor de uma França onde não houvesse nem venalidade dos cargos, nem nobreza transmissível, nem privilégios fiscais:

“Fiat! Fiat! Sim, tudo isso vai-se realizar; sim, esta revolução abençoada, esta regeneração, vai-se cumprir; poder algum sobre a terra poderá impedi-la. Sublime efeito da filosofia, da liberdade e do patriotismo! Nós nos tornamos invencíveis.”

Toda essa literatura de propaganda, obra de homens da burguesia, refletia as aspirações da classe endinheirada, que só pensava em derrubar os privilégios porque eles eram contrários a seus interesses; a sorte das classes laboriosas, dos camponeses, dos pequenos artesãos, a preocupava menos.

SOBOUL, Albert. A Revolução Francesa. Rio de Janeiro: Zahar, 1964. p. 105-106.

Página 50

1. A partir do texto, identifique os dois grupos em conflito durante a Revolução Francesa. Depois, aponte o papel de cada um deles na Revolução.

2. Com base no texto, explique os elementos que davam à burguesia a confiança da vitória.

MÃO NA MASSA: OLHARES MÚLTIPLOS



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O fim de Napoleão

Nos territórios sob domínio francês foram implantados vários dos princípios consolidados durante a Revolução Francesa, sobretudo os pertinentes à ordem burguesa. Muitos governos absolutistas, assim, acabaram abolidos. A violência do domínio e da ocupação francesa sobre as populações conquistadas, entretanto, fez surgir movimentos de resistência, principalmente na Espanha e na Rússia.

O fracasso da campanha militar na Rússia foi decisivo para o declínio da política expansionista de Napoleão. Os exércitos franceses também se riam derrotados na Batalha de Leipzig, em 1813, por uma coligação formada por Prússia, Inglaterra, Áustria e Rússia. Paris seria ocupada por tropas estrangeiras no ano seguinte. Pelo Tratado de Fontainebleau, Napoleão aceitou deixar o governo francês em troca de uma pensão e do domínio sobre a ilha de Elba, próxima à sua terra de origem, onde deveria permanecer exilado.

A dinastia dos Bourbon, comandada por Luís XVIII (irmão do rei Luís XVI, guilhotinado em 1793), foi restaurada no governo francês. O ato não foi bem-aceito pela população, o que provocou grande instabilidade política. Meses depois, Napoleão abandonou o exílio e retornou à França, aclamado pela população e com o apoio de seus ex-comandados.



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ELABORANDO HIPÓTESES

1 Observe com atenção a gravura da página anterior. Nela, podemos identificar grupos distintos de africanos. Aponte as características que os diferenciam.

2 Como se pode explicar o fato de alguns africanos terem acesso a armas de fogo?

3 Pela gravura, é possível afirmar que o contato com os europeus alterou o modo de vida tradicional dos africanos? Por quê?

4 Se a mortalidade dos africanos vendidos como escravos para as Antilhas era tão alta como nos diz Grandpré, por que o tráfico de cativos não era interrompido?



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Para refletir...

1. O uso da imagem de personalidades e acontecimentos históricos em anúncios publicitários é um recurso eficiente para promover produtos? Justifique.

2. Com um grupo de colegas, pesquisem em livros e em sites pinturas que retratem Napoleão ou outros líderes da Revolução Francesa.

a) Elejam uma das imagens e criem uma peça publicitária para um produto da escolha de vocês. Desenhem o anúncio em uma cartolina ou façam uma colagem com recortes de revistas. Se preferirem, vocês podem fazer o anúncio de forma digital.

b) Escrevam uma justificativa para a escolha da imagem usada na criação da peça publicitária. Página 59




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O reino do Congo

Começava o ano de 1483 quando o explorador português Diogo Cão atingiu a foz do rio Zaire (hoje conhecido como rio Congo), onde travou contato com o mandatário local, que, como outros chefes da região, devia obediência a uma autoridade superior, o manicongo – uma espécie de rei que liderava uma confederação de aldeias, às quais oferecia proteção e auxílio em troca do pagamento de tributos e de exércitos para as guerras.

Estima-se que a população do Congo ultrapassava 2 milhões de habitantes no fim do século XV, a maior parte pertencente a grupos da etnia banto. As principais riquezas eram o cobre e o marfim, além do nzimbu, espécie de búzio que fazia as vezes de moeda e cuja exploração era monopólio real. Um comércio intenso de sal, metais, tecidos e produtos de origem animal garantia a prosperidade do reino e a riqueza de suas principais cidades.

Em 1491, o manicongo Nzinga Nkuvu converteu -se ao cristianismo e foi batizado com o nome do rei de Portugal, D. João. Seu sucessor, Affonso I, mostrou-se fervoroso cristão e se esforçou por estreitar os laços com os portugueses, de quem adquiriu muitos hábitos e comportamentos. A capital do reino, Mbanza Congo, passou a se chamar São Salvador.

O estabelecimento dessa aliança com os portugueses não era, contudo, desinteressada. O que o manicongo buscava era fortalecer o reino em relação aos vizinhos, apoiado nas contribuições técnicas e no auxílio militar português.

Todavia, essa aliança tinha um preço: à medida que o tráfico humano se intensificava e o escambo se ampliava, as elites tornavam-se cada vez mais dependentes daqueles artigos.

Desse modo, com a finalidade de obter maior quantidade de produtos trazidos pelos europeus, os chefes congoleses, em busca de cativos, passaram a investir continuamente contra reinos vizinhos e contra os povos que viviam no interior do continente. Não tardou para que encontrassem mecanismos para reduzir até mesmo seus pares à escravidão.

Os manicongos chegaram até a fazer esforços para conter o avanço da escravização. Contudo, esbarravam na resistência das elites, que não pretendiam abrir mão dos benefícios obtidos com o negócio do tráfico, e dos próprios traficantes nativos e europeus. A partir do fim do século XVII, a autoridade do manicongo decresceu sensivelmente e o poder político fragmentou-se. Paralelamente, aumentou a influência portuguesa na região, culminando com a ocupação do litoral e, a seguir, de São Salvador, no século XIX.

All Maps


Fonte: DUBY, Georges. Grand atlas historique. Paris: Larousse, 2008.

Mapa da África com a localização de seus principais reinos em diferentes períodos históricos. O reino do Congo está indicado na região da África centro-ocidental.



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Desde a Antiguidade, os povos africanos do norte faziam parte de uma extensa rede comercial que integrava todas as regiões ao redor do mar Mediterrâneo. Assim, no século XV havia intenso contato das populações da África com a Ásia e a Europa. Observe o mapa.

. Acesso em: 30 abr. 2016.

No mapa estão indicadas as principais rotas comerciais africanas em funcionamento entre os séculos IV e XV. Mercadorias provenientes de diferentes regiões da África eram negociadas entre aldeias e cidades, até chegar aos grandes centros comerciais (muitos deles formavam importantes reinos e impérios), de onde eram exportadas para outros continentes, sobretudo pelos mercadores muçulmanos.

Com a expansão do Islã no século VII, comerciantes berberes, usando o camelo como animal de transporte, atravessavam o Saara e atingiam regiões mais ao sul do deserto. Nelas, adquiriam uma variedade enorme de mercadorias, vindas de todos os cantos do continente por meio de uma intrincada teia de contatos comerciais. Marfim, peles, tecidos, ouro, resinas e escravos, entre outras riquezas, atravessavam milhares de quilômetros, passando de mão em mão, até chegar aos movimentados mercados do Sahel.

Foi também a difusão do islamismo pela África que favoreceu o crescimento dos contatos comerciais entre os africanos da costa oriental e os povos do Oriente Médio, que, no século XVI, fundaram colônias nas ilhas próximas à costa.

Esses povos juntaram-se a outros colonizadores, vindos da Pérsia e da Índia. Seus descendentes, apesar de africanizados, não perderam contato com os povos de seus antepassados, atuando como intermediários nos negócios entre a África Oriental e os comerciantes originários das terras banhadas pelo oceano Índico.


Página 63

Já os habitantes da costa atlântica da África Subsaariana mantiveram-se relativamente longe do contato direto com os povos não africanos até a chegada das primeiras naus portuguesas, no século XV. Foi somente com a exploração de metais preciosos nas colônias espanholas da América e com o crescimento da produção açucareira nas colônias portuguesas, no século XVI, que se intensificaram as transações entre os europeus e os africanos dessa região do continente.

A partir de então, grande parte do interesse de portugueses, franceses e ingleses na costa africana giraria em torno de um negócio que se mostrava tremendamente lucrativo: o comércio de seres humanos.




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HISTÓRIA EM DISCUSSÃO

ROTEIRO DE ESTUDOS

1 Napoleão Bonaparte pode ser considerado filho da Revolução Francesa. Explique essa ideia.

2 Neste capítulo, você viu que a burguesia francesa só conseguiu consolidar muitas de suas conquistas por meio da ação do regime autoritário de Napoleão Bonaparte. Explique as condições que favoreceram o golpe de Napoleão para tomar o poder francês.

3 Por meio de medidas como a proibição de greves e o apoio público às indústrias, o governo de Napoleão ficou marcado pela consolidação da burguesia na França. Relacione esse aspecto do governo napoleônico aos conflitos externos ocorridos no período.

4 Em disputa com os ingleses pela hegemonia no continente europeu, Napoleão decretou o Bloqueio Continental, com o objetivo de enfraquecer a economia inglesa. Explique o que foi o Bloqueio Continental e sua relação com a derrocada do governo napoleônico.

5 A respeito do Congresso de Viena, responda:

a) Por que esse congresso estabeleceu uma onda conservadora na Europa?

b) Quais foram suas principais resoluções?

DEBATENDO A HISTÓRIA

Sem vencedores

Quando Napoleão foi vencido, seus opositores respiraram aliviados e comemoraram a vitória, entre uma e outra reunião do Congresso de Viena. Mas, se tivessem uma bola de cristal, descobririam que se tratava de uma felicidade passageira – em poucos anos, muitos deles também estariam derrotados. Em outras palavras, ao final do período napoleônico não havia vencedores. O texto a seguir procura analisar essa situação, mostrando o novo cenário que emergia daqueles conflitos.

Em Viena, os vencedores que reconstroem a Europa – e a derrotada França de Napoleão – desprezam a vontade nacional, depois de utilizá-la como arma psicológica de mobilização. O que teria realizado o gênio militar e administrativo de Napoleão sem o sentimento patriótico forjado entre a festa da Federação do 14 de julho e a vitória de Valmy de 20 de dezembro de 1792? E o que teria feito contra o Grande Exército, uma coalizão de monarcas sem o espírito de resistência dos povos espanhol, alemão e russo?

Mas, para sorte da coalizão, como escreveu Jean Tulard, Napoleão é um homem do século XVIII, ainda marcado pelo domínio dos déspotas esclarecidos, e só tardiamente compreende que, desde 1789, os povos querem construir sua própria liberdade. [...]

É assim que o romantismo restaurador e antifrancês dos primeiros tempos pós- -napoleônicos termina por encontrar os méritos do sufrágio popular e da ação revolucionária. É preciso reconhecer que os alemães e os italianos podem escolher entre diversos Estados e regimes o que melhor levará suas reivindicações nacionais e unitárias. [...]

A ironia quer que a Revolução Francesa e Napoleão tenham involuntariamente desencadeado um processo nacionalista em escala europeia. Resumindo: Napoleão não foi nem pai putativo dos nacionalismos europeus, nem marido infiel de uma França que recebeu todos os seus cuidados. Ele cometeu o erro de fertilizar liberalmente a Europa, sem levar em consideração dois séculos de conflitos fratricidas.

SANDU, Trajan. 50 anos de bonança para as monarquias. In: Revista História Viva, São Paulo, n. 1, p. 50-53, nov. 2003. Página 60




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A resistência ao avanço português

Entre os portos de trato utilizados pelos portugueses na África Subsaariana, um dos mais importantes foi o instalado na ilha de Luanda, no século XVI. Partindo desse porto, Paulo Dias de Novais iniciou, em 1571, um empreendimento de conquista das terras continentais, pertencentes ao reino Dongo (ou Ndongo), na tentativa de controlar o comércio de escravos na região e por acreditar que ali encontraria ricas minas de prata. Assim, em 1576, Paulo de Novais fundou a vila de São Paulo de Assunção de Loanda, ainda em área de influência do manicongo.

Contudo, ao imporem condições ao chefe local, os portugueses enfrentaram a primeira grande resistência armada na África. Nos anos seguintes, as tensões aumentariam. Ao ampliar sua penetração no continente, os portugueses esbarraram na firme resistência do chefe local. Era o início de uma longa guerra, que se estenderia até 1622.

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All Maps


Fonte: DUBY, Georges. Grand atlas historique. Paris: Larousse, 2008.

Luanda era território controlado pelo manicongo, embora estivesse localizada em outro reino, cuja autoridade máxima cabia ao Ngola – daí ser conhecido como reino de Angola. Nela era explorado o Nzimbo, usado como moeda no reino do Congo.

Para vencer seus oponentes, os portugueses buscaram o apoio de guerreiros e caçadores imbangalas, vindos do sul e do interior do continente, conhecidos pelos portugueses como jagas. No entanto, a paz conquistada foi instável e breve.

Poucos anos depois, os holandeses, que disputavam com os portugueses o controle sobre o comércio de escravos do porto de Luanda, aliaram-se à rainha Jinga, reacendendo os conflitos na região. Foi somente em meados do século XVIII que a situação se resolveu, com um novo acordo entre os portugueses e os governantes do Dongo. Apesar disso, somente no século XIX os portugueses conseguiram finalmente avançar para o interior de Angola.




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2 Da escravidão doméstica à mercantilização do tráfico

A escravidão já existia na África bem antes do século XV. Prisioneiros de guerra, mulheres e crianças sequestradas, criminosos e pessoas endividadas ou vítimas da miséria – e, portanto, incapazes de prover o próprio sustento – geralmente tinham como destino a escravização.

A maioria dos homens jovens escravizados costumava ser vendida para terras distantes, uma vez que eles apresentavam maior predisposição para fugir ou iniciar uma rebelião. Já as mulheres e crianças, mais facilmente controláveis, compunham a maior parte dos escravos mantidos para ajudar nos trabalhos cotidianos e multiplicar o número de dependentes do seu amo, aumentando-lhe a riqueza. A manutenção de escravos era um dos meios pelos quais um chefe de família ganhava prestígio e poder, numa sociedade na qual a importância de uma pessoa era medida pelo tamanho da sua parentela e o número de seus dependentes, e pela riqueza produzida por seu grupo familiar.

Muitos homens, mulheres e crianças aprisionados tinham como destino o mercado de escravos, que até a chegada dos europeus à costa atlântica foi controlado por árabes ou berberes islamizados. Além de servirem como importante moeda de troca nas transações comerciais, os escravos – sobretudo os eunucos e as mulheres jovens e belas – eram valiosos na Índia, na Pérsia e principalmente na península Arábica, para onde eram exportados.

© Zwecker

Na escravidão tradicional africana, muitas vezes os cativos trabalhavam lado a lado com a família de seu amo. Eles eram responsáveis pelas tarefas mais pesadas ou degradantes, e ocupavam uma posição inferior na sociedade. Contudo, entre alguns povos, podiam ser paulatinamente absorvidos pelo grupo, até desfrutarem de uma situação semelhante à do indivíduo livre. Caso uma escrava se casasse com um homem livre, a condição servil ia se diluindo por seus descendentes até que estes fossem integrados à sociedade de seus senhores. Gravura exibida em jornada da descoberta da nascente do Nilo, de John Hanning Speke, Nova York, 1869.


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A chegada dos europeus à costa ocidental da África fez com que o comércio de escravos deixasse de ser apenas um negócio entre muitos outros para se tornar uma das atividades econômicas mais importantes e lucrativas do continente.

Até o século XVI, o interesse dos comerciantes europeus não esteve voltado prioritariamente para a compra e venda de seres humanos. Ouro, marfim e outros produtos atraíam o interesse dos mercadores. As mercadorias eram então adquiridas em feitorias instaladas em diversos pontos do litoral africano.

Assim, no período que se estende de 1450 a 1600, acredita-se que o número de escravos capturados para alimentar o comércio transatlântico foi pouco superior a 400 mil indivíduos, provenientes em sua grande maioria da região da Alta Guiné. Essas pessoas escravizadas eram distribuídas pelo próprio continente africano, pelas ilhas atlânticas e pela Europa, onde eram utilizadas, sobretudo, no serviço doméstico. Foram também para as colônias espanholas na América, especialmente para trabalhar nas minas de prata do Peru.

Porém, a partir do século XVII, o tráfico de escravos pelo Atlântico cresceu de maneira vertiginosa: 1.348.000 cativos entre 1601 e 1700, e 6.090.000 no século seguinte, de acordo com estimativas. No total, acredita-se que mais de 11 milhões de pessoas foram arrancadas de seu lugar de origem para alimentar o tráfico num período de cerca de 400 anos. Os pontos de venda ampliaram- -se, e o comércio humano em larga escala passou a ser feito também em Luanda, em Costa da Mina e na Zambézia. Um número expressivo de pessoas escravizadas foi levado para os portos do litoral da América portuguesa, principalmente o de Salvador e o do Rio de Janeiro.

All Maps


Fonte: Rutgers Cartography. Disponível em: . Acesso em: 26 mar. 2016.

No continente africano, o comércio de pessoas escravizadas era feito em três níveis: local, entre aldeias e reinos próximos; regional, no qual as pessoas capturadas no interior do continente eram levadas para mercados situados, em geral, no norte e nas costas oriental e ocidental da África; e transoceânico, responsável pelo comércio de cativos para terras de além-mar, como a América, a Índia e a península Arábica.

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1. Como o texto define Napoleão?

2. Quais foram as causas tanto da derrota de Napoleão quanto dos governos reunidos no Congresso de Viena?

3. No final do texto procura-se situar a Revolução Francesa e o governo de Napoleão em um período de tempo maior. Contextualize esse período de tempo.

MÃO NA MASSA: OLHARES MÚLTIPLOS

Saudosismos

O desmoronamento do Antigo Regime teve seus opositores. Essas vozes, porém, não se manifestaram apenas no campo político ou na guerra. Elas estiveram presentes também na literatura, dando forma ao saudosismo dos tempos da Corte, de suas festas e rituais. Parte dessa produção contribuiu para consolidar o Romantismo.

1. Faça uma pesquisa para conhecer o Romantismo e suas relações com o período.

2. Pesquise também como o Romantismo se desenvolveu ao longo do século XIX.

3. Organize os dados pesquisados na forma de um relatório.

Kunsthalle Hamburg Institution, Alemanha

Caminhante Sobre o Mar de Névoa, obra de Caspar David Friedrich, 1818. O romantismo também esteve presente na pintura.




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HISTÓRIA & CULTURA

http://anofranca.blogspot.com.br

Saiba o que é ter poder

Esse cartaz é uma peça publicitária criada por um grupo de alunos de uma faculdade de publicidade e propaganda de São Paulo. Ele tem como base o quadro Napoleão cruzando os Alpes (ver imagem na p. 51), do francês Jacques-Louis David, pintor oficial de Bonaparte e entusiasta da Revolução Francesa, que fez de sua arte um poderoso instrumento de propaganda das ideias revolucionárias. Depois da ascensão de Napoleão ao governo, David contribuiu para construir e divulgar uma imagem idealizada do general, fundamental para que este assegurasse o apoio político necessário à conquista e à manutenção do título de imperador da França.

No blog “Ano da França no Brasil”, os estudantes justificaram a escolha dessa imagem por meio de uma associação da figura de Napoleão com o poder que ele acumulou ao longo de sua trajetória. Lançando mão desse recurso, procuraram transmitir a ideia de que, ao adquirir a motocicleta anunciada, o consumidor incorpora o espírito tenaz e audacioso de Bonaparte, tornando-se capaz de empreender grandes conquistas e “fazer a diferença”. Assim, a peça de propaganda reforça a imagem idealizada do herói e enfatiza seus feitos militares, ao mesmo tempo que coloca a história e Napoleão a serviço dos interesses comerciais do anunciante.




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3 Reinos africanos e o comércio de pessoas escravizadas

Durante o tempo em que ocorreu o tráfico de escravos na costa atlântica da África, os comerciantes contaram com a colaboração de chefes e reis africanos. Esse envolvimento com os povos locais ora foi mais ativo, ora menos, mas em nenhum momento os europeus puderam prescindir dele.

Na era das Grandes Navegações, os portugueses foram os primeiros a estabelecer contato com os povos africanos da costa ocidental da África. No início, os tratos (como era chamado o comércio) aconteciam a bordo das naus, onde era realizado o escambo de artigos trazidos de além-mar por produtos da terra. Com o passar do tempo, foram construídos barracões e feitorias fortificadas em ilhas próximas à costa ou no litoral, sempre mediante a anuência dos reis ou chefes locais.

No fim do século XVI, franceses e ingleses passaram a disputar o comércio atlântico com Portugal, buscando também estabelecer pontos de ocupação no litoral da África. Nessa concorrência, na qual os seres humanos eram a mercadoria mais lucrativa, acabaram por participar das rivalidades políticas (internas), alterando o equilíbrio de forças nos reinos locais.

A fixação dos estrangeiros no litoral da África dependia de uma série de negociações com os mandatários locais, que incluía a troca de presentes, a aceitação das regras existentes e o pagamento de taxas e tributos. Aos europeus era quase sempre vetado o cultivo do solo, e proibido ou dificultado o avanço para o interior do continente. Por essa razão, o abastecimento daqueles que viviam nas feitorias dependia da colaboração dos africanos. Caso os nativos ficassem insatisfeitos, podiam simplesmente interromper a oferta de pessoas escravizadas, ou até mesmo de água e alimentos, para os estrangeiros. Se decidissem expulsar os europeus das fortificações, eram capazes de reunir exércitos numerosos e equipados, contra os quais mesmo as poderosas armas de fogo tinham pouca chance. Assim, os europeus buscaram quase sempre estabelecer contatos amistosos e alianças políticas e militares com os reis e chefes africanos.

No entanto, os efeitos da escravização em massa e da mercantilização do tráfico acabaram enfraquecendo os Estados africanos, que, já na passagem do século XVII para o XVIII, apresentavam dificuldades para impor suas regras aos estrangeiros. Estes foram dominando a situação até assumirem o controle dos negócios, ao lado dos comerciantes africanos, enriquecidos e alçados à condição de poderosos senhores. No princípio do século XIX, início do imperialismo, poucos seriam os governantes africanos que ainda conseguiam impedir o avanço dos europeus sobre suas terras (assunto tratado no Capítulo 20).

© Olfert Dapper

Na gravura de Olfert Dapper, datada de 1686, o governante da África, chamado manicongo, recebe estrangeiros numa audiência. Note como o europeu flexiona os joelhos e leva o chapéu à mão, num gesto de respeito e submissão ao rei africano. Este, por sua vez, é representado como um monarca europeu, com coroa, manto e cetro. À direita do manicongo, vemos religiosos, um deles carregando um crucifixo. Os reis do Congo haviam se convertido ao catolicismo em 1491.

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VOLTANDO AO INÍCIO, FECHANDO HIPÓTESES

Vários historiadores consideram o período napoleônico uma espécie de ato final da Revolução Francesa, ao consolidar e expandir muitos dos valores revolucionários. Vamos, então, estabelecer uma cronologia para cada um?

1. Selecione os principais acontecimentos dos dois períodos.

2. Organize esses acontecimentos em ordem cronológica.

3. Escreva um texto para a cronologia, destacando:

a) os ideais que se enfraqueceram ao longo da Revolução Francesa e do governo de Napoleão;

b) as propostas que se concretizaram nesse período;

c) a Europa que surgiu ao longo do século XIX.

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CAPÍTULO 6

África: no tempo da escravidão

Vamos lá!

Louis Marie J. Ohier de Grandpré (1761-1846), oficial da marinha francesa que esteve em Angola entre 1786 e 1787, fez um relato sobre a escravidão na África. Segundo ele, traficantes africanos entravam pelo continente para capturar outros africanos, que eram levados até a costa para serem vendidos como escravos aos europeus. Veja o que, segundo Grandpré, ocorria durante o percurso:

(...) três ou quatro são conduzidos por cerca de vinte traficantes. Cinco ou seis desses traficantes marcham na dianteira (...) enquanto os demais seguem no final da fila e, como a trilha é muito estreita, torna-se difícil escapar (...) aqueles que tentam resistir têm os braços firmemente atados às costas com uma corda (...). Para outros que defendem sua liberdade e resistem aos traficantes, estes lhes colocam uma forquilha com uma abertura estreita em torno do pescoço para que a cabeça não passe por ela. A forquilha é trespassada por dois furos, de maneira que um pino de ferro pressione o pescoço do escravo (...) assim, o menor movimento é suficiente para imobilizá-lo e até mesmo sufocá-lo (...).

GRANDPRÉ, Louis Marie J. Ohier de. Viagem à costa ocidental da África. Paris: Dentu, 1801. p. 48-49.

Em seus relatos, Grandpré defendeu que seus conterrâneos, em vez de aprisionar e transportar africanos para trabalhar como escravos nas Antilhas – onde grande parte deles morria –, deveriam empregá-los no cultivo das terras da África. Na opinião do oficial, a solução para acabar com o comércio humano seria implantar colônias no próprio continente, dispensando o uso da mão de obra escrava.

© Nicolas Courbe/Centre des archives d’Outre -Mer

Em Viagem à costa ocidental da África, escrita em 1801, Louis Marie J. Ohier de Grandpré relata sua experiência na costa oeste africana. Ao lado, uma das gravuras presentes na obra.

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De olho no Enem e nas universidades (p. 282)

1. b 2. c 3. a 4. b 5. b 6. e 7. d 8. d

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ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.




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História em discussão (p. 278)

ROTEIRO DE ESTUDOS (P. 278)

Orientações para as atividades:

1. A grande mudança foi em relação ao aumento do domínio territorial, sobretudo no continente africano e no asiático. A posse do território com todas as suas riquezas e povos tornou-se o grande objetivo das potências imperialistas. Inglaterra e França, por exemplo, dedicaram-se com grande empenho a estabelecer essas conquistas territoriais.

2. O colonialismo entre os séculos XV e XVIII estava voltado aos interesses do capitalismo comercial e objetivava a obtenção de especiarias e metais preciosos. O Estado era o principal impulsionador e beneficiário da atividade econômica e, com exceção da América, limitou-se a estabelecer feitorias na África e na Ásia. A sua principal justificativa era a difusão do cristianismo. Já o imperialismo do século XIX estava voltado aos interesses do capitalismo industrial e visava à obtenção de matérias-primas, aos mercados consumidores e à exportação de excedentes de capitais. Suas principais justificativas eram a defesa da superioridade racial e a ideia de progresso e civilização.

3. A disputa pelo domínio territorial e o controle da oferta de matérias-primas na África acirrou os confrontos entre as potências imperialistas. Esse clima de tensão levou essas nações a definirem, na Conferência de Berlim, a divisão do continente. Apesar do acordo em torno da partilha da África, houve conflitos, como no caso da Guerra dos Bôeres, na qual ingleses e holandeses se enfrentaram no sul da África.

4. A Guerra de Secessão foi deflagrada por divergências políticas e, principalmente, econômicas entre o sul e o norte dos Estados Unidos. Um dos principais pontos de discórdia era a questão da escravidão. Os estados do sul defendiam a manutenção da escravidão, uma vez que sua base econômica era constituída por latifúndios monocultores exportadores que se utilizavam da mão de obra cativa. Já os estados do norte se interessavam pela abolição do trabalho escravo, visto que a região passava por um forte processo de industrialização que demandava oferta de mão de obra livre e grande mercado consumidor, condições dificultadas em uma sociedade escravista.

5. Assim como as teorias racistas dos europeus que pregavam a supremacia destes sobre os demais povos, a doutrina do Destino Manifesto também colocava os norte-americanos como superiores. No caso europeu, o argumento a favor da colonização era de que os povos africanos viviam em “estado de barbárie” e seria necessário levar a eles a “civilização” e o “progresso”. Já a doutrina do Destino Manifesto pregava que os norte-americanos deveriam impor-se aos povos considerados mais fracos. Essa era uma espécie de missão superior que deveriam cumprir.
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Esse ideal racista justificava, por exemplo, a guerra imposta aos povos indígenas e aos mexicanos, assim como ocorria em toda aquisição territorial.

6. a) A expansão dos norte-americanos para o oeste representou para os indígenas a expropriação de suas terras e a redução drástica de suas populações.

b) Para os povos latino-americanos, a expansão dos Estados Unidos representou domínio político, muitas vezes garantido com intervenções diretas, e dependência econômica.




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VOLTANDO AO INÍCIO, FECHANDO HIPÓTESES (P. 262)

A fim de contribuir para a reflexão sobre o sindicalismo brasileiro nos dias de hoje, proponha a leitura da entrevista com o professor de Ciência Política da Unicamp Armando


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Boito Júnior (disponível em: , acesso em: 23 maio 2016). Orientações para as atividades:

1. Levante com os alunos o nome de algumas associações, antes das pesquisas. Por exemplo, identifique as grandes centrais sindicais existentes no Brasil, como: Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

2. Todas as centrais sindicais têm sites e jornais on-line, que podem ser consultados.

3. Durante a consulta é importante levantar com os alunos as características dos jornais pesquisados, para que sirvam de modelo para o periódico que será elaborado pela turma.




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