Que darei eu ao SENHOR
Tema: O TESOURO ESCONDIDO É TUDO QUE PODEMOS DAR A DEUS COMO GRATIDÃO
“Que darei eu ao SENHOR, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do SENHOR.”
Salmos 116:12 e 13
“Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.”
Mateus 13:44
INTRODUÇÃO
A verdade é que durante toda a história do homem, o homem nunca conseguiu retribuir a Deus tudo que Deus lhe fez. Nunca encontrou nada em que pudesse dizer: “Achei algo em que posso retribuir a Deus.” Veja a pergunta do salmista: Não é simplesmente dar. Dar por dar, mas dar por todos os benefícios que me tem feito. O homem conseguiu achar o que dar? Não.
O Senhor tirou o povo de Israel mas o povo sempre reclamou no Deserto. Deus disse que daria uma terra boa ao povo, não só isso, mas uma terra que mana leite e mel, mas o povo reclamou dos gigantes que havia na terra.
Nos livros dos profetas (Isaías cap. 1), vemos o povo oferecendo sacrifícios que não agradavam a Deus. O coração do homem não era reto, o pecado do homem o impossibilitava de retribuir a Deus. Sua oferta não chegava a Deus. O que dar a Deus? Algo precisava ser descoberto .
DESENVOLVIMENTO
A pergunta do salmista é a pergunta do homem que percorreu toda a história da humanidade.
E é a pergunta para nós respondermos neste mês da Dedicação. Que daremos ao Senhor por tudo que Ele tem nos feito?
Só Jesus poderia dar ao homem, através do seu sangue, a condição de ser grato a Deus. Só Ele levou um povo a encontrar a mesma resposta do salmista: Um tesouro escondido . Há 2 relações da resposta do salmista com a parábola do tesouro escondido.
1º relação: Tomarei o cálice da Salvação – um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu, e pelo gozo dele
O ato é tomar o cálice. Quando achamos este tesouro e escondemos, tomamos o cálice da Salvação e fomos cheios do Gozo. O Espírito Santo encheu o nosso coração de gozo. Ele é este Gozo. Porque só o Gozo nos faz vencer, lutar, batalhar. Foi o Gozo que fez aquele homem ir.
2º relação: Invocarei o nome do SENHOR – Vende tudo quanto tem, e compra aquele campo
O processo é invocar o nome do Senhor. É um futuro. O nosso gozo nos faz ter um compromisso com Deus de hoje em diante. Só estamos invocando o nome do Senhor se nos desfizermos de tudo desta vida e adquirirmos este campo. Se deixarmos para trás a velha vida, o pecado, os velhos valores. É um processo.
CONCLUSÃO
Se o homem se desfizer de tudo que tem e comprar este campo, aí sim ele invocou o nome do Senhor.
Ser grato ao Senhor não é só achar este tesouro, é se desfazer de tudo que tem e adquirir este campo que é a Obra do Espírito .
Mas, voltando a pergunta, que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? O salmista não escreveu o que podia dar a Deus porque o homem não pode dar nada de si mesmo ou desta vida para retribuir a Deus. O salmista não disse que tinha achado algo que pudesse dar.
Mas ele encontrou uma resposta, e a sua resposta, profeticamente, apontava para uma profecia que levaria uma igreja a achar um tesouro escondido (tomar o cálice), e pelo gozo dela (O gozo é o Espírito Santo), ir e se desfazer de tudo quanto tem e comprar aquele campo (invocar o nome do Senhor).
Que nome? Qual o nome do Senhor que invocamos? Quando é que invocamos o nome do Senhor?
Quando dizemos: Maranata! O Senhor Jesus vem!
Bruno Rocha
Maceió/AL
Mais conteúdo
Jesus a grande pedra de testemunho – Josué 24:26-27a
Um coração sincero e generoso – II Reis 10:15-16
O servo que luta na revelação vencerá – I Samuel 17:38-45
Carta à Igreja de Sardes – Apocalipse 3:1-6
Efésios 3:17-19 – Amor de Deus
Simão, o Cireneu – Lucas 23:26
O Pardal solitário – Salmos 102:7
Ester 4:16 – Se perecer, pereci
Que darei eu ao Senhor? – Salmo 116:12–14
Gênesis 19:17 – Abraão e Ló
O Salmo 116 faz
parte da categoria dos que conhecemos como Salmos de gratidão, pois delata o
reconhecimento e a profunda devoção de um homem que teve a sua oração
respondida por Deus. Apesar de muitos o atribuírem a Davi, não sabemos ao certo
quem o compôs, como também não conhecemos o contexto em que ele se encontrava.
É um salmo muito pessoal, pois em dezenove versículos vemos a primeira pessoa
do singular aparecer mais de trinta vezes.
O salmista inicia suas palavras com uma afirmação: “Amo o Senhor”, seguida de uma razão: “Porque ele ouve a minha voz e as minhas súplicas.” Ele prossegue no versículo dois de forma semelhante, dizendo que porque o Senhor inclinou os seus ouvidos para ele, O invocaria em toda a sua vida.
No versículo três, ele descreve como era a sua situação antes de ser atendido pelo Senhor, e em concordância com o seu relato, era um situação acentuadamente angustiante. Ele diz:
“Laços de morte me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim”.
Na poesia hebraica, morte e inferno (ou “Sheol”) são termos bem agressivos, denotando algo que agarra os vivos para desgastá-los com doenças ou esmagá-los com depressão¹; então, o salmista estava sobremodo afligido, tendo, por causa disso, caído em “tribulação e tristeza” (v.3).
Até que ele clama ao Senhor: “Ó Senhor, livra a minha alma!” A sua oração não foi um apelo silencioso, mas foram gritos de desespero, ao ver a si mesmo humanamente sem esperança, diante de algo que exauria todas as suas forças, o deixando arremessado ao chão e afundado em tristeza. Ele contemplava a morte bem próxima, e os seus olhos não conseguiam encontrar nenhum meio de escape, além do Senhor, a quem recorreu em oração. Quando todos os recursos humanos falharam, ele sabia que podia ainda recorrer aos recursos divinos, e neles encontrou o alívio para a sua alma, porque o Senhor é compassivo, justo e misericordioso, que vela pelos simples, e Ele o livrou! (vs. 5-6).
O salmista podia dizer à sua alma: “volta ao teu repouso” (v.7), porque o Senhor havia estendido sobre ele a sua bondade. Ele poderia dizer para ela:
“Repouse e fique tranquila, não se agite com temores inquietantes e receosos como fazes de vez em quando.”²
Como também:
“Repousa em Deus. Retorna a Ele como teu repouso, e não busca esse repouso na criatura, pois ele deve ser encontrado só Nele.”²
O Senhor havia lhe dado um tríplice livramento: a sua alma da morte, os seus olhos da tristeza, e os seus pés da queda, e agora ele tem condições de andar em Sua presença, e é isso o que ele se prontifica a fazer enquanto existir (vs. 7-9).
O salmista confessa que apesar de ter estado muito aflito, ele creu, e que em sua perturbação pensou que todos os homens fossem mentirosos (v.10-11), que não havia absolutamente ninguém a quem ele podia confiar e recorrer quando precisasse. E agora, depois de liberto, ele deseja expressar de alguma forma a sua gratidão ao seu Senhor. Porém, ele se depara com a sua própria insuficiência em dar algo que possa retribuir tudo o que Ele tem feito em seu favor. Então, pergunta:
“Que darei eu ao SENHOR por todos os seus benefícios para comigo?” (v. 12).
Conforme ressalta João Calvino, ele
“Exclama, com piedosa admiração, que o volume dos benefícios de Deus era maior do que as palavras que ele poderia achar para dar vazão às gratas emoções de seu coração. A indagação é enfática: o que darei? E declara que se sentia destituído não do desejo, e sim do meio que o capacitariam a render graças a Deus [...] ‘Estou muitíssimo disposto a cumprir meu dever, mas, quando olho ao meu redor, não encontro nada que seja uma recompensa adequada.’”³
Quantos benefícios nós mesmas também temos recebido do Senhor? Se considerarmos, são mais do que somos capazes de lembrar! E assim como o salmista, não temos condições nenhuma de retribuí-Lo por eles. Então, o que podemos fazer? O que nos resta é gratidão! Demonstrar de alguma forma o quanto somos gratas Àquele de quem temos recebido todas as coisas.
O salmista iria demonstrar sua gratidão de quatro formas. Iria tomar o cálice da salvação, invocar o nome do Senhor, pagar os seus votos e oferecer sacrifícios de ações de graças (vs. 13-14, 17-19). Ele remonta a coisas que eram comuns em sua época, sob o regime da lei. Iria em direção ao templo, com uma oferta em suas mãos, para que um sacrifício fosse realizado, junto com a libação do vinho, ou seja, o cálice da salvação, e da gratidão pública ao Senhor. Além disso, ele iria invocá-Lo, e pagar todos os votos que fizera ainda quando estava em sua aflição. Ele diz duas vezes que iria cumprir os seus votos ao Senhor diante de todo o povo (vs. 14, 18), e que iria invocar o Seu nome (vs. 13, 17).
Mas, acima do sacrifício do animal, estava o sacrifício da sua vida. Ele já dissera que amava o Senhor (v.1), que invocaria o Seu nome durante toda a sua vida (v. 2) e que andaria em sua presença aqui na terra (v. 9). Então, ele estaria diante do Senhor, desfrutando de Sua presença, continuamente. Ele não agradeceria ao Senhor apenas uma vez, mas a sua vida seria uma vida de eterna gratidão. Ele não se esqueceria Dele num só momento, antes, viveria para Aquele em quem residia a sua plena felicidade.
Não precisamos mais oferecer sacrifícios de animais ao Senhor, porque o sacrifício perfeito já foi realizado por Jesus na cruz do Calvário. Então, como demonstramos nossa gratidão ao Senhor? Vivendo inteiramente para Ele! Apresentando para Ele o sacrifício das nossas vidas, ofertadas para o serviço do Seu Reino e da Sua perfeita vontade. É isso o que o Senhor deseja dos seus servos: Que tenhamos a Ele como o mais desejável e o mais importante que tudo o mais, todos os dias.
Posteriormente, o salmista diz que era o seu servo, filho da sua serva, cuja morte é preciosa aos Seus olhos (vs. 15-16). Com isso, ele diz que a morte que tanto temia não seria para ele um mero acaso, pois o Deus que tem estima por seus servos cuidava das particularidades da sua vida; e, conforme a NVI, via com pesar a morte deles. Se Deus não permite que nenhum pardal morra sem o seu consentimento (Mt 10:29-31), não iria também cuidar daqueles que valem muito mais do que pardais, nesse aspecto? Logo, não há o que temer.
“... quebraste as minhas cadeias.” (v. 16)
O Senhor havia quebrado as suas cadeias, e um dia, Ele quebrou todas as cadeias que nos assolavam, e nos trouxe para um lugar seguro, debaixo de suas asas. “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1:13). Nele somos libertas do pecado, do mundo e de nós mesmas. Que daremos ao Senhor por tudo isso? Tenhamos um coração grato, e vivamos para o Único que é digno de ter a nossa vida por inteiro em Suas mãos.
Thayse Fernandes
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¹ KIDNER, Derek. Salmos 73-150: Introdução e comentário. São Paulo: Mundo cristão, 1984.
² HENRY, Matthew. Comentário bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
³ CALVINO, João. O livro dos Salmos. Vol. 4: salmos 107-150. São José dos Campos: Fiel, 2009.