Em qual região brasileira fica localizado a usina hidrelétrica de Belo Monte

A usina hidrelétrica de Belo Monte é a maior (UHE) 100% brasileira. A usina está localizada no Rio Xingu e será inaugurada em 27 de novembro colocando em operação a sua 18ª e última turbina.

A usina tem capacidade de gerar 11,2 mil MW, com garantia física de 4,7 mil MWmédios, também é a terceira maior usina hidroelétrica do mundo, vindo atrás apenas de Itaipu e da Usina Três Gargantas na China. Suas 18 turbinas, 24 unidades geradoras, 33 barragens e sete canais de transposições são, hoje, uma das maiores garantias de abastecimento de energia elétrica.

Por meio do Sistema Interligado Nacional, a usina fornece energia limpa e renovável para 17 estados brasileiros, por quase metade do preço das demais fontes de energia.

A viabilidade da sua construção vem sendo estudada desde 1975. A UHE Belo Monte teve um longo caminho desde a sua concepção, ato que tornou sua obra grandiosa como o Brasil, em diversos sentidos.

A relevância e repercussão da usina estão presentes desde a sua criação, fruto de conflito entre a questão energética e a questão ambiental. Muito diferente do projeto atual, o projeto original elaborado na década de 80 previa a construção de duas usinas no Complexo Hidroelétrico de Altamira, as usinas Babaquara (6 mil MW) e Kararaô (11 mil MW).

Contudo, a necessidade da inundação de 12 terras indígenas com o deslocamento de 7 mil índios, provocaram uma enorme discussão, envolvendo ONGs e até artista internacionais, inviabilizando o prosseguimento do projeto.

Em 1994, houve a revisão dos estudos, redução da área inundada e garantia de não inundação de terras indígenas. No entanto, só em 2002 o projeto voltou a ser discutido. Ainda assim, discussões sociais e ambientais em torno da viabilidade da obra continuaram impedindo o seu avanço.

Em 2008, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definiu que o único potencial a ser explorado no complexo seria o da UHE de Belo Monte, antiga Kararaô no desenho original. Com a alteração, dois anos depois, em 2010, o Ibama concedeu a licença ambiental para execução da obra, permitindo a realização do leilão de concessão para a construção e operação de Belo Monte por 35 anos.

O novo arranjo reduziu a área do reservatório de 1.225 km² para 478 km², uma área pequena se comparada a outros empreendimentos desse tipo. Isso, segundo a licença, iria garantir que nenhuma terra indígena fosse alagada.

Também com o intuito de não alagar áreas indígenas, foi construído um canal de derivação de cerca de 20 km, para desviar o fluxo do Rio Xingu para o lago artificial da barragem principal. Tais medidas que tinham como objetivo reduzir drasticamente o impacto ambiental do projeto, acabou por penalizar gerações futuras de brasileiros pelo mal aproveitamento energético da usina.

O reservatório principal da usina utiliza a tecnologia fio d’agua, ou seja, sem reservatórios de acumulação. Caso a UHE Belo Monte tivesse reservatórios de armazenagem ao invés da tecnologia fio d’água, com o mesmo Capex, poderia elevar a garantia física para cerca de 10 mil MWmédios. Com isso, poderia atender o dobro dos 60 milhões de consumidores atuais.

Por questões de cunho ambiental, não se construiu um reservatório maior, entretanto a área no entorno da usina está degradada, ocupada por pastos, fato que contraria a justificativa apresentada. O fato é que ao se decidir por usinas a fio d’agua, durante o governo do PT, se abriu mão de uma energia limpa, renovável e barata.

Com o crescimento das energias eólica e solar teremos de construir térmicas mais caras e poluentes para dar segurança ao sistema elétrico, papel exercido anteriormente pelas hidrelétricas. Enquanto nos Estados Unidos o gás natural substituiu o carvão na matriz elétrica americana, no Brasil o gás natural energia fóssil está substituindo as hidrelétricas.

A geração média de energia em Belo Monte é cerca de 40% de sua capacidade total, ficando abaixo da média de 55% das usinas brasileiras. Contudo, ela é comparável à média das hidroelétricas europeias. Esse valor menor se deve às modificações do projeto para se adequar às normas socioambientais, já que a usina foi desenhada para produzir com força total durante o período de chuvas. Devido à sazonalidade, no segundo semestre do ano há períodos em que pode não gerar.

Uma das maiores dificuldades enfrentadas para a sua construção foi a questão de deslocamento, logística e engenharia. Localizada na região da floresta amazônica foi necessária a construção de 518 km de estrada e ramais, 16 pistas de pouso e 31 sistemas de abastecimento de água.

Ao longo da construção foram realizados mais de 115 projetos socioambientais, orçados em cerca de R$ 4,2 bilhões, trazendo inúmeros benefícios sócio econômicos para os municípios de Altamira, senador José Porfírio, Vitória do Xingu, Anapu e Brasil Novo.

Os diversos projetos sociais e educacionais, assim como as obras de infraestrutura desenvolvidas nos municípios do entorno da usina, permitiram a melhora na vida de milhares de pessoas. Altamira, o município mais próximo da usina, viu sua população crescer de 100 mil para 150 mil habitantes e recebeu R$ 1,5 bilhão de investimento. Ademais, cerca de 3,8 mil pessoas que moravam em palafitas passaram a residir em casas seguras.

A inauguração da Usina de Belo Monte merece ser comemorada por vários motivos. Representa mais um marco para a engenharia nacional, trouxe e trará desenvolvimento econômico para a região, preservou a floresta amazônica, bem como as comunidades indígenas, gerou uma grande quantidade de empregos e garante que a matriz elétrica brasileira continuará a ser uma das mais limpas do mundo.

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Redação PE

A Usina de Belo Monte é a maior obra de infraestrutura em curso no Brasil. Localizada no Rio Xingu, no estado do Pará, a usina vai produzir energia suficiente para abastecer 40% do consumo residencial de todo o País.

Para alcançar as metas de crescimento anual de 5% do PIB nos próximos dez anos, bem como de erradicação da pobreza e melhor distribuição de renda, o país precisará instalar, a cada ano, cerca de 5.000 megawatts de capacidade adicional.

Com base no consumo anual por domicílio, a energia média produzida pela usina de Belo Monte atenderá a 18 milhões de residências (60 milhões de pessoas), ou o correspondente a todo o consumo residencial de eletricidade na Argentina (aproximadamente 34 milhões de megawatts-hora ao ano). Trata-se de um empreendimento muito estudado e que sofreu sucessivas alterações para reduzir o impacto sobre o meio ambiente e as comunidades indígenas.

No final dos anos 60, quando o governo federal iniciou estudos de viabilidade, estava prevista a construção de cinco hidrelétricas na região. Mas só em junho de 2011 a licença definitiva foi emitida para o início dos trabalhos de construção.

A usina está sendo construída pelo Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), liderado pela construtora Andrade Gutierrez, com participação de nove outras empreiteiras: Camargo Corrêa, Norberto Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Contern, Galvão Engenharia, Serveng-Civilsan, Cetenco e J.Malucelli.

A Usina de Belo Monte vai funcionar em sistema de fio d´água, ou seja, a água do rio passará pelas turbinas e voltará ao leito, sem a formação de grande reservatório. O principal terá 502,8 quilômetros quadrados, sendo 228 deles correspondentes ao leito do rio na cheia. Esse foi um arranjo de engenharia para gerar energia de forma constante com baixo impacto socioambiental.

As usinas a fio d’água são construídas com pequenos reservatórios de água, produzindo energia elétrica basicamente com a força da vazão natural dos rios. Essas usinas não estocam água para geração de energia nos períodos de seca. Usinas projetadas com essas características reduzem consideravelmente as áreas inundadas.

De acordo com o Consórcio Norte Energia, responsável pelo projeto e pela obra, a Usina de Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo, com 11.233,1 megawatts de potência, mas só em meses chuvosos, de janeiro a abril. Numa seca severa, a geração pode cair a 40 megawatts. A previsão é que a primeira das 24 turbinas da usina comece a operar em fevereiro de 2015, e a última, em janeiro de 2019.

A infraestrutura precária e os desafios logísticos exigem um plano de trabalho detalhado. A região onde a usina será construída é muito remota, fato que, somado às suas intempéries climáticas, pode prejudicar o cronograma.

No pico de trabalho, em 2014, a construção da usina vai contar com 22.000 trabalhadores. Vai consumir 170.000 toneladas de aço, o suficiente para a produção de 308.000 carros populares. Oficialmente, o custo da usina seria de 29 bilhões de reais. Mas há estimativas de mercado de que a conta pode chegar a 40 bilhões.

No entorno dos canteiros de obra poderão ser removidas 4.362 famílias que moram em palafitas e em habitações precárias, no total de 16.420 pessoas. Com isso, a Norte Energia vem acelerando as ações compensatórias socioambientais.

Cerca de 3,88 bilhões de reais serão desembolsados ao longo de vinte anos: 3,2 bilhões para condicionantes socioambientais e 500 milhões para o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSX), que promove projetos de interesse regional propostos, discutidos e aprovados pelas próprias instituições, oficiais ou não, com foco na região do Xingu e Transamazônica.

Urbanização

As áreas urbanas das cidades de Altamira, Vitória do Xingu e Brasil Novo, e das localidades de Belo Monte e Belo Monte do Xingu vão ser beneficiadas com as medidas para atender às necessidades de realocação da população diretamente afetada, com a construção e integração das residências destinadas aos trabalhadores das obras da usina e com medidas para adequação do afluxo de população migrante às estruturas urbanas existentes.

Uma das prioridades são as obras de saneamento básico, que acabam de ser contratadas para os municípios de Altamira e Vitória do Xingu. A previsão é que os trabalhos nas duas cidades estejam prontos até julho de 2014, com aportes de 246 milhões de reais. Confira outros destaques que vão afetar diretamente essas regiões:

Altamira: recuperação urbanística e ambiental da orla do Xingu, com implantação de parque ecológico e de lazer; construção de diques com um canal de amortecimento de cheias; implantação de drenagem urbana, rede de abastecimento de água, rede de esgotos e estação de tratamento de esgotos; construção de aterro sanitário; construção de 500 casas, em diferentes bairros da cidade, para trabalhadores a serviço das obras; implantação de novos pontos de comércio, postos de saúde e escolas; e ampliação de hospital.

Vitória do Xingu: pavimentação das ruas, implantação de infraestrutura de saneamento e drenagem pluvial; ampliação e melhoria dos serviços de coleta de lixo.

Vila de Belo Monte (município de Vitória do Xingu) e povoado de Belo Monte do Pontal (município de Anapu): pavimentação das ruas, implantação de rede de abastecimento de água, esgotamento sanitário e tratamento de esgotos; e construção de pátios de espera de veículos no ponto de travessia da balsa.

Assista a reportagem completa na TV da Obra - video 1

Video 2

Fonte: Marcos Sordi – diretor administrativo do CCBMEx-prefeita do município de Altamira, Odileia SampaioGiancarlo Bastiani – SOTREQ/Altamira-PA

Consórcio Norte Energia

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